- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

terça-feira, 18 de maio de 2010

ÉTICA, POLÍTICA E MODERNIDADE





CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA







RICARDO LUIS DO PRADO
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
RODRIGO FONTOURA MASSI






MÓDULO: ÉTICA E POLÍTICA. POLÍTICA E MODERNIDADE
DISSOCIAÇÃO ENTRE ÉTICA E POLÍTICA NO PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL












SÃO BERNARDO DO CAMPO
2009


RICARDO LUIS DO PRADO
REGISTRO ACADÊMICO: 163325

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
REGISTRO ACADÊMICO: 161062

RODRIGO FONTOURA MASSI
REGISTRO ACADÊMICO: 161094





POLÍTICA E MODERNIDADE: DISSOCIAÇÃO ENTRE ÉTICA E POLÍTICA NO PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL








Este trabalho acadêmico de cunho filosófico tem a intencionalidade de explanar os conhecimentos a respeito da política em Maquiavel bem como as ideias apresentadas no texto de Lebrun; em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Pólo Londrina.


Professora: Suze de Oliveira Piza








SUMÁRIO






INTRODUÇÃO:..................................................................................................03

PRÓLOGO:........................................................................................................05

1.0. DISSOCIAÇÃO ENTRE ÉTICA E POLÍTICA NO PENSAMENTO DE
NICOLAU MAQUIAVEL:..................................................................................08

2.0. POLÍTICA E PODER, TOMADA E MANUTENÇÃO DE PODER:.............11

CONCLUSÃO:...................................................................................................13

REFERÊNCIAS:................................................................................................15

ICONOGRAFIAS:..............................................................................................17















INTRODUÇÃO

O filósofo francês Augusto Comte, jamais poderia imaginar como uma nação como o Brasil, na adolescente América Latina, poderia se encontrar hoje, em princípios de século XXI, quando proferiu sua sentença maior sobre ordem e progresso, a qual veio imortalizar nossa bandeira pátria. Sua visão otimista na Europa atribuía o progresso ao desenvolvimento das ciências positivas, ciências estas que permitiriam ao ser humano “saber para prever, prever para prover”, de modo que o desenvolvimento social se fizesse por aumento do conhecimento científico e do controle científico da sociedade. (CHAUÍ, 1999, p. 49). Passado mais de um século desde Comte, a política e a moralidade parecem continuar a se chocarem na ânsia desse “controle científico da sociedade”.
O dogma da ética implantado no cérebro da humanidade desde os primórdios dos tempos dita uma consciência, consciência esta criticada dura e constantemente por Nietzsche em suas obras. O ser humano vive como se fosse um existencialista precoce, sabendo ser finito, busca encontrar o sentido de sua existência o mais breve possível, de preferência de posse de uma boa quantia de dinheiro.
A razão passa a ser uma ilusão, a falsificação da realidade a serviço da exploração do homem para dominar seus semelhantes.
Em seu “Discurso do Método”, Descartes sonhava: “E eu sempre tive imenso desejo de aprender a distinguir o verdadeiro do falso, para ver claro nas minhas ações e caminhar com segurança nesta vida.” (DESCARTES, parte I).
Lebenswelt é citado por Arcângelo Buzzi, em sua obra: Introdução ao Pensar nos seguintes termos: “O pensamento, na atividade teórica, luta por alcançar o conhecimento da atividade prática, o mundo da vida.” (BUZZI, 1972, p. 16).
Espremidos por necessidades de toda sorte, determinamos as coisas, impomos-lhes um sentido de interesse, recolhemo-las sob o teto de fins particulares, Todas as substância estão no devir, todas se transformam. Na transformação não perdem a identidade porque são ato e potência. Isto quer dizer que cada substância, embora seja atual, se abre a mudanças imprevisíveis. Todos esses pensadores de outrora (e também os contemporâneos) tiveram sua observação em determinado momento de suas vidas, voltada para o homem como indivíduo governante e governável. O poder do Rei, o poder do César, o poder do troglodita das cavernas, o poder da religião, do mito, sempre o poder envolto por um manto místico e misterioso repleto de nuances egóicas e individualistas. Sócrates foi assassinado sob o pálio desse mesmo poder; Jesus foi assassinado sob o pálio desse mesmo poder; Tiradentes foi assassinado sob o pálio desse mesmo poder. Quem estava eticamente correto e quem estava moralmente errado?
Seria o “poder” algo dotado de vida própria programado ou com onisciente que rege a tudo e a todos com intenções únicas de sua manutenção no status de “poder”?
É com base nessas premissas que abordamos alguns pontos interessantes que marcaram a história da humanidade; aspectos de ética, moral, política e, claro, poder assombram e encantam até hoje. Maquiavel foi um dos precursores dessa libertação ética e moral nos bastidores do poder, tanto que foi abertamente criticado e ocultamente adorado.
Não nos olvidemos, todavia, de que nossa vontade de poder produz a ciência e todos os efeitos que ela venha causar.



Prólogo


Existe uma brincadeira de tom pejorativo que quando uma pessoa demonstra ser muito egoísta eles recitam a introdução da oração do pai nosso de uma forma jocosa: “Vem a nós o seu reino, seja feita a minha vontade.” Quando se fala de poder, egoísmo, moral, ética, com certeza os vigilantes de plantão estão prontos a criticar, mas quando esses mesmos vigilantes precisam inventar uma mentira para se ausentar do trabalho ou convencer um cliente a adquirir um produto no comércio, não hesitam em fazê-lo sem o menor escrúpulo, repousando tranquilamente suas cabeças em seus travesseiros à noite.
É frequente referir duas dimensões da moral: o seu caráter social, a intimidade, a consciência crítica do sujeito moral. Argumenta-se a favor de uma dupla dimensão com as ideias de que: a) sem a liberdade individual não há moralidade (só pode ser moralmente obrigado o sujeito livre); b) o homem é um ser social e qualquer dos seus atos afetam, de algum modo, os que com ele vivem. Contudo, não é pacífico o modo de entender a relação entre essas dimensões. Segundo alguns, existe uma teoria chamada “teoria do egoísmo ético”, ou melhor, a pessoa deve agir em função do seu interesse pessoal não importando os meios para tal; o único compromisso de um indivíduo consiste em agir de tal forma que, de sua ação, resulte sempre um número maior de benefícios do que de prejuízos para si mesmo. Ao agir, o indivíduo deve sempre refletir sobre as vantagens que sua ação poderá lhe trazer e deverá sempre optar pela ação que lhe traga mais benefícios, mesmo que ela implique em prejuízos para os outros. Como já ficou popular entre nós, para o egoísta o importante é “levar vantagem em tudo”.
Gerson (o ex-jogador que fez o comercial que tinha esse slogan) não esperava essa repercussão tão sombria nos dias vindouros, tampouco o próprio Maquiavel, ter seu nome associado a termos malévolos, ambos não queriam o mal, mas eles conseguiram abrir a caixa de pandora da antieticidade, e assim, muitos passaram a crer que os fins justificam os meios, e por assim dizer, a manutenção do poder a qualquer custo, olvidando-se o bem comum como fim social e humano.
Essa mesma “ética” pode ser considerada a moral do amor próprio expressão esta mais amena que "egoísmo", uma pseudo-forma de se justificar perante a sociedade e ante os olhos que tudo vê. Observa-se que nenhuma ética laica nos impõe a renúncia ao que somos, antes pretende a melhor realização do que somos. Chamamos de valor e concedemos valor àquilo que mais nos interessa: isto é válido tanto para a ética como para o direito, a política, o comércio, o amor. E assim é o ser humano! Como é que uma moral caracteristicamente antiegoísta como a kantiana pode, no entanto, centrar-se no lema de que cada homem é um fim em si mesmo e preconizar a autonomia moral do sujeito e de todos?
O “eu” que sabe o que lhe convém, de onde provém e como durar mais e melhor não só não é antisocial, como pelo contrário, interioriza e reforça as razões da sociabilidade, mesmo que de forma vedada. Esse “eu” que tenta conservar e potenciar não é nada sem o reconhecimento humano, sem a vinculação social, sem a garantia de seus direitos de cidadão.
Savater, Espinosa, Hobbes, todos esses filósofos modernos teorizaram sobre a fundamentação dos valores sobre o amor próprio, tal como Maquiavel à sua maneira revolucionária.
Espinosa, assim como Maquiavel, enxergava os seres humanos como eles são: passionais e racionais, bondosos e perversos. Se a razão e a emoção estão sempre em confronto em nossa natureza, isso não nos deve servir de pretexto para renunciar à racionalidade, pois vivemos em sociedade. Hobbes atribuiu o nome de conatus à energia que impulsiona o homem a vencer sempre, a agir, a viver. Todos temos conatus e, segundo Maquiavel, todos querem o poder e se manter nele, claro, pois assim defendemos nossos próprios interesses sob o argumento de defender o de todos; o egoísmo moral já citado: um viver para preservar a si mesmo. A “virtuosidade”; o agir pensando na felicidade do amado, assim, não aparece como condição para a felicidade platônica, eis que tal amado é o si próprio.
O Professor Ribeiro entende que no trabalho de Maquiavel existe uma problemática: “Como passar da força bruta ou da violência ao poder, que depende do consentimento dos dominados?” (RIBEIRO, 2009). Ele mesmo encontra a resposta: Maquiavel analisava a história, a experiência, pois “sempre venceu quem mais pensou no êxito do que na moral ou na salvação da alma.” Assim foram os grandes conquistadores, os grandes estadistas. O interessante é que se vislumbra, segundo o mesmo Professor, duas éticas na obra de Maquiavel, uma cristã, preza a salvação da alma, e outra a pagã (O Príncipe), que valoriza a polis, a cidade, este mundo. Observa-se que houve uma contaminação e uma desvirtuação desde então, em cima da justificativa “revolucionária” e antimoralista que Maquiavel defenderia. Ou melhor, cada um torceu sua obra da melhor forma que lhe convinha.


1.0. Dissociação entre ética e política no pensamento de Nicolau Maquiavel




Para entendermos o pensamento político na obra o “O Príncipe” de Maquiavel, se faz necessário que se mergulhe no contexto ao qual o filósofo estava inserido em sua época. Maquiavel viveu na época da renascença na Itália. Nesta época reinava grandes conflitos internos no poder interno entre os principados. A tirania reinava em pequenos principados, até mesmo casas sem possuir a dinastia devida, entravam no poder despoticamente. Devido à ilegitimidade do poder, gerou crises e instabilidades permanentes, onde somente o pensamento político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários, eram capazes de manter o príncipe. De 1498 a 1512 foi secretário da segunda chancelaria da República de Florença, com responsabilidades pelas relações exteriores e a renovação da milícia cívica doméstica. Seu cargo envolvia numerosas missões diplomáticas dentro e fora da Itália.
O pensamento de Maquiavel entrou para a história de maneira caricatural e deturpada, tendo o seu nome servido à criação do adjetivo “maquiavélico”, sinônimo de dissimulação, falta de escrúpulos e oportunismo. Devido a isso, foi-lhe atribuído a seguinte máxima: os fins justificam os meios.
Seu pensamento expressa, pela primeira vez na história da filosofia, a compreensão de uma ética que não se encontra fundada em valores supremos, mas que possui como solo as necessidades políticas de cada nação. Se há um bem, posto como finalidade na obra de Maquiavel, este não possui caráter absoluto: antes, o bem é imposto pela contingência histórica da ética em um determinado momento de seu percurso. Ele vê um mundo concreto com seus conflitos, não se deve pensar em um ideal a ser seguido. Na compreensão deste autor, o bem a ser procurado em sua época é a construção de uma nação italiana unificada, regida por um só governo, possuindo uma só lei e um só exército.
O bem não pode ser buscado na natureza humana tomada em seu aspecto individual, pois é da natureza humana buscar, por princípio, o prazer individual imediato, cuidando cada um sem seus próprios interesses. Se o bem pode ser identificado com a ordem harmônica de um Estado fortemente constituído, não há, no entanto, uma forma ideal que este deva alcançar. A excelência de um modo de organização depende da constituição do povo governado, a das relações entre estes e seus governantes. È preciso sempre observar qual é o melhor modelo a adotar em cada situação particular. A liberdade é assim oriunda das relações dinâmicas entre governantes e governados.
A excelência política de um governante se funda na posse da virtù. Essa é compreendida como a capacidade de entrar em sintonia com a fortuna, que designa, por sua vez, os percalços da história, compreendida como sucessão de desdobramento cíclico e retornos. O homem de virtù é aquele capaz de agir conforme o momento propiciado pela fortuna, ou seja, a sorte de momento no desdobramento das circunstâncias. No sentido grego, a virtus significa a força do guerreiro, a capacidade de perceber o jogo político em sua volta, portanto a possibilidade de interferir nos rumos da história sempre a seu favor. Neste sentido, os valores éticos são submetidos a sua aplicabilidade prática. Será designado “bom” o governante capaz de cometer o mal tanto quanto o bem, na manutenção de um Estado forte e coeso. Manter o poder é fundamental para Maquiavel. Por isso Maquiavel afirma que é mais vantajoso que o príncipe seja temido do que amado. É muito mais difícil que alguém tente enganar outro alguém que lhe provoque temor do que alguém que o ama.
Um outro ponto a se ressaltar é que a intenção do filósofo nessa obra “O Príncipe” não é a de estabelecer diretrizes de ética e bom caráter que um rei ou governante deveria seguir em uma sociedade ideal. Maquiavel deixa claro que não está falando de um reino ou principado existente apenas na imaginação dos homens. Segundo ele, teorizar sobre uma sociedade que não existe na realidade não faz sentido, pois o que é pensado para ela nunca vai encontrar condições de se realizar em um país de verdade.


2.0. POLÍTICA É PODER, TOMADA E MANUTENÇÃO DE PODER.

A política é e sempre foi poder. A política pode exercer sua capacidade de autoridade de diversas formas, inclusive quando se determina a tomada de manutenção desse mesmo poder pela força, mas de modo preciso e adequado, conforme as circunstâncias do regime, sob o pálio de que tudo que é ordenado para o domínio da sociedade deve ser cumprido e avaliado (pelo governo).
O domínio do poder pode obscurecer as relações de quem o opera, e até mesmo de quem o cumpre, considerando-se que estão em um sistema entrelaçado de ordem de imposição, ou sistema institucionalizado, com uma observação que outros tipos de sistemas também ditam a ordem social, a cultura local, os conceitos, os preconceitos, a religião, a crença, instituições privadas, ONG (s), paixões coletivas, etc., o que leva uma análise específica de cada caso gestor do comando, a fim de se aquilatar o grau de obscuridade eventual. Mas assim esbarra-se numa nova problemática: a quem competiria essa análise e possível correção?
O exercício de uma voz de mando não pode ser imposto contra a vontade do povo, haverá resistência; a política democrática elege cidadãos que por eleições detém esse poder, o Estado deve reger esse poder lhe outorgado para fins comuns e/ou coletivos, a repressão somente deve ocorrer em casos onde já se perdeu os limites impostos pelo controle da moral sob qual a sociedade se conduz; a sociedade respeita a tomada de poder, desde que legítimo, sua infração impõe uma punição prevista em Constituição, afinal, em uma “democracia política” não se pode ter organização, sem dominação, sem liberdade expressa em lei para governar. Em si, a sociedade avalia esse sistema de regimento do poder político verificando os prós e os contras. O poder não é uma coisa, ou objeto, é uma ideologia da sociedade, e a sociedade é quem decide quem é empossado por este poder, quem pode ser o político e quanto pode até receber de salário; teoricamente a sociedade decide a vida política de todos os políticos.
Infelizmente as minúsculas parcelas da sociedade, que são os políticos “profissionais”, democraticamente eleitos agentes da vontade popular, trabalham com todos seus poderes plenos para que a sociedade perca sua tomada de decisão, e que façam esta pensar que o poder de um governante se torne uma condição natural, e isto causa na sociedade relações de injustiça e desigualdade, colocando a culpa até em Deus, que todos se tornem dependentes da “providência Divina”, é a cultura do “analfabetismo político”, onde escola, saúde, emprego, e até a sua base salarial, dependem desta política de poder, ou melhor, deste poder político. Culmina-se na frase: “cada povo tem o governo que merece.”
O poder é tão gigantesco, que o político não precisa nem suplicar o voto para o eleitor, é o eleitor quem dá o voto ao político, é preciso que os pensadores, filósofos, formadores de opinião, ingressem numa grande cruzada a fim de transmutar o “analfabeto político” em “consciente político”, isto é um tentar mudar a história e a sociedade do futuro; o poder da razão impera sobre todo corpo social, afinal todo poder emana do povo, pelo povo e para o povo. A política decide a nossa vida, de nossos filhos de nossos netos, e se voltarmos nossos olhos observaremos que decidia a vida de nossos pais, avós, e toda uma árvore genealógica que se vai longe... O verdadeiro poder é nosso, e ignoramos isso.
Gerard Lebrun, em seu artigo “O que é poder?” demonstra claramente que o poder, a força não significa a posse de meios violentos, coercitivos, não é subverter as informações para adquiri-lo, a força é a canalização da potência, uma potência de agir no corpo com determinação e consciência voltada para o bem comum, a partir do momento em que continuemos a viver em sociedade como cidadãos “civilizados”. Fica claro em seu curto texto que os partidos, os sindicatos, um ladrão ou uma amante possuem poderes políticos, o que nos resta saber é como esses mesmos potenciais serão utilizados.




CONCLUSÃO

O Professor Nascimento faz menção sobre o poder e sabedoria em seus objetivos preambulares ao texto no Guia de Estudos: “O uso da força e da violência na política, que em princípio parece imoral, pode revelar-se como uma virtude se aplicado com sabedoria.” (NASCIMENTO, 2009, P.71), a questão maior é quem ousaria ter essa pretensa sabedoria a fim de aplicar a força com equidade? O político de carteirinha? O cidadão que somente conhece os problemas da porta de sua casa quando o lixeiro não recolhe seu saquinho de restos? Os professores, os atletas, os miseráveis, os empresários, os jornalistas, os estudantes? Quem assumiria essa responsabilidade? Afinal, virtudes não se encontram em árvores! Mas a resposta talvez esteja exatamente aí! Tendo em conta que todos possuímos defeitos, somos propensos ao egoísmo, à pensar somente em mim, em mim, qualquer um de nós com vontade pode chegar a ser um político com voz de mando, afinal somos um “animal político” em potência.
Virtu e fortuna podem estar ao alcance de todos e de “qualquer um”. Tendo em conta que a capacidade de discernir sobre a melhor ação a ser tomada diante das circunstâncias sempre em constante devir ocorrem sempre que se pretende um fim desejado, nós, você, ele, ela, podem e são políticos a todo instante. Diz um provérbio árabe antigo mais ou menos assim: “Nunca chame de honesta uma pessoa que não teve oportunidade de roubar.” A política, infelizmente, hoje é sinônimo de ladroagem. Infelizmente, pois nem todos querem reger uma Nação, um Estado, uma Cidade, até mesmo sua sala de aula - muito embora tenhamos potencial para isso -, e exatamente por essa falta de anelo é que se elege alguém com vontade voltada para esse fim, e espera-se dele, como gestor de nossa própria vontade, que ele administre coesamente. Ocorre que todos somos egoístas e só pensamos em nós. Quando um governante pensa no coletivo, muitas vezes não agrada certas minorias e assim ele se converterá em tema nas conversas de bares de esquina.
Misturarmos ética, moral e política é um caminho tortuoso, Maquiavel já havia profetizado: “Na verdade, aquele que, num mundo cheio de perversos, pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria perdição.” (MAQUIAVEL, 2001, p. 37). (Grifo nosso). Não se pode na política, agradar a “gregos e a troianos” simultaneamente. Pactos são selados, conchavos entabulados, alianças realizadas, viagens para estes e aqueles rincões com fito sempre de “levar vantagem”, em nome dos governados – mas se tiver uma comissão por fora e ninguém souber, tudo bem, afinal o que os olhos não veem o coração não sente.
Será que estamos realmente presenciando os dias do viva e deixe viver? Urge que tomemos consciência política e mais, individual! Respondendo à nossa indagação inicial desta conclusão, conciliar nossa liberdade individual com uma vida política se faz premente, mais ainda quando se compreende uma sociedade igualitária em desejos, necessidades e vontades de poder, esse “poder” não é só estar num gabinete com terno e gravata ou um tailleur, mas um poder comprar uma TV a cabo; poder adquirir um plano de saúde; poder pagar uma faculdade; poder realizar uma viagem ao Egito; poder simplesmente ficar filosofando. Ninguém pode salvar-nos, nenhum recurso exterior que nos possa trazer a liberdade; a liberdade não pode vir senão – sendo um pouco poético - do fundo de nossos corações, do esforço de nossa vontade, assim o animal-político pode governar e ser governado.



REFERÊNCIAS


ARRUDA, José Maria. Disponível em: http://www.unifor.br/notitia/file/1557.pdf. Acesso em: 27 maio 2009.


BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: o ser; o conhecimento, a linguagem. 33. ed. Ed.: Vozes. Petrópolis-RJ. 2007. pp. 260.


CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 12. ed. Ed.: Ática. São Paulo-SP. pp. 439.


Dicionário de filosofia de Cambridge. Ed. Paulus. [S.l.]. 2006.


FILOSOFIA 10º ANO. Disponível em: http://ocanto.esenviseu.net/novo10/etica3.htm. Acesso em: 27 maio 2009.


FURTADO, Pedro Calabrez. Disponível em: http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_9/contemporanea_n9_pcalabrez.pdf. Acesso em: 27 maio 2009.


LEBRUN, Gerard. O que é poder? Ed.: Brasiliense. São Paulo. 1980.


MAQUIAVEL, N. O príncipe. Ed.: Martins Fontes. São Paulo. 2001.


MARIOTTI, Humberto. Disponível em: http://www.geocities.com/pluriversu/espinosa.html. Acesso em: 27 maio 2009.


NASCIMENTO, Rodnei. A política no mundo moderno: Autonomia da política em O Príncipe de Maquiavel. Guia de Estudos. Ed.; Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo-SP. 2009. pp. 91.


PECORARO, Rossano. Os filósofos clássicos da filosofia. Volumes: I, II e III, Ed. Vozes. [S.l.].2009.


RIBEIRO, Renato Janine. Um pensador da ética. Disponível em: http://www.renatojanine.pro.br/filopol/pensador.html#topo. Acesso em: 25 maio 2009.


ICONOGRAFIAS


Figura: 01. O Pensador. Disponível em: http://blog.educastur.es/pipa333/2009/03/17/concurso-de-imagenes-filosoficas/. Acesso em: 31 maio 2009.


Figura: 02. Nicolau Maquiavel. Disponível em:
http://www.duplipensar.net/artigos/200x/principe-continua-atual-nicolau-maquiavel.html. Acesso em: 03 jun 2009.


Figura: 03. - Gerard Lebrun. Disponível em: http://veja.abril.com.br/221299/imagens/datas2.jpg. Acesso em: 04 jun 2009.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

PROBLEMAS, QUESTÕES, RIGOR E PAIXÃO: SOBRE PESQUISA

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS




INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PROBLEMAS, QUESTÕES, RIGOR E PAIXÃO: SOBRE PESQUISA





SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062






INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PROBLEMAS, QUESTÕES, RIGOR E PAIXÃO: SOBRE PESQUISA





Trabalho apresentado ao módulo Investigação Filosófica, à disciplina: cumprindo a regra. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Wesley Adriano Martins Dourado






SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO.............................................................................................03

APRESENTAÇÃO
(FÉ E CIDADANIA - CORPO[DES]CÊNTRICO)................................................................................04

REFERÊNCIAS..................................................................................................06


INTRODUÇÃO

É triste pensar como os agrupamentos sociais caracterizados pela pluralidade e heterogeneidade dos elementos que reúne e pelo contato físico ou imediato dos indivíduos, reagem de maneira semelhante, mais ou menos impulsiva, aos mesmos estímulos, estímulos estes impostos e implantados numa psique frágil e vítima de circunstâncias mais fortes do que o indivíduo possa perceber e se dar conta.
A exemplo disso tem-se o aspecto da ditadura científica e capitalista do corpocêntrico. As mídias (leia-se revistas especializadas, programas de entrevistas, artigos em jornais, sites e afins) associadas com os mentores capitalistas do lucro incessante a qualquer preço, jogam de maneira agressiva e não mais de forma subliminar, o corpo como objeto de estudo voltado a uma perfeição inalcançável pela sociedade extensiva a uma população que não possui recursos financeiros, mas que sonha com a perfeição e o bem estar. A moda, as academias, os consultórios rejuvenescedores, pesquisas da saúde estética, acessórios, cosméticos, luxos altos e distantes do homem e da mulher que também querem usufruir de uma experiência que se enquadre em seu próprio corpo, mas que é tolhido para obcecada ideia de perfeição adônica tergiversaram os mistérios e a paixão que habitam a imaginação e o cerne de pessoas apaixonadas por outros corpos além do seu próprio.
Nessa visão triste é que se encontra a sociedade corpocêntrica; veremos alguns aspectos que nos conduz a raciocinar com uma consciência maior sobre as trilhas marcadas que levam cegamente ao mesmo caminho: lucro.



RESUMO
FÉ E CIDADANIA - CORPO[DES]CÊNTRICO

Objetivando afastar o mistério dos estudos que envolvem o corpo como um todo, inclusive dos recursos da fé, dos questionamentos da alma, a ciência o permeia de racionalidade buscando provas para explicá-lo. Outrossim, o capitalismo, insaciável em vender tudo, consegue também apontar sua mira para o corpo e torná-lo objeto de lucro venal. O ser humano é envolto por campanhas e promoções comerciais que se associam com mídias de cunho científico para promover um corpo como o centro numa lógica distorcida de consumo que atende apenas aos recursos abastados que colocam unicamente os seus próprios corpos no centro.
Verifica-se pela lente do pensamento investigativo, que o que está no centro dessas situações capitalistas e científicas, não é o corpo como alvo de uma sociedade corpocêntrica para uma civilização organizada e sim os corpos de alguns que tornam sua própria experiência-corpo como padrão para os demais que não podem seguir esse caminho humanamente distante e que com isso, sofrem uma tortura física e psíquica ao terem suas próprias experiências-corpo negadas e nunca alcançadas.
Como bem salienta o Professor Dourado em seu texto homônimo, objeto deste resumo:

Nessas duas situações, o que está no centro não é o corpo. A ciência e o capitalismo não têm por objetivo pôr o corpo como critério das ações, da construção das teorias, da organização da sociedade. (DOURADO, 2009, p.1).


Esse bem comum sonhado, o de que nossas decisões precisam servir os corpos e não o de alguns escolhidos ou autoescolhidos, surgirá quando a visão da sociedade reconhecer nossas decisões a respeito do mesmo, da experiência-corpo genérica. Mas isso impera uma mudança no modo científico/capitalista que se afigura como padrão de vida atual. Enquanto o lucro for o centro o bem nunca será amplo e comum.
É importante não olvidar que essa vereda conduz a experimentos misteriosos com possibilidades utópicas. Acompanhar a poesia do corpo excluído é o início da compreensão para o bem comum. Isso é alcançado através da solidariedade e misericórdia dos corpos pelos corpos, de todos com paixão por outros corpos não apenas pelo sistema egocêntrico da visão exclusivista do próprio corpo.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DOURADO, Wesley A. M. Fé e Cidadania: Corpo[des]cêntrico. In: PLANEJAMENTO SEMANAL-Aplicando a regra, 059., 2008, São Bernardo do Campo. Texto. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 01 - 01. Disponível em : http://www.metodista.br/cidadania/numero-59/fe-ecidadania. Acesso em 26 mar 2009.

terça-feira, 13 de abril de 2010

IDENTIFICAÇÃO DE METÁFORAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS



INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PESQUISA EM FILOSOFIA – SOBRE O FAZER FILOSÓFICO, A ANÁLISE, A CRÍTICA E AS METÁFORAS

LONDRINA
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062


INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PESQUISA EM FILOSOFIA – SOBRE O FAZER FILOSÓFICO, A ANÁLISE, A CRÍTICA E AS METÁFORAS



Aprofundar a compreensão de alguns elementos da pesquisa em filosofia e exercitar a análise, a crítica e a identificação de metáforas.

Professor: Wesley Adriano Martins Dourado


LONDRINA
2009
SUMÁRIO


1 – APRESENTAÇÃO .......................................................................................04

REFERÊNCIAS..................................................................................................05

O trecho que se apresenta da obra de Deleuze e Guattari (O que é filosofia?) aborda alguns aspectos chave, dentre os quais se pode destacar: conceito, criação, competência, sensível, autoria. O primeiro ponto evidente chama a atenção logo na primeira linha, quando a inclinação para o conceito tende a mostrar que o Filósofo não pode deixar de se amparar em relações pensantes estritamente conceituais – “O filósofo é o amigo do conceito [...]”. Reflitamos um mero instante sobre o que é o conceito; o que a representação dum objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais, suas qualidades, eventual abstração, a formação de uma ideia e até mesmo a significação do dito objeto pensado trouxe à humanidade de interessante? Talvez seja uma ótica um tanto quanto pessimista, todavia, o ser humano vive preso dentro de conceitos. A Filosofia busca (dentre uma de suas vertentes) a liberdade, mas, ao construir-se uma série de conceitos que terminam por se dogmatizar, a esperança expectante da liberdade fica ofuscada pelo sistema concebido, o qual é substituído criativamente por um novo e assim numa sucessão de autorias infinitas que se sobrepõem ditando a nova norma conceitual sobre a velha e obsoleta. Um conceito moral, ético, conduz à liberdade? Um conceito religioso, cultural, leva o indivíduo a ser livre para pensar e questionar ou o controla subservientemente com fobias e uma carga densa de culpas e complexos?
Vê-se como é interessante o sutil e paradoxalmente agressivo envolvimento que um conceito exerce no ser humano, seja ele Filósofo ou não; os autores traçaram um esboço de trajetória a ser seguido valorizando a “criação” de conceitos. Segundo Deleuze e Guattari nos mostram, não há necessidade de ir-se mais longe no que foi criado – em especial um conceito -, pois já não haveria nada de novo sob o céu de Platão. À exemplo disso, temos o fato de a sombra titânica que um vulto do porte do alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche deixou, tão festejado e ventilado e por isso mesmo idolatrado, faz com que os Filósofos – no caso em tela – na estrutura da construção de seus pensamentos, se olvidassem do aspecto mais importante do citado Nietzsche, qual seja, criar.
Muito embora não tenha havido nenhuma criação conceitual, apenas a exposição de uma releitura elogiosa à Nietzsche de que um conceito é importante para o Filósofo como potência, furtam-se de um detalhe que merece um apreço mais focado no trecho do referendado Filósofo, qual seja a necessidade de “[...] afirmá-los (os conceitos), persuadindo os homens a utilizá-los.” Essa ideia de imposição não se equilibra no senso harmonioso de liberdade que o texto defende de maneira breve ao lembrar que a criação se diz antes do sensível, já que os conceitos filosóficos são também sensibilia.
Justifica-se os apontamentos acima expostos, no amar incondicionalmente o ato de pensar e questionar com liberdade de se exprimir. Buscar a solução de uma problemática ou, quando muito, instigar sua pesquisa. Impor uma forma pensada a um indivíduo e instando que o mesmo a siga de maneira que não tenha condições de se opor ou acrescentar sua experiência, sua história, sua vivência, seria sepultar a Filosofia e substituir o nobre ideal da liberdade de pensar por uma caverna escura repleta de sombras falantes.


Texto fornecido pela Metodista, em 24/02/2009, extraído de: DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 2000.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

QUEM FOI SÓCRATES?

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS EAD
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia - Licenciatura





AGUSTAVO CAETANO DOS REIS 161062
RICARDO LUIZ DO PRADO 163325
RODRIGO FONTOURA MASSI 161094
VANDERLEI DOS SANTOS AMORIM 161080
CRISTIANE COLLI ENZO 177225



QUEM FOI SÓCRATES?




SÃO BERNARDO DO CAMPO
2009




QUEM FOI SÓCRATES?






Trabalho apresentado ao Curso de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo – Campus EAD - Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião, à disciplina Filosofia Antiga.

Orientador: Prof. Marcos Euzébio





SÃO BERNARDO DO CAMPO
2009
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO....................................................................................4
3 CONCLUSÃO.................................................................................................4
4 REFERÊNCIA.................................................................................................6


INTRODUÇÃO
Aula-Atividade
Em grupos de, no máximo, 05 (cinco) alunos, discutir o texto “Aproximação de Sócrates” e postar no Fórum “Os Vários Sócrates” a resposta do grupo à questão:

“Quem foi Sócrates?”

[Notem que não há uma resposta “correta” para essa pergunta. O que o exercício pede é uma tentativa de compreensão do sentido múltiplo da atividade socrática. Reflitam e apontem o que consideram mais relevante quanto a isso].


2 DESENVOLVIMENTO


Sócrates era um filósofo urbano, seu publico eram os jovens atenienses, foi mestre de Platão, nós conhecemos atreves principalmente dos escritos de Platão, Sócrates não nos deixou nenhum texto.
Platão o descreve, como um opositor dos ensinamentos sofísticos, tanto que é muito difícil separar o pensamento de Platão do pensamento de Sócrates, é um desafio montar o Sócrates histórico, por que além de Platão outros também escreveram sobre ele como Xenofantes de modo caricatural, Aristófanes nos transmite o modo de vida ateniense, Platão segue um caminho contrario, pois relata um Sócrates preocupado com a ética, em seu método maiêutico “irônico maiêutica, processo investigativo sem solução”. Sua filosofia é voltada a imanência voltada nas características sofistica com intuito da investigação do ser humano concreto e todas as suas perspectivas e suas ânsias. A teoria e o mundo vivido não se separam dele, seu próprio estilo de vida era uma investigação de si mesmo, ele mesmo declara isto “conhece-te a ti mesmo”.

3 CONCLUSÃO
Como é difícil reconstruirmos o Sócrates histórico, o que mais nós apostamos foi na teses da interpretação socrática de Platão.



REFERÊNCIA
EUZÉBIO, Marcos S. P: Aproximação de Sócrates: Enviado via moodle. Site www.metodista.br, último acesso 14, abril 2009.

sábado, 27 de março de 2010

SÓCRATES E O PROBLEMA SOCRÁTICO



UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD –POLO LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS



LÓGICA E FILOSOFIA ANTIGA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA: SÓCRATES E O PROBLEMA SOCRÁTICO














LONDRINA
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062






LÓGICA E FILOSOFIA ANTIGA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA: SÓCRATES E O PROBLEMA SOCRÁTICO







Trabalho apresentado ao curso de Filosofia 1º Período do módulo de Lógica e Filosofia Antiga, à disciplina História da Filosofia Antiga: Sócrates e o Problema Socrático. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Pólo Londrina.

Professor: Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio







LONDRINA
2009




SUMÁRIO


1 - INTRODUÇÃO.............................................................................................03

2 - APRESENTAÇÃO .......................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................07

REFERÊNCIAS..................................................................................................08







































1 – INTRODUÇÃO

O presente texto que se segue, não tem o condão de querer efetivamente se aprofundar e identificar na vida de Sócrates seu mais íntimo e secreto objetivo. Através da Apologia de Sócrates feita por seu discípulo Platão, pudemos ter acesso a uma parcela pífia da magnitude do ser chamado Sócrates. Sua eticidade, sua coragem, seu desejo imperioso de mostrar ao próximo algo que ele havia descoberto e cujo trabalho maior era tornar isso compreensível através de palavras, e mais, palavras que brotassem da boca de seus ouvintes para assim serem transformadas em saber autóctone.
O objetivo do texto é trazer luz à indagação “Se Sócrates admite nada saber, e faz profissão de fé de sua ignorância, como pôde ser considerado a mais perfeita descrição de filósofo?”






















2 – APRESENTAÇÃO

Pelo que se sabe, Sócrates nasceu em Atenas 469 anos antes de Cristo (aproximadamente). Seu pai era escultor e sua mãe, parteira. Filósofo grego foi considerado um dos fundadores da filosofia Ocidental. Iniciou os estudos sobre a natureza da alma humana e a busca do conhecimento. Tido em sua época como o mais sábio dos homens, julgou-se imbuído da missão divina de converter os cidadãos de Atenas à sabedoria e à virtude por força de uma predição do oráculo de Delfos em resposta a uma pergunta feita por Querofonte (seu amigo de infância) o qual indagou se havia alguém mais sábio que Sócrates, a cuja pergunta a Pítia lhe respondeu que não havia ninguém mais sábio.
Todo o magistério socrático surge após essa resposta feita à pergunta por seu amigo.
Sócrates foi considerado o marco fundante da Filosofia, ele marca o começo da forma de pensar racional voltada para o homem. O que havia antes de Sócrates não era a Filosofia que passou a existir posteriormente.
A primeira aparição de Sócrates na literatura foi trágica, através da peça As Nuvens de Aristófanes, onde Sócrates é considerado um físico (naturalista) e sofista execrado e satirizado.
Todavia, Xenofonte de Atenas, que, por sua vez não foi filósofo, mas sim soldado e historiador, - conta-se que chegou a ser discípulo de Sócrates, mas não se sabe se é verdade - já fala melhor de Sócrates. A tarefa socrática segundo Xenofonte:

[...] discutia constantemente tudo o que ao homem diz respeito, examinando o que é o piedoso e o ímpio, o belo e o vergonhoso, o justo e o injusto, a sabedoria e a loucura, o valor e a pusilanimidade, o Estado e o homem de Estado, o governo e o governante e mais coisas deste teor, cujo conhecimento lhe parecia essencial para ser virtuoso e sem o qual se merece o nome de escravo. (Slides tele aula).

Para Platão, Sócrates é considerado o pai da filosofia, um modelo de filósofo, dialético, herói do pensamento. A diferença entre Sócrates (para Platão) com relação aos outros filósofos é que ele se ocupa de uma sophia antropológica, a sabedoria humana!
Filosofar para Sócrates era advertir, exortar, ensinar os homens a cuidarem da razão, da verdade e de melhorar sua alma - psyché - acima dos bens materiais.
Sócrates é o que traz para a tradição Ocidental a contribuição que o homem é um sujeito dotado de alma e a alma permanece no próprio homem.
Para Sócrates o sujeito e o estado devem ser livres.
Sócrates era um homem simples e um cidadão humilde, sem muitas posses e não recebia para dar seus conhecimentos. Conhecimentos esses os quais ele próprio não considerava como tais, pois buscava provar ao deus oracular que ele não poderia ser o mais sábio de todos, pois ele tinha certeza que sabia que nada sabia, e assim buscava na polis um outro que o ultrapassasse no saber – missão ingrata, por sinal.
O método socrático tinha um pouco das qualidades das profissões de seus pais. Sócrates não impunha o conhecimento, mas à maneira da profissão materna, ajudava para que ele viesse à tona de dentro do discípulo, que o produzia por si mesmo. Sua arte de dialogar, conhecida como maiêutica, provocava aquilo que ficou conhecido como "a parturição das ideias". Por outro lado, sua intenção era a formação autônoma da pessoa. Era converter, à maneira da profissão paterna, uma massa natural e sem forma em uma bela representação individual do espírito. Daí resultava que o conhecimento primordial do homem deve ser o conhecimento de si mesmo.
Sócrates questionava as tradições gregas, entre elas costumes dos cidadãos e suas crenças, inclusive nos deuses. A inteligência para pensar e o talento para a oratória o tornam popular entre os jovens atenienses, o que desperta a atenção dos cidadãos poderosos e conservadores da cidade.
No conhecido texto de Platão “A Defesa de Sócrates”, (PLATÃO, 1980) Sócrates através da escrita de seu discípulo, externiza o ensinamento maior que era exatamente o de que não deveria escapar ao julgamento e mais ainda da pena lhe imposta. Raciocinando assim, pôde passar para a humanidade uma sabedoria maior, que foi, com o preço de sua vida, provar que seus acusadores, julgadores e executores estavam equivocados em pensar da forma como imaginavam ao processar Sócrates como o fizeram, eis que o mais difícil seria o agir depois desse tribunal; se Sócrates se tornasse livre, certamente o seria através de alguma espécie de punição restritiva que implicaria em se calar ou até mesmo exilar-se, mas isso não seria possível, pois onde quer que ele estivesse, seria procurado por aqueles que tinham sede de saber. Se escapasse – como estava programado por seus seguidores – ele, Sócrates, poria tudo a perder, indo contra seus próprios ensinamentos que preceituavam a liberdade de falar e se defender perante a lei dos homens. Se, como o foi, condenado à morte, acabaria convertendo-se num mártir do saber, pois aqueles que o queriam bem e o ouviam para aprender, dali em diante fariam uma revolução cultural em sinal de apostasia e prova cabal do saber livre e dinâmico que o grande sábio discorria, a começar pelo próprio Platão e Xenofonte que fizeram suas apologias à Sócrates.
Na Wikipedia encontramos o seguinte trecho:

“Modernamente (filosofia) é a disciplina, ou a área de estudos, que envolve a investigação, a argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o homem e o ser. Originou-se da inquietude gerada pela curiosidade em compreender e questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso comum e pela tradição. As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração.” (Grifos nosso).

É maravilhoso pensar que um único homem, uma pessoa de parcos recursos e de família simplória, pudesse ter acesso a um nível de saber imanente tão profundo e claro e ao mesmo tempo inquietante e complexo, que repercutisse de forma tão estrondosa na posteridade a ponto de ser a base de todo o conhecimento que hoje, sendo redundante, se conhece!
As ciências, as políticas, as religiões, devem a Sócrates os alicerces estruturais de seus conceitos. Entretanto é imprescindível denunciar que seu saber foi torcido tal como cipó numa árvore ao olhar e aos interesses de todos os que vieram depois e que ergueram a bandeira socrática como pálio do saber e fizeram do mesmo seu palanque de opiniões próprias...
Isto não importa. Sócrates não foi o único que padeceu por querer mostrar a liberdade do homem e nem será o último.
Parece que os milhares de anos que nos separam são apenas um tênue véu que separa o tempo e o espaço das mentes ávidas para esboçar um sorriso brilhante ao saber – mesmo através daqueles que o divulgaram – um pouco da nossa ignorância e com ela ultrapassar os limites da singeleza de sermos humanos.










3 – CONCLUSÃO

Percebemos em poucas linhas que justificar como o sábio maior pode ser considerado a mais perfeita descrição de filósofo é algo paradoxalmente simples e difícil... Diria simples, pois não precisa ir muito longe para se compreender sua descoberta magna: a alma do homem e que o homem deve se ocupar dela e não das coisas terrenas – importante que isso não tem conotação mística tampouco religiosa, mas algo mágico e espiritual “[...] uma inspiração que me vem de um deus ou de um gênio [...]” (PLATÃO, 1980). Difícil, pois para quem não tem a mônada propulsora do questionar e do descobrir, conciliar esse ideal tão prático com o sistema que esmaga o indivíduo só pode ser considerado uma utopia distante e impraticável, alcançada, quiçá, somente por ascetas e ermitãos isolados em cavernas nas montanhas, longe dos desafios e do conforto da vida moderna.
Sócrates passeou pelos confins do ser e voltou aos espaços mais profundos do homem descobrindo valores (e defeitos) que somente um incansável Filósofo o faria, por tal, por essa obstinação ele provou com sua vida e com sua morte que o Filósofo deve perseguir seu intento até a última instância, pois ele não amealhou nenhum recurso financeiro para si com esse ato – quando muitos o fizeram -, e sua triste expiação foi a máxima atestação da veracidade de suas sábias palavras.
















REFERÊNCIAS

http://pt.wikipedia.org/wiki/filosofia. Acesso em 15 abr. 2009.

Apresentação de slides da tele aula do dia 14 abr. 2009.

Ilustração 1 – Busto de Sócrates. Disponível em: http://www.algosobre.com.br/biografias/socrates-filosofo.html . Acesso em 15 abr. 2009.

PLATÃO. A defesa de Sócrates. Tradução de Jaime Bruna. Coleção Os Pensadores. Ed. Abril Cultural. 1980.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A LÓGICA COMO INSTRUMENTO E COMO ANDAIME DO MUNDO

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS



INTRODUÇÃO À FILOSOFIA E LÓGICA
A LÓGICA COMO INSTRUMENTO E COMO ANDAIME DO MUNDO















SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062






INTRODUÇÃO À FILOSOFIA E LÓGICA
A LÓGICA COMO INSTRUMENTO E COMO ANDAIME DO MUNDO







Trabalho apresentado ao módulo Introdução à Filosofia e Lógica sob o tema “A concepção de lógica de Wittgenstein no Tractatus”. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Pólo Londrina.

Professor: José Fernando da Silva







SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................07

NOTAS REFERENCIAIS...................................................................................08







































1 – INTRODUÇÃO

“Quando terminou de escrever o Tratado Lógico Filosófico, em meados do século XX, Wittgenstein enviou correspondência para Bertrand Russell afirmando que os problemas dele haviam acabado, pois não haveria mais o que escrever sobre lógica.” É evidente que não podemos pensar que Ludwig Joseph Johann Wittgenstein sanou definitivamente todos os problemas de lógica que assolam a humanidade, eis que são complexos e profundos demais para uma simples existência solvê-los, tanto que o próprio Wittgenstein entendia que enquanto não escrevesse algo do gênero, não teria solucionado seus próprios problemas, mas talvez o vienense não esperasse ter se aprofundado tanto assim no assunto desde Platão e Aristóteles trazendo à lume uma nova proposta de raciocínio distinta daquela poética que pululava a cabeça dos filósofos de até então; um raciocínio duro e rígido nascia com sua obra e também uma nova ótica se deitava no leito intelectivo do pensar filosófico contribuindo com diversas inovações nos campos da lógica, filosofia da linguagem, epistemologia, dentre outros. Para o autor, no prefácio do Tractatus, “o que se pode em geral dizer, pode-se dizer claramente; e daquilo sobre o que não se pode falar, deve-se calar”. Aqui ele mistifica ao mesmo tempo que busca desfazê-lo dilenando o caminho que trataria de seguir e indicar para a humanidade buscadora da verdade: existem coisas qeu a lógica não consegue resolver.
Wittgenstein mesmo se considerava uma placa indicadora do caminho: “Assim, pois, eu devo colocar sinais em todos os lugares em que existem caminhos equivocados para ajudar aos que seguem por pontos perigosos”. Com seu Tractatus Lógico-Philosophicus ele quis agraciar aqueles que buscam um novo horizonte dentro da Filosofia, um horizonte que pode alcançar de uma forma epistemológica e até mesmo empírica aqueles que não se adequam aos aspectos internos de uma Filosofia do Ser mas que não abandona o devir ontológico.









2 – APRESENTAÇÃO

Embora tivesse forte raiz judia , Wittgenstein era católico e seu tratado teve tendências éticas e religiosas. Um contrasenso para quem imagina encontrar apenas e tão somente raciocínios matemáticos e físicos em seu trabalho. Ele se valia de aspectos comuns do dia a dia, com grande ênfase – senão a primordial ênfase – na forma como as pessoas se utilizam para se compreender umas às outras: a linguagem. A relação entre linguagem e mundo é um tema importante em sua obra como um todo, em especial a questão da natureza da realidade e da forma através da qual ela se faz inteligível. Era incrível como um livro complexo e intrincado que buscava nortear os estudos racionais - contemporâneo e vindouros - estava necessariamente ancorado em entidades abstratas, em construções geométricas, em conceitos sem características individuadoras ou ainda em objetos da experiência imediata. É fácil de se perceber que o foco principal que permeia todo o livro magno de Wittgenstein é o encontro da verdade absoluta, assim como os pensadores predecessores e porque não, dos atuais.
Wittgenstein deslocou o eixo da investigação filosófica ao reduzir drasticamente o papel da verdade como determinante do sentido das expressões. Aquilo que parecia ser uma condição de verdade das proposições é para ele uma condição de sentido. Mas o mais fascinante era que ele conseguia realizar suas constatações sobre a realidade do mundo buscando distanciar-se da metafísica, tocando a esfera do ontológico. A exclusão radical da metafísica de toda esfera do conhecimento humano partiu da fixação de um amplo campo de significação para o termo metafísica, com pretensão de esboçar normas à realidade. A metafísica não poderia realizar comparações com a realidade. Wittgenstein buscava traçar limites excludentes a toda esfera axiológica em relação ao âmbito das ciências, demarcação esta que ele se esmerou em realizar delimitando a linguagem de um ponto de vista interno, ou lógico. Segundo Wittgenstein, “O místico não está em como o mundo é, mas que o mundo seja”. (Tractatus, 6.44). Esse sentimento de espanto vivenciado pelo sujeito que percebe, que enxerga o mundo como uma totalidade ordenada é o Místico. Percebe-se como ele é ontológico em sua lógica rígida? Afinal, ele perpassa toda a reflexão inicial sobre o mundo e seus componentes para nos trazer uma lógica prática e racional.
No Tractatus existem componentes essenciais do mundo, tais como os objetos, os estados de coisas e os fatos. Os objetos se constituem para Wittgenstein a substância do mundo, aquilo que dá sustentação independente de outras coisas. Quando o autor falava de objetos, buscava retratar o “objeto lógico”, se assim posso me referir, mas não meramente de suas propriedades materiais, mas sim de suas propriedades “internas” bem como sua relação com os outros objetos. Como ele mesmo dizia: “não podemos pensar em nenhum objeto fora da possibilidade de ligação com outros” (WITTGENSTEIN, § 2.011) . Havia o entendimento de que era essencial para a coisa – ou o objeto – poder ser parte constituinte de um estado de coisas. A coisa não poderia estar desvinculada dos estados das coisas que lhe estão como subjacentes eis que os objetos têm a possibilidade de todas as situações. Os fatos e os estados de coisas estavam num patamar muito próximos para Wittgenstein, tanto que se o estado de coisa é uma possível ligação entre objetos que poderia ser diferente, o fato é algo já consumado, algo ocorrido, de tal modo que um fato nada mais seria do quem um estado de coisa já existente, por isso a verdade seria encontrada dentro de uma proposição perfeita, construída com uma linguagem clara e correta, pois em o fato já tendo sua existência como certa, o objeto da busca seria encontrado trilhando a vereda da proposição apresentada valendo-se do raciocínio lógico.
Sua obra tencionou traçar um limite ao pensar, mapeando o conjunto de “objetos” que nossa linguagem e pensamento podem interagir.
A ontologia que delineia a obra do autor do Tractatus parte da noção de atomismo. Em linhas gerais, esta se efetiva sobre três postulados: toda estrutura é composta por elementos simples; os elementos que constituem uma estrutura não são analisáveis e as propriedades internas dos elementos determinam as estruturas de todos os complexos. Para Wittgenstein “a solução de todos os meus problemas deve ser extremamente simples.” (Wittgenstein, p. 32. 1971)
O cerne da verdade deveria ser encontrado quando se buscasse a resposta dentro do problema, mas a mesma – a verdade – só poderia ser localizada a partir do instante crucial em que o próprio problema fosse adequadamente construído, caso contrário, se houvesse falha na linguagem da problemática, a busca pela verdade restaria prejudicada. Wittgenstein procurava uma linguagem científica que não se abastecesse de subjetivismos, que fosse imparcial, ela deveria ter uma figuração da realidade como algo possível.
Wittgenstein desenvolve os signos proporcionais ou sinal proposicional para poder descobrir a veracidade ou até mesmo a falsidade de uma proposição. Um signo é diferente de um símbolo. O signo é uma marca no papel ou um som audível que isoladamente carece de sentido. Somente quando usado como expressão tendo algo comum com estados de coisas, é que um signo também vira um símbolo. Tal método é o comparativo do signo proposicional e a realidade factual, ou seja, entre o enunciado e a realidade. “Possuidoras de uma estrutura lógica fundamental, as proposições apenas podem mostrar tal estrutura [...] como as coisas acontecem no mundo” , mas nunca dizer o que acontece, pois a própria linguagem possui uma forma lógica, por isso a preocupação de Wittgenstein com o raciocínio adequado fundado em uma lógica racional e uma linguagem perfeita. Só assim, pensava o autor, poder-se-ia encontrar a verdade tanto buscada por todos os Filósofos.
Aristóteles reelabora uma tese, já presente em Platão, de que a proposição possui duas características essênciais: sua complexidade e sua bipolaridade, por isso, enunciar é visar o alvo. Uma enunciação falsa não deixa de ser uma enunciação, só não tem seu valor de verdade. O diferencial da lógica está no pensamento. Um pensamento denota um conjunto de modelos ou figuras que construímos visando à representação factual, assim sendo, elucubrações poéticas não compõem o termo.
Segundo José Fernando da Silva, “A única tarefa que cabe à filosofia é apontar os mal-entendidos a que se submetem os filósofos em virtude da incompreensão da lógica da linguagem; uma vez esclarecido esse ponto, desaparecem todas as interrogações filosóficas.” (SILVA, 2006) . Ocorre que, ao lado desse juízo totalmente negativo da Filosofia, há um sentido diferente apresentado no Tractatus: a Filosofia pode ser instrumento determinante à compreensão do mundo: se após galgarmos os degraus da mesma, conseguirmos contemplar de modo mais lúcido o mundo, terá ela cumprido seu papel.
Eis a magia oculta na ciência da obra de Wittgenstein. Mostrar àqueles céticos da Filosofia e crentes da ciência, que mesmo nos valendo da valorosa e poderosa ciência, existe a necessidade ímpar de utilizarmos a Filosofia como ferramental precursor do descobrimento de uma resposta: “o que é?”.













3 – CONCLUSÃO

Para os incautos viajores da leitura wittgensteiniana um lembrete de cunho informativo: não se perca nos labirínticos caminhos pensantes e tampouco nos retorcidos cipós da intelecção de seus pensamentos silogísticos que perspassam da lógica para a matemática e física que assustam e fazem fugir à galope os menos avisados, mas busque verificar através de seu raciocíonio ontológico, aquilo que ele procura como essência escondida na confusão da irracionalidade da ausência de resposta. Wittgenstein queria medir o grau de legitimidade das pretensões filosóficas que lhe pareciam distantes e aquém de uma posição definitiva, conclusiva. E ele estava certo nesse buscar. Uma Filosofia que não serve para nada, para nada serve. Evidente que ele imaginava que o que estivesse além do limite seria considerado um contra-senso, pois ele queria passar à nós, meros mortais do intelecto, um limite para se encontrar a verdade através da linguagem. Compreende-se aqui sua profunda paixão e carinho pelo saber e pelos que, assim como Sócrates, sabem que não sabem? Explicar o inexplicado, através de palavras, linhas escritas, símbolos e fazer com que o outro o compreenda foi algo que Ludwig Wittgenstein tentou passar para a humanidade, pois as questões lhe eram consideradas como de difícil compreensão e através da lógica formal ele procurou resolver todos os problemas da Filosofia. Entretanto é bom recordar que alguns problemas tratam-se de questões sem sentido e que não são necessáriamente problemas, apenas não são exprimíveis pela nossa lógica e linguística.
O índio do período do descobrimento, que jamais em sua curta existência havia visto uma embarcação do porte de uma caravela, nunca poderia conceber em sua ilimitada mente a mesma; tudo aquilo que é pensável é possível, mas aquilo que é ilógico, não pode ser pensado. Das coisas ocorrem os fatos e destes temos as relações de lógica. Wittgenstein buscou mostrar a estrutura do mundo e não a estrutura de nosso conhecimento. É o mundo em si mesmo, não nosso conhecimento que se resolve em fatos. Encontrando o mundo, encontramos a realidade total, encontrando a realidade total, encontramos a verdade!








NOTAS REFERENCIAIS
http://www.tex.pro.br/wwwroot/00/061128logica.php. Em 01/05/2009.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wittgenstein. Em 30/04/2009.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/intuitio/article/viewFile/3670/3296. Em 30/04/2009.
http://www.uvanet.br/rhet/artMar2008/linguagem.pdf. Em 01/05/2009.
http://www.ipep.edu.br/portal/publicacoes/revista/Revista%20Fipep2007/Artigo%206.pdf. Em 03/05/2009.
WITTGENSTEIN, L. Carnets. 1914-1916. Paris: Gallimard, 1971.
http://www.uvanet.br/rhet/artMar2008/linguagem.pdf. Em 01/05/2009.
http://gegelianos.blogspot.com/2005/06/0-tractatus-logico-philosophicus-uma.html. Em 26/04/2009.
SILVA, José Fernando da. Revista Técnica IPEP, São Paulo, SP, v. 6 n. 2, p.61-74. ago./dez., 2006.

quinta-feira, 18 de março de 2010

HÍPIAS MAIOR DE PLATÃO

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS







INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – FILOSOFIA E MÉTODO








LONDRINA
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062






INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – FILOSOFIA E MÉTODO





Pensar a filosofia e o filosofar a partir do método intuitivo e do pensamento de Bérgson. Resumo do diálogo Hípias Maior de Platão destacando 10 definições de Belo acompanhadas de suas refutações.

Professor: João Epifânio Regis de Lima









LONDRINA
2009
SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO..................................................................................................03


REFERÊNCIAS.......................................................................................................08



























APRESENTAÇÃO

O alimento da alma pode ser encontrado de diversas maneiras e também pode ser questionado profundamente e até mesmo irritantemente como o fez Sócrates com seu colega Hípias. A obra de Platão nos brinda com um jogo interessante do intelecto e ao mesmo tempo brinca com nossa razão a ponto de querer que ambos deem um nó. Sutis detalhes do diálogo em questão (PLATÃO) passam à margem do foco da conversa e ao mesmo tempo querem mostrar o quanto o estudo de um problema filosófico pode ser apresentado de formas distintas ao leitor atento.
Exemplificando o exposto, temos logo na primeira linha do texto uma exclamação de Sócrates em prol de Hípias: “Oh! O belo e sábio Hípias!”. Na página 06, 287 a, Sócrates exclama: “Por Hera! Belas palavras, Hípias, [...]”. Na página 10, 291, a, Sócrates responde a uma colocação de Hípias com o seguinte dizer: “[...] nem fica bem preocupar-se com nomes tão vulgares um indivíduo como tu, de vestes tão bonitas e com esses calçados, [...]. Infelizes quanto ao andamento do raciocínio, na página 14, 297, d, Sócrates reclama: “[...] é bem possível que nossa bela conclusão, [...]”. Falando em nome de seu inquisidor, Sócrates, à página 16, 299, c, interpreta: “Bela resposta, ele diria.” E assim segue sempre abordando questões do próprio belo entre as lisonjas e ironias, trocadas.
O diálogo trata de uma busca pela explicação do que seria “o belo”, mas o autor nos coloca diversas variantes do belo enquanto habilmente desloca a atenção do leitor do cerne do problema com o qual os protagonistas se debatem para uma conversa informal e mais suave, na qual o belo é sempre presente e implanta, subliminarmente, na psique do inadvertido leitor, intenções afáveis do que se poderia concluir em cumplicidade com os dois, o que seria efetivamente “o belo”.
Um outro exemplo que entendo importante apontar, antes de adentrar propriamente no resumo da obra com as indicações do belo e suas respectivas refutações, e que salta aos olhos podendo ser considerado uma formidável forma do belo, é o carinho e afeto que ambos buscam se tratar refletido no respeito mútuo. Senão vejamos: na página 2, 291, b, Sócrates jubila-se: “Isso sim, Hípias, é que é ser homem verdadeiramente sábio e perfeito!”. À altura final da página 6, 297, e, Hípias responde a uma posição de Sócrates com a seguinte frase: “Compreendo, bom homem, e vou responder [...]”. Página 10, 291, e, Sócrates exulta: “Oh, oh! Hípias! Isso é que é linguagem admirável, sublime e verdadeiramente digna de ti.” O mesmo praticamente ocorre à página 14, 297, b, com Hípias: “É muito certo, Sócrates, falaste admiravelmente.” Outro elogio se apresenta à página 16, 300, d, quando Hípias expõe a fraternidade entre ambos: “Ninguém, Sócrates, como tu, se acha em condições de saber se estou ou não brincando.” Sem contar os aspectos já primeiramente lançados e outros tantos que não merecem ser mencionados, não por não serem de valor, mas por amor à brevidade da apresentação, todavia não maculam em nada a idéia do diálogo Hípias Maior, onde dois grandes sábios se unem na esperança de que, juntos, possam desvendar o mistério de qual seria o critério para reconhecer o que é belo e o que é feio. A proposta, em princípio, apresenta-se como uma espécie de brincadeira elaborada por Sócrates onde imagina que um cidadão, ouvinte de suas palestras, o indagaria e o refutaria sucessivamente consoante já o teria feito. Sócrates tenta, assim, aquinhoar de seu amigo Hípias uma resposta fiel ao intelecto e lógica ao raciocínio.
Perquirido constantemente por Hípias quem seria tal cidadão, Sócrates apenas escapa dizendo que o homem é “[...] sem polimento nenhum, grosseirão e só preocupado com a verdade.” (Página 7, 288, d). Em outra oportunidade, o próprio Hípias, já cansado de tanto ser refutado em suas observações, acrescenta novamente sobre as qualidades do dito homem: “Porém uma coisa eu sei: que é um tipo ignorante.” Ao que Sócrates confirma: “É um sujeito terrível, Hípias.” (Página 8, 290, e). O que termina por complicar a conversa, pois Hípias demonstra querer findar o assunto com uma mera e singela resposta àquilo que lhe parecia fútil e tolo, mas, quando Sócrates mostrava que o “terrível” homem não passava de um indolente, mas que, apesar disso, buscava a verdade, Hípias não tinha recursos que não seguir encontrando novas respostas para as refutações concebidas por Sócrates fingindo ser seu algoz. Essa postura complicava-se diante do fato que Hípias desmerecia sempre o homem, sempre apoiado em outros tantos adjetivos pejorativos, mas quando ele, na pele de Sócrates, encontrava uma falha nas respostas apresentadas pelo sábio Hípias, um paradoxo se apresentava: Como poderia uma figura ignorante ser capaz de refutar tão sagazmente dois cérebros pensantes do porte de Hípias e de Sócrates? É somente mais adiante, quando seus questionamentos que sempre refutam as respostas do amigo já começam a tirá-lo de seu estado sério, é que ele (Sócrates) opta por trazer à lume a identidade do “questionador” como sendo Sócrates, filho de Sofronisco.
Assim, prosseguem o diálogo sempre encontrando pontos que são identificados como belos, mas que logo Sócrates derruba habilmente; senão vejamos agora uns dez desses itens analisados.
Sócrates apresenta algumas definições do belo em si e, dentre outros, dá o exemplo de uma bela jovem sendo a mesma por efeito o que deixa belo todas as coisas (página 7, 288, a). Hípias concorda de plano, mas Sócrates, fazendo-se por seu cruel interlocutor, expõe que ele diria que uma égua, por ser algo criado por Deus, também pode ser bela. Logo em seguida, explica que o belo poderia ser uma bela panela feita por um exímio oleiro, bem polida e redonda e devidamente cozida, e esse pensamento levou à conclusão de que as demais panelas seriam feias, ou uma égua, ou uma donzela, comparadas a ela e a todas as outras coisas verdadeiramente belas. Então, passa a existir um ponto para se avaliar o belo: a comparação!
Logo, a raça das virgens (considerada antes bela) passa a ser comparada com a dos deuses, e assim conclui-se que as virgens já não seriam belas, portanto, o parâmetro não havia sido alcançado, pois se comparassem a raça dos deuses com os homens, não estariam os homens no nível de belo.
Outro inciso que se levanta é que o belo então seria o que orna todas as coisas, e assim as faz parecerem belas; ao que Hípias alega ser então o ouro o próprio belo. Mas o inquisidor de Sócrates questiona então se uma escultura de Fídias seria menos bela por não ter ouro? Ao que, derrotados, compreendem que o ouro não seria o que torna bela as coisas.
Seguem, contudo encontrando que o que convém seria o que deixaria as coisas belas; logo Sócrates indaga o impaciente sábio se o que conviria para uma panela com alimentos: uma colher de pau ou uma de ouro? Ao que, derrotado um vez mais, percebem que o que convém nem sempre é o ouro que orna, por tal, a conveniência não faria belas as coisas. A colher de pau passa ser indicada para mexer o alimento, eis que a indicação do bem, da coisa adequada a um fim não pode ser comparada a outra similar em sua forma como sendo bela.
Hípias, sob aplausos animadores de Sócrates, busca nova resposta: “o que há de mais belo é ser rico, gozar saúde, ser honrado pelos Helenos, chegar à velhice e, assim como sepultou condignamente os pais, ser sepultado pelos filhos, por maneira bela e suntuosa.” Mas Sócrates lembra que buscam o belo em si, que confere beleza a todas as coisas a que se agrega, seja esta pedra, madeira, homem, deus, ação ou conhecimento e é deslocado quando Sócrates faz ruir a idéia imediatamente acima de que não seria belo então o mesmo ato realizado por um herói ou deus.
Sócrates conduz o amigo a crer que o belo seria então a conveniência em si mesma, por isso, o belo seria o que convém. Mas ele próprio refuta a sua idéia que parecia adequada para Hípias, quando mostra que a conveniência faz parecer belos os objetos a que se junta, ante isso, seria uma burla com relação à beleza, se alguém usasse manto ou calçados adequados e fosse ao mesmo tempo ridículo. Por isso, belo não seria o que faz as coisas apenas o parecerem, mas sim as que as deixa belas de verdade.
Caminhando para novas veredas mentais, Sócrates encontra novo pensamento de que não seriam belos os olhos que não enxergam, mas sim os que estejam aptos para esse fim, e acrescenta o mesmo com relação ao corpo que estaria apto a correr e lutar, bem como um cavalo, vasos, veículos, navios, instrumentos, ocupações e instituições, partindo do pressuposto que todos, nessas condições, sejam úteis e por assim ser, belos. Segundo o pensamento socrático exposto no diálogo, o que seria capaz de fazer alguma coisa útil, seria belo e feio o incapaz. Entusiasmado, Hípias valoriza o raciocínio, dando como exemplo de belo via capacidade, a política bem administrada.
Mas, para desespero de seu colega, Sócrates refuta o próprio pensamento, quando atribui à capacidade, poder aos homens de fazer o bem e/ou o mal, por isso, quando a capacidade dá poder ao homem de realizar uma maldade, tal gesto jamais poderia ser considerado belo.
Sem desistirem da incessante busca, ambos parte para novo juízo: os belos corpos, as belas instituições, a sabedoria e tudo o mais que se referiram até então, seriam belos por serem vantajosos. Em prol disso, o belo seria o vantajoso. Assim seguindo, encontraram que o vantajoso seria o que produz o bem, e mais, que produzir alguma coisa seria a causa dessa coisa, dessa forma, a causa do bem seria o belo. Mas concluem, depois de um grande esforço, que a causa não poderia ser efeito, tampouco o efeito a causa, ou seja, a causa não poderia ter como efeito o bem, por reflexo, a causa não poderia ser o belo e por conseguinte, o bom não pode ser o belo.
Incansavelmente partem para um novo prumo, de que seria belo aquilo que nos proporciona prazer, mas só aquele alcançado pelas vistas e pelo ouvido. O que nos deleita pela vista e pelo ouvido seria o belo. Caem em nova armadilha, quando o próprio Sócrates conclui que não fariam parte desse conceito alcançado, o alimento, a bebida, o amor, por não serem possíveis de serem vistos ou ouvidos, conquanto as demais sensações também proporcionam muito prazer. Sendo assim, todos os prazeres que existem, mas que não viessem dos ouvidos e da vista, não poderiam figurar como belos, assim, como um outro prazer qualquer sendo maior ou menor, não poderia ser considerado belo?
Negado o último encadeamento de juízo, chegam a outra reflexão, de que o belo seria o prazer útil, mas, já esgotados, percebem que o útil seria aquilo que produz o bem, mas o produtor e o produto são diferentes, por tal, voltavam ao ponto de partida já abordado, de que o bem não pode ser o belo, nem o belo pode ser o bom, se cada um deles for algo diferente.
Hípias, já parecendo exausto do infindável questionário e já percebendo não ter um fim aquela conversa, mostra, de forma um tanto rude, a Sócrates que seria belo poder alguém dizer bem um ótimo discurso num tribunal, num conselho, diante de um autoridade pública, a tal ponto de persuadi-la e que a mesma leve dali a salvação de si próprio, de seus haveres e de seus amigos, devendo Sócrates se aplicar a isso, abandonando as futilidades a que estava se dedicando, como tolices e palavrório vazio.
Calmo, mas sem deixar de mostrar que havia ficado um tanto quanto ressentido por ter sido maltratado com expressões rudes, Sócrates optou por concluir o diálogo, mas não sem antes deixar claro ao amigo Hípias, que era sim admirável realizar tais gestos com uma oratória e um discurso bem feito, mas que o filho de Sofronisco, lhe mostraria, finalmente, que Sócrates deveria se envergonhar de falar a respeito das belas maneiras de viver, sendo ignorante, visto Sócrates não saber até mesmo o que venha a ser beleza. De que modo poderia saber se um discurso está bem ou mal composto se sequer sabe o que é belo?
Assim, ainda respeitosamente, voltando-se ao seu amigo, alegou já ter ouvido diversas injúrias e repreensões dele, assim como acabara de ouvir do amigo, não sabendo se seria melhor morrer ou viver, numa espécie de premonição, mas concluiu que talvez fosse merecedor delas, mesmo sem saber se isso seria de alguma utilidade. Mas, sabiamente deu a volta por cima, quando optou por encerrar o diálogo com Hípias, dando conta de que terminaria pelo menos por compreender o significado de um provérbio, o de que “o belo é difícil”.
Assim Platão encerra esse episódio.

REFERÊNCIAS

PLATÃO. Hípias Maior. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Curitiba: Editora da Universidade Federal do Paraná, 1980.