- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PLANO DE ENSINO FILOSÓFICO PARA ENSINO MÉDIO

CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR

Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião

Filosofia Licenciatura

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP

2010

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

Trabalho apresentado ao módulo Filosofia da Educação à atividade: Portfólio e Atividade Modular. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.


Professor: Wesley Adriano Martins Dourado

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................03
PLANO DE TRABALHO ANUAL...................................................................04
OBJETIVOS GERAIS........................................................................................04
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................05
CONTEÚDOS....................................................................................................06
JUSTIFICATIVA...............................................................................................11
METODOLOGIA...............................................................................................11
AVALIAÇÃO.....................................................................................................13
REFERÊNCIAS..................................................................................................14
REFERÊNCIAS DE PESQUISA.......................................................................16

“Simplesmente encher a cabeça da criança com um monte de

informação e fazê-lo passar exames, é a forma

menos inteligente de educar...”

Jiddu Krishnamurti

INTRODUÇÃO

Como atividade de Avaliação Modular e Portfólio, nos foi determinado a produção de um Plano de Ensino anual para um curso de filosofia voltado ao Ensino Médio.

Importante ressaltar previamente as dificuldades inerentes ao caso em tela, seja este teórico e na prática, no que concerne especificamente na elaboração do mesmo sem prévio conhecimento do topos em que se deparará, urgindo que o Professor, ora neófito, aja com amplo espectro intuitivo, levando-se em consideração que um Professor, em sua “vida real”, muitas vezes trabalha em mais de uma escola, em bairros totalmente distintos e com classe social variadíssimas, o que nos leva à elaboração flutuante de um plano de ensino, flexível e até mesmo genérico, situação que certamente se ajusta após um ou dois anos de atividade, essencial para a imersão no mundo de cada região geográfica e social das escolas, sejam elas públicas ou privadas.

A necessidade de ser ponderado neste momento da atividade, - importante para o discente, pois objetiva prepará-lo à prática efetiva – é fundamental na ampliação da presença da filosofia no ensino regular, para além das ciências humanas, como diz o Professor Dourado (DOURADO, p. 41, 2010).

O trabalho filosófico começa para o Professor bem antes de quaisquer problemáticas técnicas, no dia em que se perguntou por algo em sua existência brotou ali um filósofo em potencial e dali em diante, a despeito da diversidade e pluralidade educacional e suas metodologias, nada o impede de fazer uso de seu intelecto e das diversidades encontradas em seu favor e de seus futuros alunos.

Portanto, o Plano de Ensino que se segue, é básico em sua essência, buscando intuitivamente alcançar este ou aquele perfil, sendo flexível e moldável às necessidades encontradas no mundo da natureza e em respeito ao movimento dos corpos, sempre tendo em conta o Ser, a verdade, o conhecimento e a liberdade em ação, dentre tantas outras magnificências filosóficas, trazendo a possibilidade de uma Filosofia além da matéria.

PLANO DE TRABALHO ANUAL



OBJETIVOS GERAIS

A Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. O ensino de Filosofia tem uma especificidade que se concretize na relação do estudante com os problemas suscitados, na busca de soluções nos textos filosóficos por meio da investigação, no trabalho em direção à criação de conceitos.

O que, superficialmente se pretende atingir – tendo em mente o imenso leque que esse estudo, que essa vivência permite – é uma abordagem da disciplina mais humana e palpável, onde se proporcione ao educando subsídios da Filosofia para que ele possa desenvolver, à luz do conhecimento filosófico, o pensamento crítico necessário à avaliação integral de seu habitat, tendo por fim a realização de sua existência prazerosa e conscientemente, bem como a de seus semelhantes. Conseguindo uma resposta positiva, dos alunos, gestores escolares, responsáveis e todo um liame social por reflexo desse avanço pleiteado, escapando da colonização europeia abrindo espaço para nossa própria filosofia de quintal e as necessidades de um Brasil moderno, e mais, espaço também para filosofias outras de outros continentes pensantes.

Ao se quebrar a inflexibilidade dessa diversidade paradigmática, o aluno poderá perceber também como exemplo da diversidade filosofal intercontinentais, os grilhões que ditam a restrição desse avanço, a exemplo da medicina alternativa, com a alopatia, os florais, o reike, a acupuntura, que são rechaçados pela ortodoxia que teme uma concorrência que seja prática, barata e funcional.

Se tivermos em mente que ditas práticas, dentre elas o ato de filosofar para o Ser, o indivíduo, a vida, a felicidade em outros países do orbe sempre foram funcionais, o pensar filosófico também fez e faz parte da cultura evolutiva desses mesmos povos. Demonstrando ao aluno que, bem ou mal, todos temos nossos problemas e nossas formas de evoluir como um todo em seus respectivos espaços geográficos, o respeito deixa de ser disciplina e ingressa no âmbito da prática.

Mas importa que essa filosofia não seja meramente teórica, mas abrangente, multidisciplinar e transversal, casando-se com as demais áreas, em especial Língua Portuguesa, Arte, Matemática e Educação Física, não descartando, em hipótese alguma, as demais disciplinas, como se verá.



OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo geral sugere que os objetivos específicos estimulem os educandos a construírem suas vidas no coletivo, mediatizado pela incorporação do conhecimento criticamente produzido com práticas que unem a teoria à uma salutar vivência empírica. Procurando trazer ao aluno e comunidade por reflexo, que o sentido do filosofar se compreende como algo útil, uma atividade de refletir, interiorizar, sentir a existência pessoal e coletiva de cada ser humano, deixando transparente que os encontros em sala, por mais utópicos que se possa querer, nunca abrangerão todos os momentos e elementos que se sonha transmitir, gerando, assim cumplicidade e aliança entre aluno e professor.

Ensinar o pensar filosoficamente, a organizar perguntas num problema filosófico, a ler e escrever filosoficamente, a investigar e dialogar filosoficamente, avaliar filosoficamente, a criar saídas filosóficas para o problema investigado. E ensinar tudo isso na prática, sem fórmulas a serem reproduzidas, mas tentando acertar e ajustando as falhas eventuais, conduz o aluno a encontrar-se com um agente transformador da história, pessoal e coletiva.

O ensino de Filosofia tem uma especificidade que se concretiza na relação do estudante com os problemas suscitados, na busca de soluções nos textos filosóficos por meio da investigação, no trabalho em direção à criação de conceitos que os conduzam a uma práxis voltada o máximo possível de uma areté, refletindo e pensando sobre os problemas atuais com base na atuação filosófica.

A união de mente sã em corpo são é a chave do plano anual. O aluno terá oportunidade de entender os meandros da lógica através de práticas ligadas à Matemática; compreender a linguagem através da Língua Portuguesa; estética através da Arte e – além de outras “matérias” como História e Geografia – atividades voltadas para o Ser em trabalhos lançados em Educação Física, com a inclusão, se possível, de Artes Marciais e todo seu manancial filosófico oriental, exercido através de Instrutores convidados, em princípio, que ministrarão tais modalidades em conjunto com o efetivo existente.

Dessa forma, o objetivo maior passa a ser a ampliação da experiência filosófica, fugindo de uma reles apreensão das tendências de mercado, que enquadram o indivíduo, acarretando-lhe prejuízos quanto ao seu potencial de desenvolvimento integral e pleno.



CONTEÚDOS



3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO



PERÍODO: 1º TRIMESTRE



Surge o bom senso da realização preliminar de um bate-papo introdutório, em que se desmistifique a disciplina e introduz a temática: O que é Filosofia?, com notas e pequenos testes informais.



1- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Mito e Filosofia

Conteúdos básicos:

Do mito à razão: o nascimento da filosofia na Grécia Antiga;

A filosofia: do período clássico ao greco-romano.

Conteúdos específicos:

A questão sobre a passagem do Mito para o Logos no surgimento da Filosofia.

A ruptura com a mitologia-cosmologia.

Micro história da filosofia: período pré-socrático; socrático; pós-socrático ou helenístico-romano.

Introdução à Filosofia Chinesa e Hindu.



2- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Teoria do conhecimento

Conteúdos básicos:

A questão da sensibilidade, razão e verdade;

A questão do Método;

A questão da Ciência: a distinção entre ciência antiga e ciência moderna;

A questão da Ciência e a crítica ao positivismo.

Conteúdos específicos:

Das sombras ao logos.

A passagem do senso comum para o senso crítico-filosófico.

A questão do conhecimento.

Um problema chamado “conhecimento”.

Modos de conhecer.

O que significa conhecer?

Quem são considerados os sábios?



3- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – História da Filosofia

Conteúdos básicos:

Idade Antiga;

Idade Média;

Idade Moderna;

Conteúdos específicos:

Cristianismo;

Budismo;

Hinduísmo;

Ciência.

Autores de Referência: Platão, Aristóteles, Francis Bacon, Descartes, Galileu, Hume, Kant, Confúcio, Krishnamurti e Popper.



OBSERVAR:

Pensar a Beleza (O que é o belo?).

A Universalidade do Gosto (Gosto se discute?).

Necessidade ou Fim da Arte?

Relações humanas na comunidade.

Liberdade de pensamento.



PERÍODO: 2º TRIMESTRE



4- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Ética

Conteúdos básicos:

A questão da justiça;

A questão da liberdade e autonomia.

Conteúdos específicos:

Definição de ética.

Problemas éticos na filosofia.

A ética como disciplina.

A arte marcial como disciplina, ética e moral.

Ética e felicidade.

Como atingir a felicidade? (O que é felicidade?).

A amizade como questão para a ética.

O homem: animal e racional.



5- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Filosofia Política

Conteúdos básicos:

A questão da democracia;

A questão da constituição da cidadania;

A questão do jus naturalismo e contratualismo;

A questão do poder.

Conteúdos específicos:

Definição e reflexão sobre o conceito de política: a política em questão.

Maquiavel e o poder.

Ética e política.

O preconceito contra a política e a política de fato.

O ideal político. (Somos uma democracia livre?).

Os gregos e a invenção da esfera pública.

A democracia ateniense. Quando nasce a democracia?

Relações positivas na sociedade global.



6- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Lógica X Metafísica

Conteúdos básicos:

Os pitagóricos;

Os sofistas;

Oratória;

Conteúdos específicos:

Avaliar as origens do pensamento primordial;

Transições míticas para a observação da physis;

O que é metafísica?

Onde a ontologia se encaixa?

Compreensão de teologia.

O Ser e sua condição.



Autores de Referência: Aquino, Agostinho, Descartes, Platão, Aristóteles, Rousseau, Kant, Spinoza, Lee, Heidegger, Habermas, Hobbes, Locke, Maquiavel, Krishnamurti, Nietzsche e Habermas.



OBSERVAR:

O Cinema e uma nova percepção de contemporaneidade.

O Progresso da ciência (transplantes X religião).

Os períodos políticos da história de nossa nação.

A herança sofista para a educação.

As transições históricas da teologia e da filosofia.



PERÍODO: 3º TRIMESTRE



7- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Filosofia da Ciência

Conteúdos básicos:

A questão da Ciência: a distinção entre ciência antiga e ciência moderna;

A questão da Ciência e a crítica ao positivismo.

Conteúdos específicos:

A filosofia e a ciência.

O que é ciência?

Filosofia da ciência.

Podemos falar de progresso na ciência?

Diferentes formas de atividades físicas atreladas ao avanço da ciência e à saúde física e mental.



8- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Estética

Conteúdos básicos:

Virtude e harmonia com a physis;

A questão da mímesis;

A questão da reprodutibilidade técnica da arte;

A questão da arte e da indústria cultural.

Conteúdos específicos:

Concepção de estética.

A arte e a estética na antigüidade grega.

Uma breve história da arte, dos antigos até o rompimento com a mímesis.

A obra de arte como caminho para questionar.

As condições da criação artística no mundo da produção em massa: indústria cultural.



9- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – ÉTICA E POLÍTICA

Conteúdos básicos:

Qual a diferença entre ética e moral?

Teologia e ética.

Política e ética.

Liberdade e ética.

Conteúdos específicos:

Até onde o cidadão mundial é livre?

Cidadania é democracia?

Qual o limite da liberdade?

Corpos dóceis.

Compreensão do respeito como premissa ética para a felicidade.

Segurança em si através de um corpo hábil.



Autores de Referência: Platão, Aristóteles, Francis Bacon, Descartes, Galileu, Hume, Kant, Lee, Popper, Lao-tsé, Maquiavel, Adorno, Ponty, Foucault e Benjamin.

OBSERVAR:

Alteração da natureza e o Tao;

Pensar a Ciência;

Bioética;

Ecologia;

Liberdade;

Filosofia Oriental e suas artes.

JUSTIFICATIVA


O foco do estudo de Filosofia precisa ser o material humano. E esse material humano está em contínuo devir. Filosofar no ensino não pode ser uma mera viagem, mas também ir além do processo reflexivo. Filosofia conduz à uma segurança subjetiva, mas que também, em nível estudantil e humanitário, leve a análises de problemas reais da vida, do topos. Ficar sentado numa sala por diversos minutos ouvindo sobre pessoas que falavam e escreviam complicado exauri e não é eficaz. A liberdade de pensamento está em ampliar o conhecimento filosófico do Ocidente com outras culturas a mais, mas, de forma que isso apenas não venha a sobrecarregar a carga disciplinar; estender o foco no galho da árvore da filosofia oriental e sua milenar forma de ver a vida em comunhão com o bem-estar, a saúde, a felicidade, tal como instigava Platão a seu discípulo Aristóteles, quando lhe dizia que um filósofo completo deveria também sair da biblioteca e realizar atividades físicas é um caminho empírico. Assim, somando-se a arte marcial nas aulas de educação física, constrói-se um cidadão seguro de si física e mentalmente.

Com essa interferência em parceria com os demais colegas, o aluno certamente aprenderá a buscar a fundamentação nas outras áreas do conhecimento, encaminhando o indivíduo para sua autonomia consciente permitindo que a Filosofia nos bancos escolares contribua para a subjetivação do processo educacional.

Abraçando a premissa de que todos os seres humanos têm o direito de decidir nos rumos das suas vidas e que as crianças e jovens também fazem parte desse rol, possibilitar essa autoridade de, pelo menos entenderem e analisarem as problemáticas que a vida cobra, deixando de serem meras peças de uma máquina moldadora de caráter e fugindo de uma Filosofia meramente especulativa.



METODOLOGIA



O ensino de Filosofia da forma como se propõe possibilitará ao aluno, através dos conteúdos estruturantes e básicos, bem como de seus conteúdos específicos a sensibilização, aliado às práticas físicas, a problematização, a investigação e a criação de conceitos amplos, disciplina e confiança. Para tanto, o educando estará, constantemente, recebendo indicações formais de como ler um texto de maneira crítica, como fazer resumos, interpretações, análises e dissertações, avaliar um filme, um documentário, apreciar um palestrante e realizar debates.

Deste modo, serão desenvolvidos métodos e técnicas de leitura e análise de textos – analíticos e reflexivos -, exibidos imagens, apresentadas letras de músicas e/ou músicas, visando a articulação, por parte dos alunos, das teorias filosóficas, bem como do tratamento de temas e problemas científico-tecnológicos, ético-político, sócio-culturais e vivenciais, palestrantes e práticas marciais diversas que o estabelecimento concordar em realizar.

Visando atingir os objetivos propostos, será necessária a utilização de meios auxiliares para a efetivação dos mesmos, gerando pesquisas em diversas fontes, tais como os meios de comunicação e expressão que nos circundam e nos sociabilizam inclusivamente: fala, corpo, escrita, libras, audiovisuais, cartazes, folders, plotagens, cartazes de rua, fachadas, aérea, 3 D, celular; associados às demais mídias e acessos convencionais: revistas, jornais, dicionários, retroprojetor, televisão, rádio, textos de apoio, MPs, aulas expositivas, livros didáticos e paradidáticos; internete; DVDs de filmes/documentários; CDs de músicas; cinema, teatro, telegrama, carta, até mesmo um simples bilhete atrelados a efetivo pessoal gabaritado.

É necessário usar procedimento pelos quais os alunos possam se expressar e desenvolver, a sensibilidade, a intuição, e afins, através de diálogo, reflexão, debates, relatos, entrevistas, observações, comparações, questionamentos, análises de textos, danças e movimentos – tai-chi-chuan - (corpo), dramatizações (encenação), pesquisas em livros, revistas e textos, pesquisa de campo, atividades físicas e marciais e sua filosofia milenar e recursos audiovisuais, especialmente vídeos e filmes, experiências de entrevistas com outros Professores de filosofia da cidade para mostrar gente viva e real, dentre e outros.

Trazer aos alunos DVDs de documentários e/ou filmes onde coloquem a Arte Marcial sob a visão de um artista marcial e filósofo.

Este documentário deve ser com Bruce Lee, personagem de nossa história contemporânea que une em si características raras, ser ocidental e oriental ao mesmo tempo; reconhecido filósofo das duas vertentes; que uniu sabiamente a filosofia oriental com artes marciais ocidentais, escrevendo obras do pensamento e traduzindo-as em filmes onde ele demonstra como o ser humano pode vir a tornar-se livre interna e externamente ou unir atividades físicas com exercício mentais transcendentais, chegando-se assim à máxima: mente sã em corpo são, podendo alcançar a segurança de si, conhecer seus limites e bloqueios, enriquecer o Ser e mostrar caminhos para a felicidade e verdade pessoal.


AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica, contínua e formativa segundo critérios propostos na metodologia dos conteúdos trabalhados, sendo os conteúdos cumulativos, sempre avaliando a participação e progresso do aluno durante as atividades designadas.

Em se tratando de um processo em que não trabalha sozinho, ou seja, não se isola das outras áreas do conhecimento, há a imperiosa necessidade de se buscar procedimentos tais que permitam um processo paralelo de avaliação.

Entrevistas individuais e coletivas; comunicação oral e escrita; observação dirigida e espontânea de atitudes; participação em trabalhos de grupos; relatórios; exposição de trabalhos; trabalhos escritos ou orais; relatos de experiências; produção de texto e participação do aluno em sala de aula; prova escrita.

A apreensão de alguns conceitos básicos da ciência, articulado com a prática filosófica, a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente, a clareza e a coerência na exposição das idéias, no texto oral ou escrito, são alguns aspectos a serem verificados no decorrer do curso. Também a mudança na forma de olhar os problemas filosóficos, a iniciativa e a autonomia para tomar atitudes diferenciadas e criativas, para reverter práticas de acomodação e sair do senso comum, são ações que indicam o alcance e a importância de nosso trabalho no cotidiano de nossos alunos.

Solicitar aos alunos que produzam textos que reflitam sua compreensão sobre como conseguir traduzir as demonstrações de disciplina e dedicação necessárias para o ambiente em que vivemos hoje de forma harmônica e positiva.

Observar na construção dessas produções se o aluno compreende que a violência não é o caminho para uma filosofia de libertação e qual a compreensão filosófica que ele tem da junção da proposta de liberdade em ação, em movimento.

Observar-se-á principalmente avanços de ordem emocional e a validade do plano de ensino polivalente e transversal, aquilatando-se, através de breves quizzes o que o aluno e seus conhecidos absorveram com a teoria e com as prática propostas durante o ano letivo.



Obs.: Por se tratar de um planejamento intuitivo e a necessidade de se aquilatar a topologia que provoca o futuro educador em suas variáveis já expostas acima, pois nem sempre é possível conhecer os discentes antes de elaborar o plano de ensino, no decorrer do ano letivo este planejamento poderá sofrer ajustes.

REFERÊNCIAS



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ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. Filosofando – Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1999.
___________. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2005.

AUTORES DIVERSOS. Filosofia: Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006.
BUZZI, Arcângelo Raimundo; Introdução ao pensar. O ser, o conhecimento, a linguagem. Ed. Vozes Ltda. Petrópolis-RJ. 1972.

CHAUI, Marilena; Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1999.

______________. Filosofia – Série Novo ensino médio. São Paulo: Ática, 2003.

CORDI, S. B; et alli. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2003.

COTRIM, Gilberto; Fundamentos da filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo: Saraiva, 1999.

DA ROSA, Ronel Alberti; Jornal Mundo Jovem. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS. Fev. 2009 – Ano 1, número 1.

DOURADO, Wesley Adriano Martins; Sem Costura: Algumas Idéias sobre a Filosofia e a Universidade. Revista Páginas de Filosofia, v.2, n.1, p. 109-138. 2010. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/PF/article/view/1958. Acesso em 01 set 2010.

DUCLÓS, Miguel; Metafísica de Aristóteles. O ser se diz de vários modos. Trabalho originalmente apresentado para a cadeira de História da Filosofia Antiga II – FFLCH – USP.

Ensino médio: Filosofia (Apostila do Sistema de Ensino Nobel – Editora Liceu).

Filosofia (Apostila do Sistema Maxi de Ensino – Maxiprint Gráfica e Editora Ltda).

GALLO, Sílvio; ASPIS, Renata Lima; Ensino de filosofia e cidadania nas ''sociedades de controle'': resistência e linhas de fuga. Pro-Prosições vol.21 no.1 Campinas. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73072010000100007&lng=en&nrm=iso. Acesso em 25 ago 2010.

GELAMO, Rodrigo Pelloso; Ensino de filosofia para não-filósofos. Filosofia de ofício ou ofício de professor: os limites do filosofar. Educação & Sociedade Educ. Soc. vol.28 no.98 Campinas. 2007. Disponível em:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000100012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 26 ago 2010.

Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo-Filosofia contemporânea, investigação filosófica e perspectivas sobre a educação. Universidade Metodista de São Paulo. Organização de Wesley Adriano M. Dourado. São Bernardo do Campo : Ed. do Autor, 2010. 128 p.

Jornal Mundo Jovem. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS. Ago/Set. 2010 – Ano 48, número 409 e 410.

KRISHNAMURTI, Jiddu; Krishnamurti e a educação. Tradução de A. Duarte. Extraído de uma apresentação feita na primeira Conferência sobre Educação Holística tida em Toronto, Canadá, 1997.

LEE, Bruce. A lenda. Prod. Raymond Chow. Golden Harvest Group. Distrib. Penta Vídeo. 1984. Documentário. 84 min. VHS. Cor. Dublado.


__________. O Tao do Jeet Kune Do. Tradução de Tatiana Öri-Kovács. São Paulo-SP: Conrad, 2005.

__________. Aforismos. Organizador: John Little. Tradução: Cláudio Salles Carina. Ed. Conrad. São Paulo-SP. 2007.

___________. A jornada do guerreiro. JJL Enterprises, LLC. Filme de John Little. 2000. Legendado.

___________. A maldição do dragão. Prod. e Dir. Fred Weintraub e Tom Kuhn. Time Warner Entertainment Company. 1993. Dublado.

___________. A misteriosa vida. Prod. George Tan. Dir. Toby Russel. Unsilent Minority Productions. Dublado em Espanhol. 1993.

MÜLLER, Felipe de Matos; Jornal Mundo Jovem. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS. Fev. 2009 – Ano 1, número 1.

PENSADOR. INFO. Albert Einstein. Disponível em: http://www.pensador.info/autor/Albert_Einstein/3/. Acesso em: 11 fev. 2009.

PIMENTEL, Anderson Magno da Silva; MONTEIRO, Dawson de Barros; O professor de filosofia: limites e possibilidades – dinâmica e problematização do ensino-aprendizagem. Educação e pesquisa. São Paulo. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022010000100009&lng=en&nrm=iso. Acesso em 24 ago 2010.

SANTOMAURO, Beatriz; Ideias fora de foco. Nova Escola. São Paulo-SP. Ano XXV, Nº 231. Abr. 2010, p. 82-83. Matéria.

SCHELER, Max; Da essência da filosofia. Tradução de Artur Morão. Disponível em http://www.lusosofia.net/autores_textos.php.%20Acesso em: 2008.

SENEDA, Marcos César; Conceitos de filosofia na escola e no mundo e a formação do filósofo segundo I. Kant. Kriterion: Revista de Filosofia. Belo Horizonte. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2009000100012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 24 ago 2010

SERENO, Caio Gonçalves Bezerr; PISANI, Marília Mello; VELASCO, Patrícia Del Nero; Filosofia e sala de aula: Propostas de um diálogo possível. Revista Páginas de Filosofia, v.2, n.1, p 139-174. 2010. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/PF/article/view/1956. Acesso em 01 set 2010.

SOUZA, Nivaldo Caíres; Bruce Lee. Vida, paixão e morte do Pequeno Dragão. Ed. Bangor Ltda. São Paulo-SP.

STRATHERN, Paul; Platão em 90 minutos. Tradução de: Maria Helena Geordane. Ed. Jorge Zahar. Rio de Janeiro-RJ. 1997.

Tempos modernos (Modern Times, EUA 1936); DIREÇÃO: Charles Chaplin ELENCO: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental.

TSÉ. Lao; Dao De Jing (Tao Te Ching). Traduzido por Mário Bruno Sproviero http://www.hottopos.com/tao/intro.htm. Disponível em http://poiesisboniatti.hd1.com.br/indicacoes/tao_te_king.pdf. Acesso em: 24 dez 2004.

REFERÊNCIAS DE PESQUISA


www.diaadiaeducacao.pr.gov.br.

www.mundodosfilosofos.com.br.

www.mundojovem.pucrs.br.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE - A GENEALOGIA DA MORAL

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP - 2010

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

Trabalho apresentado ao módulo Filosifa Contemporânea à atividade: Portfolio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Washington Luis Souza

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO................................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO............................................................................................04

3 – CONCLUSÃO..................................................................................................08

4 - REFERÊNCIAS.................................................................................................09

INTRODUÇÃO

O pedido que se apresenta no Planejamento Semanal de 16 de novembro de 2010, elaborado pelo Professor Washington Luis Souza, ao Módulo Filosofia Contemporânea, trata-se de um fichamento pós leitura de trecho da obra de Friedrich Wilhelm Nietzsche, a Genealogia da moral – uma polêmica, sobre a primeira dissertação do texto, intitulada Bom e mau, bom e ruim. Obra em que o autor pretende responder a certos questionamentos de valorações morais e éticas. No caso em tela, o texto aborda temas antigos, originários do que a humanidade hoje conhece por bom e mau, sua origem e, segundo o autor, a sua degeneração no que hoje se tornou dicotômico, bandeira de luta entre a luz e as trevas e seus principais responsáveis manipuladores de tal fato.

IN: NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.

APRESENTAÇÃO

O texto Primeira dissertação – “Bom e mau”, “Bom e ruim”, busca demonstrar essencialmente como a manipulação sacerdotal conseguiu subverter, consoante o autor, a simples designação que outrora se tinha ao se abordar o tema bom e mau/ruim. Em tese, Nietzsche quer desvendar os olhos do leitor forçando-o a vislumbrar uma nova percepção (ou a antiga) do que hoje se festeja como bondade e maldade, moral, princípios, fé... e que foram se adulterando no curso da história.
O presente fichamento se dará na forma de citações dos principais trechos que este aluno compreendeu importantes para a elucidação, ou introdução do que o autor pretende, buscando, com isso, destacar as passagens mais significativas do texto – ou as que chamaram a atenção do leitor e que o conduzirá a refletir sobre os temas levantados. Para tal o textos serão colocados sempre entre aspas, destacando-se o trecho e as páginas entre parênteses e sua fonte será destacada no final junto à referência bibliográfica. Buscar-se-á evitar o máximo possível o fichamento de comentários sobre os trechos a fim de impedir que o aluno conduza ou, numa tentativa equivocada ou até mesmo apaixonada, desvie a leitura para caminhos que não os autênticos objetivados pelo autor além dos excertos subjetivos já realizados.
Assim segue:
“ [...] enigmas em carne e osso [...] são interessantes! [...] colocar em evidência o lado vergonhoso [...] interior, e procurar o elemento operante [...] para o desenvolvimento [...] onde nosso orgulho intelectual menos desejaria encontrá-lo [...] na força da inércia. Ou, por fim – de tudo alguma coisa – [...] que esses pesquisadores [...] sejam [...] criaturas valentes, [...] e que se tenham cultivado a ponto de sacrificar qualquer desejo à verdade [...].” (1, pp. 17-18).
“[...] historiadores da moral! [...] falta o próprio espírito histórico [...] pensam [...] essencialmente a-histórica; [...] quando se trata de investigar a origem do [...] “bom”. [...] idiossincrasia dos psicólogos ingleses [...] ‘a utilidade’, ‘o esquecimento’, ‘o hábito’ e por fim ‘o erro’. [...]. Este orgulho deve ser humilhado, e esta valoração desvalorizada: [...] ‘bom’ no lugar errado: [...] não provém daqueles aos quais se fez o ‘bem’! [...] É somente com um declínio dos juízos de valor aristocráticos que essa oposição ‘egoísta’ e ‘não egoísta’ se impõe mais e mais à consciência humana [...] ou doença do cérebro.” (2, pp. 18-20).
“[...] a origem do juízo de valor ‘bom’ [...] sofre de um contra-senso psicológico. A utilidade [...] teria sido esquecida [...]. Herbert Spencer [...] estabelece o conceito ‘bom’[...] igual a ‘útil’, ‘conveniente’, [...] a humanidade teria [...] sancionado [...] suas experiências inesquecíveis [...] essa via [...] é errada, [...] mas ao menos [...] é razoável”. (3, p. 20).
“A indicação do caminho certo [...] do ponto de vista etimológico[...] remetem à mesma transformação conceitual [...] ‘nobre’[...], a partir do qual necessariamente se desenvolveu ‘bom’, ‘plebeu, [...] transmutar-se finalmente em ‘ruim’. [...] uma percepção essencial no que toca a uma genealogia da moral.”(4, pp. 20-21).
“[...] os conceitos da humanidade antiga foram inicialmente compreendidos, numa medida para nós impensável [...] grosseiro, tosco, improfundo, estreito, [...] e francamente assimbólico. [...] abriram-se [...] entre os homens, abismos [...] cujas seqüelas parecem ser a debilidade intestinal e a neurastenia [...] fatalmente inerentes aos sacerdotes de todos os tempos; [...] o que foi por eles mesmos inventado como remédio [...] demonstrou ser mil vezes mais perigoso [...], o jejum, a continência sexual, [...] fabricar indolentes e refinados, [...] e por fim o muito compreensível enfado geral com a sua cura radical – o nada (ou Deus [...]!) [...] dessa forma essencialmente perigosa a sacerdotal, é que o homem se tornou um animal interessante, apenas então a alma humana [...] tornou-se má.” (6, pp. 24-25).
“[...] o modo de valoração sacerdotal pode derivar daquele cavalheiresco-aristocrático [...] isso ocorre quando a casta dos sacerdotes e a dos guerreiros se confrontam ciumentamente. [...] Os juízos de valor cavalheiresco-aristocráticos têm como pressuposto uma constituição física,[...] livre, contente. Os sacerdotes são, os mais terríveis inimigos [...] Porque são os mais impotentes. [...] o ódio toma proporções monstruosas e sinistras [...] mais espiritual e venenosa.”(7, p. 25).
“[...] Jesus de Nazaré [...]. Não teria Israel alcançado, por via desse ‘redentor’, [...] a derradeira meta de sua sublime ânsia de vingança? [...] de passos lentos e premeditados, Israel mesmo tivesse de negar e pregar na cruz o autêntico instrumento de sua vingança, [...] para que o ‘mundo inteiro’, ou seja, todos os adversários de Israel pudesse [...] morder tal isca? [...] [sob este signo] [...] Israel até agora sempre triunfou.” (8, p. 27).
“A rebelião escrava na moral [...] quando o [...] ressentimento se torna criador e gera valores [...] este necessário dirigir-se para fora, em vez de volar-se para si – é algo próprio do ressentimento: [...] requer, para nascer, um mundo oposto e exterior, para poder agir em absoluto [...] no modo de valoração nobre: [...] busca seu oposto [...] para dizer Sim [...]. [...] no desprezo se acham mescladas demasiada negligência [...] para que ee seja capaz de transformar seu objeto em monstro e caricatura. Os ‘bem-nascidos’se sentiam mesmo como os ‘felizes’; eles não tinham de construir artificialmente a sua felicidade [...], (como costumam fazer os homens do ressentimento). Uma raça de tais homens do ressentimento resultará necessariamente mais inteligente que qualquer raça nobre [...]. Não conseguir levar a sério por muito tempo seus inimigos, [...] eis o indício de naturezas fortes e plenas, [...] propiciadora do esquecimento [...]. Um homem tal sacode de si, com um movimento, muitos vermes que em outros se enterrariam; apenas neste caso é possível [...] o autêntico ‘amor aos inimigos’. [...] Em contrapartida [...] ‘o inimigo’tal como o concebe o homem do ressentimento [...] ele concebeu ‘o inimigo mau’, ‘o mau’.” (10, pp. 28-31).
“Supondo que fosse verdadeiro o que agora se crê como ‘verdade’ [...] o sentido de toda cultura é amestrar o animal de rapina ‘homem’, reduzi-lo a um animal manso e civilizado, [...] deveríamos sem dúvida tomar aqueles instintos de [...] ressentimento como os autênticos instrumentos da cultura; [...]. Esses ‘instrumentos da cultura’ são uma vergonha para o homem [...] uma acusação, [...] contrário à ‘cultura’! [...] quem não preferiria mil vezes temer, podendo [...] admirar, a não temer, mas não mais poder se livrar da visão asquerosa, atrofiados, envenenados? [...] Não o temor; mas sim que não tenhamos mais o que temer no homem; [...].” (11, pp. 33-34).
“Mas de quando em quando me concedam – supondo que existam protetoras celestes, além do bem e do mal – uma visão, concedam-me apenas uma visão, de algo perfeito, [...] feliz, potente, triunfante, no qual ainda haja o que temer! [...] em virtude do qual possamso manter a fé no homem!... [...] o homem se torna cada vez ‘melhor’... [...] junto com o temor do homem, perdemos também o amor a ele, [...] a esperança em torno dele.” (12, p. 34-35).
“Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina [...]. Exigir da forção que não se expresse como força, [...] é tão absurdo quanto exigir da fraqueza que se expresse como força. [...] não existe ‘ser’ por trás do fazer, do atuar, do devir; ‘o agente’ é uma ficção acrescentada à ação – a ação é tudo. [...] toda a nossa ciência se encontra sob a sedução da linguagem, [...] não é de espantar que os afetos entranhados que ardem ocultos, ódio, e vingança, tirem proveito dessa crença, [...]. E bom é todo aquele que [...] remete a Deus a vingança, [...] até os insetos [...] os quais se fazem de mortos para não agir ‘demais’, em caso de perigo. [...] a alma foi até o momento o mais sólido artigo de fé sobre a terra, [...] enganar a si mesmos com a sublime falácia de interpretar a fraqueza como liberdade, [...].” (13, pp. 35-37).
“[...] como se fabricam ideais na terra? [...] negra oficina. [...] Temerário: [...]. A fraqueza é mentirosamente mudada em mérito. [...] (há alguém que dizem impor esta submissão – chamam-no Deus). [...] talvez essa miséria seja uma preparação, algo que um dia será recompensado [...] em felicidade. A isto chamam de ‘bem-aventurança’. [...] não por temor, [...] e sim porque Deus ordena que seja honrada a autoridade. [...] O ar ruim! Esta oficina onde se fabricam ideais [...] está fedendo de tanta mentira! [...] aquilo que lhes serve de consolo por todo o sofrimento da vida [...] a isto chamam de ‘Juízo Final’.” (14, pp. 37-39).
“Esses fracos – também eles desejam ser os fortes [...] chamam-no simplesmente ‘o Reino de Deus’. [...] Para vivenciar isto é preciso [...] a vida eterna [...] ‘também a mim criou o eterno ódio’- supondo que uma verdade pudesse ficar sobre a porta que leva a uma mentira!”(15, pp. 39-43).
“[...] a luta [...] foi levada [...] para o alto, com isto se aprofundando e se espiritualizando sempre mais: [...] falsificação literária requerida para esse fim. [...] em toda parte onde o homem fou ou quer ser domado.” (16, pp. 43-44).
“[...] o filósofo deve resolver o problema do valor, deve determinar a hierarquia dos valores.” (Nota, pp. 45-46).

CONCLUSÃO

Com isso, encerra-se o presente fichamento do trecho da obra pesquisada de Nietzsche, mas não sem antes ressaltar o que se evidencia a olhos atentos: em Nietzsche, o que marca, o que chama a atenção e revela sua mensagem, são os itálicos, as aspas, os negritos, as reticências, os hífens, os parênteses...


REFERÊNCIAS

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.

NIETZSCHE - O HOMEM MATOU DEUS.

Curso: Filosofia

Módulo: Filosofia Contemporânea

Professor: Washington Luis Souza

Alunos – Polo Londrina

Agustavo Caetano dos Reis – 161062

Letícia Regina dos Santos Rodrigues – 161072

Ricardo Luiz do Prado – 163325

Rodrigo Fontoura Massi – 161094

Vanderlei dos Santos Amorim - 161080

O que significa afirmar, para Nietzsche, no século XIX, que o homem retirou o centro de gravidade da vida para o além e matou a Deus?

Para Nietzche a imortalidade pessoal é um engodo e a mesma acaba com a lógica e as percepções naturais gerando, desta forma, desconfiança. A sede institucional/sacerdotal do poder, de manipular, de adquirir a dominação, despeja uma lavagem cerebral na humanidade tal como um chip de E.T. implantado na psique débil do ser humano que, preguiçoso, prefere outorgar a outro – um ser, uma entidade imaginária, - a responsabilidade e o compromisso de reger sua própria vida.

“Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Assim, o deus que habita, que é, sempre foi e será – o homem Eu Sou o Que Sou, - morre para dar lugar a uma caricatura cruel e vingativa.

Na loucura do indivíduo que se perde em si, Nietzche nos mostra uma visão de que o Ser deixou de encontrar, o deus, divindade em si, no próximo. Assassinos entre assassinos, psicopatas celestes se contentam entre si com seus atos vis como atos nobres, e, com o fito do poder, despeja medo e terror na humanidade, atribuindo-lhes a culpa desse “pecado” e a necessidade da dor e sofrimento para expiar sua condenação e encontrar um céu construído a seu bel-prazer.