- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A POLÍTICA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS



FUNDAMENTOS DA ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA
A POLÍTICA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA





SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062






FUNDAMENTOS DA ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA
A POLÍTICA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA








Trabalho apresentado ao módulo Fundamentos da Ética e Filosofia Política sob o tema “A Política na antiguidade clássica”. Exercício de reflexão: resposta a questões propostas. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Pólo Londrina.

Professora: Suze Piza





SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2009
SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................03

2 - APRESENTAÇÃO........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................06





1 – INTRODUÇÃO

A exposição do presente material abaixo elaborado é um retrato sem pretensões profundas, mas que busca trazer à luz aspectos importantes na obra de Platão (A República), muito embora trabalhado tão somente no Livro IV e outras leituras de base.
Essencialmente busca-se cumprir uma proposta do trabalho apresentada pela Professora Suze Piza, a qual se configura em ler o livro IV de A República e em seguida responder às seguintes indagações: 1) Quais virtudes devem possuir a cidade perfeita? 2) Quais classes têm a cidade? 3) Quais os elementos presentes na alma do indivíduo?
Entretanto, é possível compreender a sutileza e a qualidade do que se garimpa no texto, em especial aos valores do ser humano em prol de uma vida voltada para o bem comum na coletividade de uma sociedade. Acompanhemos as respostas.


2 - APRESENTAÇÃO

De posse do material fornecido e realizada a leitura, passa-se à resposta dos quesitos:
Primeiro. Dialogando com Glauco sobre a cidade perfeita, às fls., 208, Sócrates – através de Platão – faz a seguinte conclusão: “- Espero – continuei – encontrar o que procuramos da seguinte maneira: se a nossa cidade foi bem fundada, ela é perfeitamente boa. – É evidente. – É, portanto, evidente que é sábia, corajosa, temperante e justa.” (Grifo meu). Por tal, em sua obra, Platão deixa claro, inclusive consta das notas explicativas, as “quatro virtudes cardeais”: sabedoria, coragem, temperança e justiça.
Segundo: A resposta ao segundo quesito poderia ser breve e sucinta, mas importa que se demonstre as indicações que percorrem o texto onde podem ser encontrados mais do que meramente uma “classe” e sim suas próprias posições. Sócrates e Glauco no decorrer da conversa, vão montando a cidade e povoando-a com seus personagens para que a mesma seja completa: guerreiros, cortesãs, lavradores, oleiros, atletas, crianças, cidadãos, mulheres, guardiões, legisladores, carpinteiros, ferreiros, tingidores, magistrados, governantes, governados, chefes, escravos, homens livres, artesões, sapateiros; estes os anunciados no Livro IV. Agora, apresenta-se um quadro onde as classes são divididas em: Chefes: sabedoria, coragem, temperança; Guardiões: coragem, temperança e Povo: temperança, destacando-se nesse quadro os mais fortes, os médios e mais fracos. Ficando claro que as classes são uma somatória de todos os habitantes e profissionais de uma cidade exemplificados acima, que se encaixam em Chefes, Guadiões e Povo.
O Terceiro quesito é mais amplo e misterioso. Vejamos de perto. Os elementos presentes na alma do indivíduo passeiam pelo diálogo, onde se pode constatar (p. 214) que:
há na alma humana duas partes: uma superior em qualidade e outra inferior; quando a superior por natureza comanda a inferior, afirma-se que o homem é senhor de si próprio [...] a parte inferior que é menor, se vê dominada pela massa dos elementos que compõem a inferior.

Então, de pronto tem-se que a alma do indivíduo se divida em duas partes, uma superior e outra inferior. Mas não paremos aqui. Depois, verifica-se à p. 221 a comparação do indivíduo com a cidade perfeita, onde cada uma das partes se ocupa de sua própria tarefa: temperante, corajosa e sábia, e por tal o indivíduo merece os mesmos nomes que a cidade. Mas ficam patentes apenas três elementos na alma (inclusive levantado à p. 230): o racional, concupiscível e o irascível. Mas esse raciocínio logo é abandonado para à p. 231 verificar-se que “realmente reconhecido haver na cidade e na alma do indivíduo partes correspondentes e iguais em número.” Portanto, se a cidade perfeita teria quatro partes, a saber sabedoria, coragem, temperança e justiça, conforme se estabelece na primeira resposta, o homem também terá em sua alma as mesmas virtudes.
Mas Sócrates vai mais longe e no final de seu diálogo, lança uma incógnita: “- Poderia acontecer – repliquei – que houvesse tantas espécies de almas quantas as espécies de constituições políticas. – E quantas há? – Cinco espécies de constituições e cinco espécies de almas.” Mas, segundo ele, isso não importa para a cidade perfeita, enquanto os mesmos (chefes) observarem os princípios da educação apresentados no curso diálogo.


3 – CONCLUSÃO

A utopia fica plasmada nessa parte da obra trabalhada. Um sonho platônico. Hoje a realidade e as condições de habitações são distintas daquelas da era de Sócrates. As pessoas buscam não ter problemas em suas vidas. Querem viver e viver bem, todavia esbarram numa dificuldade: o esforço é necessário para se conquistar o conforto e a opção de viver bem (ou melhor do que se vive). Os limites encontram-se na vontade do indivíduo. Aqueles de vontade fraca ou mais conformados se acostumam a viver singelamente – isso não implica que estejam certos ou errados, mas resulta numa cidade cujos governantes não mais têm o condão de atuar diretamente sobre a pessoa.
O governo federal de todas as nações prima por trazer a educação para seus habitantes, entretanto, não se vê mais a caça àqueles que fogem dos estudos convencionais oferecidos (não se discute aqui a qualidade de tal ensino) tal como acontecia na Europa pós-guerra onde se arrancavam os jovens dos campos à revelia dos pais e faziam com que tivessem uma escolaridade.
Hoje o governo (Brasil) investe fortunas na esperança de cativar esses mesmos jovens a voltar sua consciência para um estudo, uma construção racional e mental que o ilustre e o prepare para uma vida melhor. Assim, ele terá condições de escolher, pois haverá escolha.
Platão – via Sócrates – imaginava essa cidade perfeita. Mas sabia que isso não seria possível tanto que não demonstrou isso para seu próprio povo como sua ideia, e sim de uma época anterior, vinda de Sócrates – muito embora este tenha sido mestre daquele. Mas ele fez seu papel. Filosofou de maneira útil e deixou isso para que os governantes ou os responsáveis pela polis, não só da Grécia, mas de toda uma civilização, saibam a base para a formação – gestão – de uma cidade politizada e harmoniosa.