- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

IDENTIFICAÇÃO DE METÁFORAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS



INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PESQUISA EM FILOSOFIA – SOBRE O FAZER FILOSÓFICO, A ANÁLISE, A CRÍTICA E AS METÁFORAS

LONDRINA
2009
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Nº 161062


INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
PESQUISA EM FILOSOFIA – SOBRE O FAZER FILOSÓFICO, A ANÁLISE, A CRÍTICA E AS METÁFORAS



Aprofundar a compreensão de alguns elementos da pesquisa em filosofia e exercitar a análise, a crítica e a identificação de metáforas.

Professor: Wesley Adriano Martins Dourado


LONDRINA
2009
SUMÁRIO


1 – APRESENTAÇÃO .......................................................................................04

REFERÊNCIAS..................................................................................................05

O trecho que se apresenta da obra de Deleuze e Guattari (O que é filosofia?) aborda alguns aspectos chave, dentre os quais se pode destacar: conceito, criação, competência, sensível, autoria. O primeiro ponto evidente chama a atenção logo na primeira linha, quando a inclinação para o conceito tende a mostrar que o Filósofo não pode deixar de se amparar em relações pensantes estritamente conceituais – “O filósofo é o amigo do conceito [...]”. Reflitamos um mero instante sobre o que é o conceito; o que a representação dum objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais, suas qualidades, eventual abstração, a formação de uma ideia e até mesmo a significação do dito objeto pensado trouxe à humanidade de interessante? Talvez seja uma ótica um tanto quanto pessimista, todavia, o ser humano vive preso dentro de conceitos. A Filosofia busca (dentre uma de suas vertentes) a liberdade, mas, ao construir-se uma série de conceitos que terminam por se dogmatizar, a esperança expectante da liberdade fica ofuscada pelo sistema concebido, o qual é substituído criativamente por um novo e assim numa sucessão de autorias infinitas que se sobrepõem ditando a nova norma conceitual sobre a velha e obsoleta. Um conceito moral, ético, conduz à liberdade? Um conceito religioso, cultural, leva o indivíduo a ser livre para pensar e questionar ou o controla subservientemente com fobias e uma carga densa de culpas e complexos?
Vê-se como é interessante o sutil e paradoxalmente agressivo envolvimento que um conceito exerce no ser humano, seja ele Filósofo ou não; os autores traçaram um esboço de trajetória a ser seguido valorizando a “criação” de conceitos. Segundo Deleuze e Guattari nos mostram, não há necessidade de ir-se mais longe no que foi criado – em especial um conceito -, pois já não haveria nada de novo sob o céu de Platão. À exemplo disso, temos o fato de a sombra titânica que um vulto do porte do alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche deixou, tão festejado e ventilado e por isso mesmo idolatrado, faz com que os Filósofos – no caso em tela – na estrutura da construção de seus pensamentos, se olvidassem do aspecto mais importante do citado Nietzsche, qual seja, criar.
Muito embora não tenha havido nenhuma criação conceitual, apenas a exposição de uma releitura elogiosa à Nietzsche de que um conceito é importante para o Filósofo como potência, furtam-se de um detalhe que merece um apreço mais focado no trecho do referendado Filósofo, qual seja a necessidade de “[...] afirmá-los (os conceitos), persuadindo os homens a utilizá-los.” Essa ideia de imposição não se equilibra no senso harmonioso de liberdade que o texto defende de maneira breve ao lembrar que a criação se diz antes do sensível, já que os conceitos filosóficos são também sensibilia.
Justifica-se os apontamentos acima expostos, no amar incondicionalmente o ato de pensar e questionar com liberdade de se exprimir. Buscar a solução de uma problemática ou, quando muito, instigar sua pesquisa. Impor uma forma pensada a um indivíduo e instando que o mesmo a siga de maneira que não tenha condições de se opor ou acrescentar sua experiência, sua história, sua vivência, seria sepultar a Filosofia e substituir o nobre ideal da liberdade de pensar por uma caverna escura repleta de sombras falantes.


Texto fornecido pela Metodista, em 24/02/2009, extraído de: DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 2000.

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