- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

CORRENTES DA PSICOLOGIA E PRINCIPAIS IDEIAS PARA A EDUCAÇÃO

Curso: Filosofia - 6º período
Módulo: Formação Docente
Professor: Paulo Bessa da Silva
Título: Psicologia da Educação - Fundamentos
Data: 05/10/2010
Objetivos: Apresentar as bases teóricas sobre as quais a Psicologia da Educação opera, atualmente.
Palavras-chave: Psicologia; educação; behaviorismo; psicanálise; cognição
Aluno: AGUSTAVO CAETANO DOS REIS
Matrícula: 161062.
Polo: Londrina – Paraná.
PEDIDO:
Após leitura, o estudante deverá montar uma tabela/resumo (modelo abaixo) com os nomes dos autores ou correntes da Psicologia apresentados no texto, com os conceitos mais importantes de sua teoria e sua contribuição para a Educação.

APRESENTAÇÃO:

A proposta é de realizar a leitura do texto do Guia de Estudos da Metodista: Psicologia da Educação - Fundamentos., páginas 75 a 81, elaborado pelo Prof. Doutor Paulo Bessa da Silva, após o mesmo, realizar a construção de gráfico para o Portfolio.

O material passeia por diversos autores e pesquisadores da Psicologia, produtores de pesquisas e trabalhos voltados à Educação, dentre os inspiradores dessa profícua atividade, encontram-se: John Broadus Watson, Edward Lee Thorndike, Ivan Petrovich Pavlov, mas os que estão atados ao texto são os abaixo assinalados.


AUTOR/CORRENTE PRINCIPAIS IDEIAS CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO




Burrhus Frederic Skinner, cuja corrente era o Behaviorismo. Behaviorismo ou “comportamentalismo”, só admite como científica a Psicologia que estuda o que é observável no ser humano ou nos animais: o comportamento.

Marca o início da Psicologia da Educação. Produziu a teoria de estímulos. Estímulos positivos (boas notas, por exemplo) refletem em respostas positivas em sala de aula – por parte do aluno. Ou estímulos negativos (avaliações depreciativas) gerariam um comportamento diverso.

Sigismund Schlomo Freud, corrente: Psicanálise. Freud é considerado o criador da Psicanálise. Para ele, os seres humanos são regulados pelo inconsciente, onde está a origem de nossos desejos, sociabilizações e lapsos. Sua contribuição para a Educação está na interação professor-aluno, em especial no processo de transferência dos desejos inconscientes, padrões de comportamento, sentimentos, mecanismos de defesa do ego, formação reativa, projeção, regressão, vistos na literatura psicanalítica.

Jean William Fritz Piaget, pertencia à corrente: do Desenvolvimento Cognitivo. Ao se alcançar um estágio de desenvolvimento, o indivíduo não regride, através da maturação biológica, determinante para o desenvolvimento, os fatores internos valem mais que os externos. Sua teoria pode ser aplicada ainda hoje nas escolas (em especial a partir da implementação das creches) usando as seguintes premissas orientativas:

Pensamento sensório-motor (do nascimento aos dois anos de idade);

Estágio pré-operacional (mais ou menos de um ano e meio aos cinco anos);

Estágio das operações concretas (dos cinco aos doze anos);

Pensamento hipotético-dedutivo (a partir dos doze anos).

Lev Semenovitch Vygotsky, corrente Psicologia sócio-histórica. O ser humano e seu mundo psíquico são construções históricas e sociais da humanidade, está diretamente ligada ao mundo matéria e as formas de vida que se constroem no curso da história, diferentemente de Piaget e de Skinner. É na aprendizagem que se possibilita a deflagração dos processos internos de desenvolvimento. Para Vygotsky, o processo educacional não depende de um educador, mas pode ocorrer pelos objetos, ambiente, cultura.

A amplitude do ensino se dá hoje através de diversos meios de informar: internete, TV drive, palestras, aulas externas, passeios, jogos e afins, que não seja necessariamente professor-aluno-sala de aula-quadro negro.

Assim exposto o gráfico, conclui-se a presente atividade.

terça-feira, 7 de junho de 2011

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO - TEMAS DE PESQUISA

Curso: Filosofia . 6º período

Módulo: Formação Docente

Professor: Paulo Bessa da Silva

Título: Psicologia da Educação - Temas de Pesquisa

Data: 19/10/2010

Objetivos: Apresentar temas de estudos da Psicologia da Educação, visando ao posterior aprofundamento em questões, tais como aprendizagem e motivação, no trabalho escolar.

Palavras-chave: Aprendizagem significativa; motivação; Ausubel; Bruner

Aluno: AGUSTAVO CAETANO DOS REIS

Matrícula: 161062.

Polo : Londrina-Paraná

PEDIDO:

Leia o artigo: Psicologia educacional nos cursos de licenciatura: a motivação dos estudantes., dos autores Sueli Édi Rufini Guimarães, José Aloyseo Bzuneck e Samuel Fabre Sanches.

A partir da leitura e da teleaula, discorra sobre o seguinte parágrafo, extraído daquele texto/relato de pesquisa: .”(...) podemos inferir que a desvalorização das licenciaturas nas instituições de ensino superior pode estar presente nas percepções dos alunos em relação às disciplinas pedagógicas. Assim, empregar determinado grau de esforço nessas disciplinas pode representar para os alunos um empenho acima das expectativas culturalmente vivas em nosso meio. Uma vez que está implícito o nível de esforço ideal, tentativas de superá-lo acarretariam resistência por parte dos estudantes, levando também os docentes a organizarem suas atividades de acordo com esse padrão estabelecido (...).”



APRESENTAÇÃO:



Meus pais sempre contam que no tempo deles o ensino até o quarto ano primário era muito mais do que o de hoje é conhecido como o nono ano do ensino fundamental – o que seria a oitava série. Mas não são só eles que soem dizer isso. Basta buscar aquela geração dos anos 30, 40 até os anos 60 que todos irão concordar. O interessante é que depois, dos anos 70 até meados dos 80, a comparação com o ensino de hoje é a mesma, ou seja, o ensino que já era ruim ainda é considerado melhor do que o de hoje. Bem, sectarismos e apologias à parte, quem pesquisa a fundo sabe que não é bem assim, muita coisa mudou para melhor, mas o estigma permanece, mas ao que tudo indica, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente e outros projetos pedagógicos duvidosos e ainda os planos de carreira profissional deficitários, muita coisa também piorou, haja vista a pesquisa elaborada no texto Psicologia Educacional e as orientações apresentadas pelo Professor Paulo Bessa da Silva em suas tele aulas.

Lembro-me bem de um caso em que uma Professora tentava motivar seu aluno a aprender determinada disciplina ao que o mesmo com ironia e desprezo lhe disse que não tinha interesse algum em aprender o que lhe ensinavam, pois a verdade era que como Saqueiro, ganharia muito mais do que ela como Professora e toda sua bagagem cultural. O que fazer diante de um cenário desses? O que os grandes psicólogos e psicanalistas da educação teriam como estratégia motivacional para um aluno com esse tipo de perspectiva?

Com as orientações internacionais e fomentos para os países em desenvolvimento que apresentem índices de aprovações altos, qual o governo que irá se preocupar em exigir nível para o ensino? Somente um que tenha uma visão muito ampla do seu próprio futuro. Nossa geração e as que estão por vir são os futuros gestores da política, da saúde, da segurança e da educação. Um país de adultos desmotivados e de intelecto curto será um desastre nacional.

Quem tiver um pingo de inteligência – ou esperteza, quiçá – será um vencedor em qualquer área que buscar desenvolver, arrastando sob sua égide multidões de servidores ignorantes.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO


Curso: Filosofia . 6º período

Módulo: Formação Docente

Unidade: Psicologia da Educação . Temas de Pesquisa

Data: 19 de outubro de 2010

Prof: Paulo Bessa da Silva

Alunos:

RICARDO LUIS DO PRADO – 163325

VANDERLEI DOS SANTOS AMORIM – 161080

RODRIGO FONTOURA MASSI – 161094

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS – 161062

Polo-Londrina-Paraná.



AULA ATIVIDADE: PEDIDO =

A partir da leitura do texto. Psicologia da Educação - Temas de Pesquisa., páginas 83 a 86 do Guia de Estudos, discutam em grupos de, no máximo, 05 componentes, as questões a seguir.



1. O que significa aprender, atualmente, em geral e o que significa aprender filosofia, em

particular? Apresentem suas críticas aos sentidos tradicionais de aprendizagem.

Em se tratando de aprender, podemos dizer que é: uma capacidade de realizar alguma coisa que não era feita anteriormente e apresentar comportamentos que não eram mostrados antes. O intuito de aprender, não se dá apenas de modo institucional, como escolas, religiões, ou universidades, alem de que, no nosso mundo atual os instrumentos de comunicação em massa que são importantes fontes de adquirir conhecimento, colaboram para a educação dos sujeitos, sem deixar de ressaltar a importância da família e as religiões. Realizar essa tarefa é de suma importância quando o sujeito é respeitado em sua identidade histórica e cultural. A autonomia de cada pessoa no processo de aprendizagem se faz necessária para o crescimento pessoal, despertar a criticidade, deixar de ver o mundo de forma ingênua, pensamos que a Filosofia é de fundamental importância se tornando uma ferramenta curricular de extrema necessidade no âmbito escolar disponível ao docente em relação ao discente exatamente pelos pontos acima expostos.

2. As motivações dos estudantes para a participação em atividades educacionais podem ser as

mesmas que as dos professores? Estudar para quê? Justifiquem suas respostas.

As motivações em relação às atividades educacionais podem ser de caráter individual. Cada sujeito pode ser instigado por uma matéria em particular devido as suas diferenças históricas. Estudantes e professores, cada qual, possuem processos pessoais diferentes em suas vidas, e isso contribui para os surgimentos de variados modos, gostos e interesses nas atividades educacionais. Mas por outro lado, muitas vezes a falta de interesse pode ser causada pela precariedade encontrada nos educadores que não despertam nos alunos o interesse necessário de espanto com o mundo que lhe é apresentado; isso pode ocorrer devido ao fato de que o próprio educador muitas vezes não tem esse potencial eis que lhe falta capacidade, talvez em sua formação ou em seu perfil.

terça-feira, 3 de maio de 2011

PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DOCENTE

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR

Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião

Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA

FORMAÇÃO DOCENTE


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP

2010

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062



FILOSOFIA

FORMAÇÃO DOCENTE




Trabalho apresentado ao módulo Formação Docente à atividade: Avaliação Modular. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.



Professor: Paulo Bessa da Silva




SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP

2010

SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................03



2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04



3 – CONCLUSÃO...............................................................................................08



4 - REFERÊNCIAS.............................................................................................09



INTRODUÇÃO



Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de

ensinar-aprender participamos de uma experiência total,

diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética,

em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a serenidade.

Paulo Freire





Apresentar a produção de resenha crítica sobre obra de Paulo Freire, tecendo um paralelo com os temas até agora trabalhados em Formação Docente, observando didática, psicologia da educação e políticas educacionais.



OBRA:



FREIRE, Paulo; Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. Coletivo Sabotagem. 92 pp. 1996 (sic).




APRESENTAÇÃO



Para iniciarmos a presente resenha, implica necessariamente a compilação de trecho de biografia ofertada pelo Instituto Paulo Freire, onde consta que Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares. Trabalhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indústria) e no Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de idéias e "métodos". Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.

A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados.

Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os 10 anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).

Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores.

A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante cinco anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do oprimido.

Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.

Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade (1967),

Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995). Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior.

A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades.

Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador dos Continentes (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo. (GADOTTI).

Como visto, sua última obra é exatamente a que buscamos resenhar. Um trabalho voltado à máxima educacional, onde Paulo Freire buscou, com audácia e sofreguidão, tecer divisores e marcadores no ritmo da didática educacional e, simultaneamente, rompeu com os mesmos e com todos os outros existentes com sua psicologia educacional, não deixando de lado a íntima crítica lógica não apenas às políticas educacionais, mas à cidadania que precisa do ensino, aos pais, aos alunos e com atenção especial, aos professores, sempre tendo o carinho de citá-los como “professor e professora”, um critério particular que demonstrava seu carinho pelo profissional da educação.

Nos três capítulos que construíram seu livro (Não há docência sem discência; Ensinar não é transferir conhecimento e Ensinar é uma especificidade humana), permeou de subcapítulos onde Paulo Freire passeou pela rigorosidade da metodologia do ensino, da pesquisa, respeito, consciência, alegria e esperança, liberdade e autoridade, diálogo, para citar alguns que sentimos mais importantes, ou que mereciam ser lembrados como destaque.

O autor sempre manteve em seu pensamento o crivo da reflexão crítica como uma exigência diretamente relacionada à teoria e à prática como conteúdo obrigatório da prática docente. Ao longo de seu trabalho, sempre deixou claro que ensinar não se trata exclusivamente de transferir conhecimento do professor para o aluno, mas sim gerar possibilidades para o mesmo possa ser produzido, construído, em parceria. Afinal, ambos – professor e aluno – continuam em fase de aprendizagem e só se aprende fazendo. Para se alcançar o objeto do ensino, é imprescindível em Paulo que se cultive a “curiosidade epistemológica” e escapar do erro epistêmico do que ele gosta de chamar “bancarismo”, onde o aluno é obrigado a sentar e o professor ficar em pé ensinando.

Para o autor, criticidade, pesquisa, respeito, coragem, são itens fundamentais para uma didática educacional onde a verdade brota e todo pensar certo é radicalmente coerente. Mas tudo caminha de mãos dadas com a rigorosidade metodológica, onde o pensar certo flui.

Sempre com um toque de psicologia, Paulo Freire busca em sua obra demonstrar que as parcerias do global escolar são importantes nas tratativas concernentes à formação educação do aluno. Desde a higiene de uma sala de aula aos recursos tecnológicos, tudo contribui para o bom andamento. Não há como impor um ritmo de ensino no contexto topológico em que a carência reine de mãos dadas com o descaso. Paulo não permite que se transfira a responsabilidade unicamente ao governo, mas que todos os interessados no entorno da escola e que dependem da mesma, são atores atuantes no sucesso desse ensino. Paulo recorda-se de professores veteranos que nunca deram uma volta pelo bairro da escola para conhecer o histórico de seus alunos que ali freqüentam. A critica, não é algo inconsciente ou inconsequente em Paulo, mas a sim algo que vem para somar, crescer. Criticar a sujeira deve ser acompanhada da solução através da vassoura, da enxada, da brocha de caiar. Se não é responsabilidade do pai, do professor, alguém precisa ser acionado, no mínimo a ação telefônica precisa ser feita.

Em seu livro, Paulo procura deixar evidente que não desconhece as dificuldades sociais, políticas, culturais, humanas, que barreiras para mudar o mundo sempre existiram, mas aponta esperançoso que os obstáculos não se eternizam. O sujeito inacabado precisa estar sempre num processo social de busca.

Paulo Freire trata de política em sua obra, de forma contundente deixa claro que estar no mundo sem tratar da sua própria história e em politizar não é possível. É aí que ele destaca a consciência como fator preponderante nesse avanço histórico/político. Destaca que a necessidade de revolucionar implica em assumir esse compromisso, mesmo que esteja equivocado, o valor está em admitir sua bandeira, assumir-se transgressor da natureza humana.

O bom senso reina para deixar claro que suas opiniões não são anarquistas. A ciência, consoante Paulo frisa, sem o bom senso, corre o risco de perder o rumo e desviar-se do caminho que almeja. Por tal, urge que se tenha ética diante do que se propõe fazer. Isso é solidarizar-se com o público alvo, com o educando, isso é respeito, mais que isso, esperança, esperança de que nessa “luta” a realidade inexorável possa mudar para melhor.

Politicamente Paulo lança as questões: “Em favor de que estudo? Em favor de quem? Contra que estudo? Contra quem estudo?” (FREIRE, p. 47, 1996). Não se pode trabalhar unicamente pelo salário, pela negação da vida, mas resistir, nos manter vivos com a mente voltada para o futuro construindo-o agora e critica fortemente a política assistencialista que, segundo ele, “anestesia a consciência oprimida, prorroga, [...] a necessária mudança da sociedade.” (FREIRE, p. 48, 1996). Com isso, Paulo deixa evidente sua marca de ser revolucionário politicamente em especial no caminho da educação. Dar bolsas isso, bolsas aquilo, estimular o aluno ou seus pais com “presentes” financeiros, não educa, “vagabundiza”- com o perdão do neologismo – afinal, quem ganha os “presentes” são os pais, e não os alunos. Assim, se há que existir estímulo, que seja então diretamente para o aluno. É por tal que a leitura do mundo em Paulo Freire, sempre precede a leitura da palavra.

Paulo vai mais longe, com entende que a alfabetização “só ganha sentido na dimensão humana se, [...] se realiza uma espécie de psicanálise histórico-político-social [...]” (FREIRE, p. 50, 1996), o que explicita seu perfil onde a característica do “programados para aprender” se perde sem a vocação para ser mais.

Em Pedagogia da autonomia, Paulo Freire deixa claro ao professor, àquele que quer se tornar professor – e aos alunos – que é necessário levar a sério sua profissão, é preciso estar em constante atualização, estudando também, se esforçar para sempre manter-se digno de cumprir e honrar sua tarefa educacional, para assim, ter força moral e democrática para coordenar as atividades em sala de aula.



CONCLUSÃO



Paulo Freire não foi apenas reconhecido pelas ideias que possam ser consideradas utópicas no ensino, mas sim por cutucar as políticas educacionais com vara curta. Sempre foi considerado um estorvo – haja vista seu exílio – e só foi reconhecido como um autêntico revolucionário “positivo” da educação décadas depois de seus martelares gnosiológicos.

Era pai, esposo, professor, aluno e político ativo. Zelava por sua liberdade e vigiava sua autoridade. Criava sua autonomia com respeito e respeitando seus semelhantes – sejam alunos, colegas, políticos – construía a independência, a crítica consciente e o respeito, procurando manter sempre próxima sua atitude com o que realizava, sendo verdadeiro consigo buscou a transparência em seus mandos e desmandos.

Afinal, como ele mesmo dizia, “o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente lido, interpretado, escrito e reescrito.” (FREIRE, p. 60, 1996).




REFERÊNCIAS



FREIRE, Paulo; Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. Coletivo Sabotagem. 92 pp. 1996 (sic).



GADOTTI, Moacir; Paulo Freire: pequena biografia. Disponível em: http://www.paulofreire.org/Crpf/CrpfAcervo000031. Acesso em 17 out 2010.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

MUNDO PSÍQUICO EM VYGOTSKY

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

Curso: Filosofia – 6º período

Módulo: Formação Docente

Tema: Psicologia da Educação - Fundamentos

Data: 05/10/2010

Prof: Paulo Bessa da Silva



ALUNOS DO POLO DE LONDRINA – PARANÁ



RICARDO LUIZ DO PRADO No. 163325

RODRIGO FONTOURA MASSI – No.161094

VANDERLEI DOS SANTOS AMORIN – No.161080

LETÍCIA REGINA DOS SANTOS RODRIGUES – No. 161072

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS – Nº. 161062



PEDIDO:

Discutam a afirmação de Vygotsky de que o mundo psíquico que temos hoje não foi nem será sempre assim, pois sua caracterização está diretamente ligada ao mundo material e às formas de vida que a humanidade constrói, no decorrer de sua história.



A partir dessa afirmação, respondam as seguintes questões:



1. Esta ênfase na construção do psiquismo, a partir das condições sociais, está em desacordo com a ênfase na predisposição cognitiva individual, conforme a concepção de Piaget? Justifiquem sua resposta.





Resposta 1.



Para Vygotsky, o psiquismo humano é resultado de construções históricas e sociais da humanidade, é parcialmente determinado pela maturação biológica, mas o principal fator para que ocorra desenvolvimento do ser é a aprendizagem. O docente tem uma importância grande, pois é ele quem desenvolve as atividades, o ensino formal ocorre de maneira planejada, mas, ele leva em conta as ações que os estudantes devem realizar como a sua capacidade. Para ele todos os indivíduos têm uma capacidade de aprendizagem, que é o que ele chama de zona de desenvolvimento proximal, para que seu potencial seja alcançado.

Ele aponta muitas relações entre Filosofia e Psicologia e possui proposta de entendimento do significado do ser humano que se constrói nas relações com outras pessoas.

Piaget começou seus estudos na Biologia, trouxe para suas observações do comportamento, alguns filtros de sua formação como biólogo e enfatizava o corpo humano e a necessidade de maturação biológica para que determinados níveis de desenvolvimento cognitivo fossem realizados. Propõe idéia de estágios de desenvolvimentos cognitivos, colocando acento na razão, na cognição. Piaget entende que o ser humano se desenvolve por estágios, ou que atendido, alcançado um estágio cognitivo, o indivíduo não retorna ao anterior, carrega o anterior, mas não volta. O primeiro é o estágio sensório motor, pensamentos, atividades mentais a serem desenvolvidas a partir das sensações que o bebê experimenta movendo-se no mundo em que cresce.

Para Piaget o ambiente também é considerado para a evolução cognitiva, mas a ação do meio ambiente sobre a pessoa depende da prontidão neuro-fisiológica que ele apresenta para compreender aquela ação.

Diante disso, pode-se concluir que para Vygotsky a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e essa aprendizagem se dá historicamente com as experiências de vida adquiridas com o mundo em que vive.

Então, tendo em conta que para Piaget o resultado do avanço no aprendizado depende da própria condição predisposta da pessoa, não coincide um com o outro.

Entendemos, que ambos os elementos são importantes para o aprendizado. Observemos as crianças que foram encontradas sendo criadas pelos animais em selvas. Enquanto socialmente ambientadas num mundo animalesco, como tal agiam, mas, ao passarem para um mundo social diferente, com cenários e comportamentos humanos, seu potencial humano também se ajusta e seu comportamento se altera, evoluí.





2. A utilização de aparatos da atual tecnologia da informação faz com que o psiquismo das crianças e adolescentes das escolas, deste início do século XXI, seja diferente do psiquismo dos escolares do início do século XX? Justifiquem suas respostas.



Resposta 2.



As mudanças que vêem ocorrendo do século XX até os dias de hoje, são transformações de condições sociais, históricas e culturais, onde não são mais transformações simples, e acabam promovendo certo tipo de condição adversa no aprendizado das crianças desta geração, não só na educação, mas também nas várias idades da vida.

Nasce no século XXI uma nova proposta de analisar a infância, a adolescência e a juventude e eis que a questão é como este individuo se forma nesta sociedade de consumo onde as formas de acesso à informação são absurdamente diferentes da nossa.

Luiz Fernando Veríssimo, certa feita num museu, foi perquirido por seu neto sobre o que era um aparelho estranho diante dele. Luiz lhe disse que se tratava de uma máquina de escrever. Seu neto perguntou o que efetivamente ela fazia. Despretensioso, o avô explicou que era um tipo de impressora que imprimia na hora em que se escrevia... O neto achou a máquina genial e disse que aquilo sim era uma ótima invenção!

Descontração à parte, muito embora a idade e faixa etária, seja de se considerar, ela não define mais o ciclo da vida; no século XX enquanto se estimulava o caráter de preparação do processo educativo, as diferenças entre crianças, adolescentes, jovens e adultos se encontravam bem definidos, no século XXI a um novo conceito de reconhecimento social da infância, adolescência e juventude, são tratados assim como se fossem adultos.

Esta corrente nova da sociedade onde todos estão sujeitos a este psiquismo de serem adultos, onde se reconhece crianças como sujeitos, cidadãos com plenos direitos sociais, com aparatos tecnológicos ao alcance de todos, mesmo os menos favorecidos, configuram a criança e o adolescente na sociedade contemporânea como um espectro que pode gerar distúrbios na psique infantil. Querer que uma criança tenha direitos de adulto é querer que ela também tenha deveres de adulto. Isso estaria de acordo com sua capacidade cognitiva ainda em formação?

Hoje há maior liberdade e autonomia sobre as crianças e para os jovens, com isso dando a elas certo poder de serem “mini” adultos, levam a corrosão o poder de educadores nas escolas e de pais em casa. Crianças que não têm limites ou sequer noção de limites, ou melhor, respeito, agridem seus educadores e seus progenitores amparados por leis dicotômicas.

Estas dimensões que caracterizam a infância, a adolescência e a juventude cercados de equipamentos repletos de informações, principalmente nas camadas favorecidas da população, onde o consumo permitido e às vezes ilimitado pode geram descontrole e perda de contato com a realidade, com as relações entre pais e filhos, educadores e alunos, a falta da imposição de limites, faz da psique destas crianças, adolescentes a pensarem e crerem-se já são adultos. Mas não podem ser penalizados. E nem esta é a ideia.

É de impar importância reavaliar o processo de transição da psique humana no século XXI, infância e adolescência para a idade adulta na nossa sociedade contemporânea e tentarmos reverter esta realidade atual, mas não tolher o avanço ou o acesso, mas adequá-lo à sua faixa etária.

Assim concluímos o pedido.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL

Curso: Filosofia . 6º período
Módulo: Formação Docente
Professor: Paulo Bessa da Silva
Título: Psicologia da Educação . Fundamentos
Data: 05/10/2010.
Objetivos: Apresentar as bases teóricas sobre as quais a Psicologia da Educação opera, atualmente.
ALUNO: Agustavo Caetano dos Reis.
MATRÍCULA: 161062.
POLO: Londrina-Paraná.

INTRODUÇÃO
Para que possamos dar uma explanada junto ao pedido (qual seja: Como aplicar os fundamentos de Psicologia da Educação apresentados ao ensino de filosofia, na Educação Fundamental?), cremos ser imprescindível uma sucinta explanação do que seria hoje o Ensino Fundamental no Brasil.
É compreendido o Ensino Fundamental, como uma das etapas da educação básica no Brasil. Atualmente tem duração de nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças com idade entre seis e 14 anos. Está regulamentado por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBE), de 1996 e sua origem remonta ao Ensino de Primeiro Grau, que promoveu a fusão dos antigos curso primário (com quatro a cinco anos de duração) e do curso ginasial, com quatro anos de duração, este último considerado, até 1971, ensino secundário.
A duração obrigatória do Ensino Fundamental foi ampliada de oito para nove anos pelo Projeto de Lei nº 3.675/04, passando a abranger a Classe de Alfabetização (fase anterior à 1ª série, com matrícula obrigatória aos seis anos) que, até então, não fazia parte do ciclo obrigatório (a alfabetização na rede pública e em parte da rede particular era realizada normalmente na 1ª série).
Passando agora a ser desta maneira, excluindo-se é claro as propostas válidas já introduzidas em creches:

C.A. (classe de alfabetização) = 1º ano
1ª série = 2° ano
2ª série = 3° ano
3ª série = 4° ano
4ª série = 5° ano
5ª série = 6° ano
6ª série = 7° ano
7ª série = 8° ano
8ª série = 9° ano

APRESENTAÇÃO

Exposto isso, passemos a compreender de passagem a Psicologia da Educação.
É dado o nome de Psicologia da Educação ao segmento de estudos e pesquisas que visam descrever os processos psicológicos presentes na educação. Teóricos como Sigmund Freud, Jean Piaget, Burrhus Frederic Skinner, Carl Rogers, Lev Vygotsky e Alexander Luria, são tidos como precursores dos estudos em Psicologia da Educação. São referenciais comuns aos cursos de Pedagogia, Normal Superior e demais licenciaturas, representando, cada um, vertentes do pensamento psicológico educacional. É comum na Psicologia da Educação referir-se à educação da criança e do adolescente, mas também à educação do adulto.
Ante isso, tecnicamente, a Psicologia da Educação auxilia na discussão de “como o conhecimento produzido, validado e acumulado sob a égide da Psicologia pode ser usado para que a Educação de crianças, jovens e adultos possa ser eficaz. “ (SILVA, p. 76, 2010).
Ante o exposto acima, podemos tecer um singelo perfil que buscará atender à questão formulada.
Como bem destaca o Prof. Silva em seu texto junto ao Guia de Estudos, interpretando César Coll, a Psicologia da Educação “estabelece uma espécie de ligação entre as ‘descobertas’ da Psicologia e os desafios próprios da Educação. Assim a Psicologia da Educação se presta à análise de:” E ele tece o seguinte quadro:
• processos de mudança experimentados pelas pessoas envolvidas nas ações
educativas;
• natureza e características desses processos;
• fatores que facilitam, criam obstáculos ou mesmo tornam impossível a ocorrência
daqueles processos;
• direções tomadas;
• resultados obtidos.
O professor Silva segue em sua lógica plausível dando conta de que existem três momentos da educação que servem de estudos pela Psicologia da Educação:
Teoria ou explicação dos processos presentes nas ações educativas;
Projeção acerca do que será realizado;
Aplicação ou prática, nos espaços e oportunidades educacionais.
Entretanto, se a petulância de nossa parte não estiver extrapolando, discordamos do ponto final, onde orienta que os professores têm “[...] o papel claro de interferir no processo de aprendizagem e desenvolvimento do estudante.” (SILVA, p. 81, 2010) (Grifo nosso). Entendemos que nesse processo todo da educação através da Psicologia, a interferência seria uma forma de se intrometer na vertente de como a educação se dará ao aluno. Acreditamos que a postura do professor seja mais a de intercessão, que, a nosso ver, trata-se de algo mais discreto e que permite uma orientação livre, onde o aluno, de posse da compreensão crítica do ensino lhe ofertado, apreende e assimila com liberdade de opinião e postura autônoma, que pode decidir o que fazer e como fazer com o veio da educação e sua formação social, não somente isso, mas também somar, contribuir para o avanço e melhoria do ensino.
Assim acreditamos que a Psicologia da Educação assuma seu papel no conjunto analítico entre professor-aluno-sociedade, escapando literalmente da teoria maravilhosa do papel para o empirismo da prática funcional.

REFERÊNCIAS

Educação Fundamental. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_fundamental. Acesso em 08 out 2010.


Psicologia da Educação. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_educa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 08 out 2010.

SILVA, Paulo Bessa da; Psicologia da educação – fundamentos. Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo. Org. Wesley Adriano Martins Dourado. São Bernardo do Campo. Ed. Do Autor, 2010.

sábado, 5 de março de 2011

ARETÉ NO CONJUNTO DA EDUCAÇÃO ARISTOCRÁTICA GREGA.

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2010
AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062


FILOSOFIA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO


Trabalho apresentado ao módulo Filosofia da Educação, à atividade: Portfólio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Luís Fernando Weffort



SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
2010
SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO............................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO.........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................07

4 - REFERÊNCIAS..............................................................................................08



INTRODUÇÃO

O objetivo primordial do presente portfólio cinge-se na atividade da produção de texto que aborde a temática da importância do conceito de areté no conjunto da educação aristocrática grega e ainda perceber o sentido em que o poeta Homero pode ser considerado o educador do povo grego.
Valendo-nos de pesquisas realizadas nos textos ofertados e da atenção dedicada à teleaula, podemos chegar à lâmina peliculal da superfície desse oceano cultural oferecida à humanidade através da cultura grega.
E, tal como os heróis de outrora que buscavam seu valor, construir sua areté, assim nos enveredamos por meio desse universo maravilhoso da educação grega e apresentamos um pouco desse entendimento.



APRESENTAÇÃO

Consoante material estudado, podemos, nem que seja superficialmente, arranhar de maneira despretensiosa o que já foi aprofundado por pessoas dignas de grande, digamos areté.
Partindo do princípio, salvo melhor entendimento, e valendo-nos ainda da teleaula, de que areté é de difícil tradução, mas que ao se converter para o latim, a mesma ganha o significado cristão de virtus, ou seja virtude, como algo do espírito, temos assim, uma vaga projeção para o início da análise. Entretanto, sabemos que essa interpretação muito embora adequada, não é plenamente correta para os padrões da Grécia antiga.
Para os gregos, areté, é algo além da virtude como a conhecemos da forma implantada em nossa mente nos dias de hoje; é algo como que potência, força, capacidade de ação, a excelência.
Areté seria, então, virtude e excelência, a heroicidade. Natureza nobre e valor pessoal. A completude do homem. Eis aqui a chancela que destaca a deferência com relação à essência da palavra em questão. Areté não seria apenas e tão somente a virtude moral, mas a nobreza, a capacidade de ação, o êxito e a reputação; é a capacidade ou habilidade que se espera de um homem bom, capaz, agathós, um verdadeiro heroi na Terra, um exemplo a ser seguido pelos demais. O conceito de mente sã em corpo são, seria ultrapassado aqui.
Portanto, espelhando-nos em Barros, em seu texto Areté e cultura grega antiga, onde ela nos adverte, adotando as palavras de Jaeger: “[...] mais importante que ela (paidéia) é a palavra areté.” (BARROS), pois ela marca, designa a honra, o nome do indivíduo, o “mérito ou qualidade pelo qual alguém se torna excelente.” (BARROS).
Mas se faz necessário lembrar que esse heroi aristocrático, seria também o primeiro a enfrentar o inimigo numa guerra, antes de qualquer outro cidadão grego. Na cultura e formação grega, esse princípio, ou conjunto de valores somados a uma palavra que designaria o todo da honraria máxima, do nome do respectivo sujeito detentor da areté, era um privilégio dos nobres, eis que, poderiam assim se aproximar de sua herança divinal, coisa que o cidadão comum, mesmo sendo livre, tendo profissão reconhecida, sendo um político, um sábio, não teria condições de alcançar. A estirpe do heroi surgia no berço, na dinastia e em seguida dava-se sua educação sua formação voltada para o futuro promissor da criança.
Consoante Barros, nesse contexto de uma vida e valores aristocráticos os homens nobres, que tinham boa origem, possuíam estirpe, tal como os animais pedigree; ou ainda se distanciavam do homem do povo, mesmo que esse homem do povo tivesse uma índole ou princípios melhores que o premiado pela herança genética. A formação de sua educação deveria ser o bastante para corrigir qualquer deficiência do caráter.
Mas, felizmente a nação grega, com fito de ares mais altos, e percebendo essa diferença nata entre aquele que nasce aristocrata e o que é um simples homem do povo, começa a desenvolver uma educação mais abrangente, onde se aliam valores formadores do caráter humano, tais como coragem, temperança, piedade, justiça, sabedoria num único ser que, em assim sendo, alcançaria o objetivo maior grego. O Ser supremo.
Por isso, talvez, Jaeger em sua introdução à obra Paidéia, nos mostra um que a mais o qual um heroi precisa desenvolver para ser pleno em sua formação cultural e detentor da areté: “Mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si próprio e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana.” (JAEGER, p. 3) (Grifo meu). A somatória do indivíduo como criatura física e espiritual, sua assimilação disso e seu desenvolvimento rumo à autoperfeição poderia ser considerada a pedra de toque para a constituição do autêntico heroi, a qual, se seguida, talvez o tornasse mais imortal que a herança de um mero nome de valor, limpo, para a posteridade e sim um autêntico SER.
Nesse sentido surge como expoente grego um autêntico heroi para seu povo, um heroi que necessariamente não ergueu a espada, mas certamente o faria se precisasse: Homero. Seu estigma para a Grécia antiga foi a herança da fôrma e do espelho necessários a uma educação exemplar para o sujeito de seu tempo, mas consegue ser atemporal em sua didática.
Através de suas obras a Ilíada e a Odisseia, nos chega alegoricamente a história daquela gente bem como seus ideais. Homero sim compreende o que é areté e seus princípios alcançando nuances espiritais, indo além de uma simples ética social.
Seus escritos são interpretados não como simples mitos, mas como experiências reais dignas de serem seguidas. O que ocorre é que comumente se esquece que criador e obra são distintos e aí é que se levanta a preciosidade interna de Homero. Compreendamos melhor isso. Narrando as aventuras guerreiras de Aquiles durante a guerra de Tróia, ao se desentender com Agamemnom este lhe envia Fênix, o sábio, para tentar dissuadir Aquiles de sua birra infantil e regressar para seu compromisso adulto. Nesse encontro Fênix lhe diz: “Para ambas as coisas: proferir palavras e realizar ações.” (JAEGER, p. 30). Ora, os gregos que sucederam a história e acessaram essa passagem de Homero, a interpretam como “a mais antiga formulação do ideal de formação grego, no seu esforço para abranger a totalidade do humano.” (JAEGER, p. 30). É aqui que nos apoiamos para reverenciar o intelecto por traz da literatura. Um cérebro que consegue construir uma forma ética, de princípios, de valores tão nobres e popularizar essa opinião através de livros a fim de que todos possam compreender essa meta como algo a ser alcançado por qualquer um que se dedique a esse fim, só pode ser reverenciado como um gênio de seu tempo, atemporal.
Para Homero, negar a honra seria sim a autêntica tragédia grega. A realização de eu em Homero, não seria algo apenas para ser ambicionado como um desvio de caráter egocêntrico, megalomaníaco, mas sim o mais alto ideal que o espírito possa construir e que todos, além dos nobres, deveriam obter. O heroi não deveria ser unicamente alguém evoluído que desprezasse a morte, mas sim atingir um patamar mais elevado.
Culturalmente a formação da areté no indivíduo, espelhou-se na união e junção dessas duas obras literárias, mais que isso, propedêuticas. Uma trazia a condução física como destaque e a outra a sabedoria. Homero se apresenta como o professor máximo de sua geração, alcançando ideais de valores que passam a ser cobiçados por um povo inteiro. Homero transcende o heroísmo pessoal e calcado unicamente na figura atlética e viril de um homem, mas o faz magistralmente através de suas mulheres míticas: Helena, Penélope, Nausícaa, Arete, Euricléia, e do jovem infante, filho de Ulísses, Telêmaco. Na figura de Fênix e de Mentor, a “história” nos mostra os idosos como guias, mestres, fudamentando temas pedagógicos através de suas sábias orientações, que não apenas podem facilitar negociações, mas salvar vidas.
Essas obras assumem tons éticos e educativos, desconstruindo uma sociedade unilateral e isso é da maior importância para a história da educação grega, além ainda do simples fato de se manter plena através de cantos, na glória eterna do Olimpo literário.
Como poderia um personagem que se questiona inclusive a própria existência, ser considerado até por Platão como o educador de toda Grécia? (JAEGER, 61). É o ideal determinado encontrado em suas poesias que o destaca como esse mestre da educação primordial e exemplar, definindo e moldando caráteres para pessoas repletas de falhas e defeitos sociais, éticos, aristocráticos mas que, mesmo egoicamente, ansiam pela perfeição. Jaeger destaca: “Em tempo algum aqueles ideais alcançaram uma validade tão vasta sob a forma artística, e por ela na formação da posteridade, como nos poemas homéricos.” (JAEGER, p. 64.) são amplos e de ação permanente.
Jaeger, repleto de entusiasmo, acredita que Homero não foi o educador do povo grego, mas sim “mestre da humanidade inteira” (JAEGER, p. 65.) trazendo-nos algo mais que o cavaleirismo como forma de pessoa gentil, polida; nos conduz à um esfera mais elevada da existência, desenvolvendo através de seus versos, plenamente cônscios de seu foco, o maior grau de evolução do espírito com validade universal.


CONCLUSÃO

Debruçando um olhar realista para nossa condição humana, séculos depois, caímos na questão destacada uma vez mais por Barros, onde ela nos lembra que muito embora os gregos tenham um ideal, tenham uma historicidade educativa, o homem, o ser humano se mostra transitório “no fluxo da vida e no curso transformador dos acontecimentos.” (BARROS).
Ainda vincados na tese acima levantada, reportamo-nos ao Professor Weffort, quando nos orienta que “Educar-se para ser uma pessoa exemplar implica sacrifícios pessoais em nome da autoimagem. A busca pelo máximo grau da elevação da natureza humana é a meta.” (WEFFORT, in teleaula). O que nos leva a concluir que a areté em sua máxima concepção – não só física, mas também espiritual – depende não só dos Fênix e/ou Homeros da vida, mas sim, exclusivamente da vontade exumada do indivíduo que pleno de seus objetivos, assim o quer.


REFERÊNCIAS

BARROS, Gilda Naécia Maciel de; Areté e cultura grega antiga - pontos e contrapontos. Texto oferecido pela Metodista. Disponível em: http://www.hottopos.com/videtur16/gilda.htm. Acesso em: 05 ago 2010.

Guia de Estudos. Filosofia contemporânea, investigação filosófica e perspectivas sobre a educação. Universidade Metodista de São Paulo. Organização de Wesley Adriano M. Dourado. São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2010. 128 p. (Cadernos didáticos Metodista - Campus EAD).

JAEGER, Werner; Paidéia – A formação do homem grego. Tradução de Artur M. Parreira. Ed. Martins Fontes. São Paulo. 1995.

SANTOS, Maria da Conceição A. dos; ROSA, Sônia Isabel G; Conceito de Paidéia. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/paideia/index.htm. Acesso em: 04 ago 2010.

WEFFORT, Luís Fernando; Teleaula. Estúdios da Metodista de São Paulo. 03 ago 2010.