- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

MUNDO PSÍQUICO EM VYGOTSKY

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

Curso: Filosofia – 6º período

Módulo: Formação Docente

Tema: Psicologia da Educação - Fundamentos

Data: 05/10/2010

Prof: Paulo Bessa da Silva



ALUNOS DO POLO DE LONDRINA – PARANÁ



RICARDO LUIZ DO PRADO No. 163325

RODRIGO FONTOURA MASSI – No.161094

VANDERLEI DOS SANTOS AMORIN – No.161080

LETÍCIA REGINA DOS SANTOS RODRIGUES – No. 161072

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS – Nº. 161062



PEDIDO:

Discutam a afirmação de Vygotsky de que o mundo psíquico que temos hoje não foi nem será sempre assim, pois sua caracterização está diretamente ligada ao mundo material e às formas de vida que a humanidade constrói, no decorrer de sua história.



A partir dessa afirmação, respondam as seguintes questões:



1. Esta ênfase na construção do psiquismo, a partir das condições sociais, está em desacordo com a ênfase na predisposição cognitiva individual, conforme a concepção de Piaget? Justifiquem sua resposta.





Resposta 1.



Para Vygotsky, o psiquismo humano é resultado de construções históricas e sociais da humanidade, é parcialmente determinado pela maturação biológica, mas o principal fator para que ocorra desenvolvimento do ser é a aprendizagem. O docente tem uma importância grande, pois é ele quem desenvolve as atividades, o ensino formal ocorre de maneira planejada, mas, ele leva em conta as ações que os estudantes devem realizar como a sua capacidade. Para ele todos os indivíduos têm uma capacidade de aprendizagem, que é o que ele chama de zona de desenvolvimento proximal, para que seu potencial seja alcançado.

Ele aponta muitas relações entre Filosofia e Psicologia e possui proposta de entendimento do significado do ser humano que se constrói nas relações com outras pessoas.

Piaget começou seus estudos na Biologia, trouxe para suas observações do comportamento, alguns filtros de sua formação como biólogo e enfatizava o corpo humano e a necessidade de maturação biológica para que determinados níveis de desenvolvimento cognitivo fossem realizados. Propõe idéia de estágios de desenvolvimentos cognitivos, colocando acento na razão, na cognição. Piaget entende que o ser humano se desenvolve por estágios, ou que atendido, alcançado um estágio cognitivo, o indivíduo não retorna ao anterior, carrega o anterior, mas não volta. O primeiro é o estágio sensório motor, pensamentos, atividades mentais a serem desenvolvidas a partir das sensações que o bebê experimenta movendo-se no mundo em que cresce.

Para Piaget o ambiente também é considerado para a evolução cognitiva, mas a ação do meio ambiente sobre a pessoa depende da prontidão neuro-fisiológica que ele apresenta para compreender aquela ação.

Diante disso, pode-se concluir que para Vygotsky a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e essa aprendizagem se dá historicamente com as experiências de vida adquiridas com o mundo em que vive.

Então, tendo em conta que para Piaget o resultado do avanço no aprendizado depende da própria condição predisposta da pessoa, não coincide um com o outro.

Entendemos, que ambos os elementos são importantes para o aprendizado. Observemos as crianças que foram encontradas sendo criadas pelos animais em selvas. Enquanto socialmente ambientadas num mundo animalesco, como tal agiam, mas, ao passarem para um mundo social diferente, com cenários e comportamentos humanos, seu potencial humano também se ajusta e seu comportamento se altera, evoluí.





2. A utilização de aparatos da atual tecnologia da informação faz com que o psiquismo das crianças e adolescentes das escolas, deste início do século XXI, seja diferente do psiquismo dos escolares do início do século XX? Justifiquem suas respostas.



Resposta 2.



As mudanças que vêem ocorrendo do século XX até os dias de hoje, são transformações de condições sociais, históricas e culturais, onde não são mais transformações simples, e acabam promovendo certo tipo de condição adversa no aprendizado das crianças desta geração, não só na educação, mas também nas várias idades da vida.

Nasce no século XXI uma nova proposta de analisar a infância, a adolescência e a juventude e eis que a questão é como este individuo se forma nesta sociedade de consumo onde as formas de acesso à informação são absurdamente diferentes da nossa.

Luiz Fernando Veríssimo, certa feita num museu, foi perquirido por seu neto sobre o que era um aparelho estranho diante dele. Luiz lhe disse que se tratava de uma máquina de escrever. Seu neto perguntou o que efetivamente ela fazia. Despretensioso, o avô explicou que era um tipo de impressora que imprimia na hora em que se escrevia... O neto achou a máquina genial e disse que aquilo sim era uma ótima invenção!

Descontração à parte, muito embora a idade e faixa etária, seja de se considerar, ela não define mais o ciclo da vida; no século XX enquanto se estimulava o caráter de preparação do processo educativo, as diferenças entre crianças, adolescentes, jovens e adultos se encontravam bem definidos, no século XXI a um novo conceito de reconhecimento social da infância, adolescência e juventude, são tratados assim como se fossem adultos.

Esta corrente nova da sociedade onde todos estão sujeitos a este psiquismo de serem adultos, onde se reconhece crianças como sujeitos, cidadãos com plenos direitos sociais, com aparatos tecnológicos ao alcance de todos, mesmo os menos favorecidos, configuram a criança e o adolescente na sociedade contemporânea como um espectro que pode gerar distúrbios na psique infantil. Querer que uma criança tenha direitos de adulto é querer que ela também tenha deveres de adulto. Isso estaria de acordo com sua capacidade cognitiva ainda em formação?

Hoje há maior liberdade e autonomia sobre as crianças e para os jovens, com isso dando a elas certo poder de serem “mini” adultos, levam a corrosão o poder de educadores nas escolas e de pais em casa. Crianças que não têm limites ou sequer noção de limites, ou melhor, respeito, agridem seus educadores e seus progenitores amparados por leis dicotômicas.

Estas dimensões que caracterizam a infância, a adolescência e a juventude cercados de equipamentos repletos de informações, principalmente nas camadas favorecidas da população, onde o consumo permitido e às vezes ilimitado pode geram descontrole e perda de contato com a realidade, com as relações entre pais e filhos, educadores e alunos, a falta da imposição de limites, faz da psique destas crianças, adolescentes a pensarem e crerem-se já são adultos. Mas não podem ser penalizados. E nem esta é a ideia.

É de impar importância reavaliar o processo de transição da psique humana no século XXI, infância e adolescência para a idade adulta na nossa sociedade contemporânea e tentarmos reverter esta realidade atual, mas não tolher o avanço ou o acesso, mas adequá-lo à sua faixa etária.

Assim concluímos o pedido.

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