- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE - A GENEALOGIA DA MORAL

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP - 2010

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

Trabalho apresentado ao módulo Filosifa Contemporânea à atividade: Portfolio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Washington Luis Souza

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO................................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO............................................................................................04

3 – CONCLUSÃO..................................................................................................08

4 - REFERÊNCIAS.................................................................................................09

INTRODUÇÃO

O pedido que se apresenta no Planejamento Semanal de 16 de novembro de 2010, elaborado pelo Professor Washington Luis Souza, ao Módulo Filosofia Contemporânea, trata-se de um fichamento pós leitura de trecho da obra de Friedrich Wilhelm Nietzsche, a Genealogia da moral – uma polêmica, sobre a primeira dissertação do texto, intitulada Bom e mau, bom e ruim. Obra em que o autor pretende responder a certos questionamentos de valorações morais e éticas. No caso em tela, o texto aborda temas antigos, originários do que a humanidade hoje conhece por bom e mau, sua origem e, segundo o autor, a sua degeneração no que hoje se tornou dicotômico, bandeira de luta entre a luz e as trevas e seus principais responsáveis manipuladores de tal fato.

IN: NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.

APRESENTAÇÃO

O texto Primeira dissertação – “Bom e mau”, “Bom e ruim”, busca demonstrar essencialmente como a manipulação sacerdotal conseguiu subverter, consoante o autor, a simples designação que outrora se tinha ao se abordar o tema bom e mau/ruim. Em tese, Nietzsche quer desvendar os olhos do leitor forçando-o a vislumbrar uma nova percepção (ou a antiga) do que hoje se festeja como bondade e maldade, moral, princípios, fé... e que foram se adulterando no curso da história.
O presente fichamento se dará na forma de citações dos principais trechos que este aluno compreendeu importantes para a elucidação, ou introdução do que o autor pretende, buscando, com isso, destacar as passagens mais significativas do texto – ou as que chamaram a atenção do leitor e que o conduzirá a refletir sobre os temas levantados. Para tal o textos serão colocados sempre entre aspas, destacando-se o trecho e as páginas entre parênteses e sua fonte será destacada no final junto à referência bibliográfica. Buscar-se-á evitar o máximo possível o fichamento de comentários sobre os trechos a fim de impedir que o aluno conduza ou, numa tentativa equivocada ou até mesmo apaixonada, desvie a leitura para caminhos que não os autênticos objetivados pelo autor além dos excertos subjetivos já realizados.
Assim segue:
“ [...] enigmas em carne e osso [...] são interessantes! [...] colocar em evidência o lado vergonhoso [...] interior, e procurar o elemento operante [...] para o desenvolvimento [...] onde nosso orgulho intelectual menos desejaria encontrá-lo [...] na força da inércia. Ou, por fim – de tudo alguma coisa – [...] que esses pesquisadores [...] sejam [...] criaturas valentes, [...] e que se tenham cultivado a ponto de sacrificar qualquer desejo à verdade [...].” (1, pp. 17-18).
“[...] historiadores da moral! [...] falta o próprio espírito histórico [...] pensam [...] essencialmente a-histórica; [...] quando se trata de investigar a origem do [...] “bom”. [...] idiossincrasia dos psicólogos ingleses [...] ‘a utilidade’, ‘o esquecimento’, ‘o hábito’ e por fim ‘o erro’. [...]. Este orgulho deve ser humilhado, e esta valoração desvalorizada: [...] ‘bom’ no lugar errado: [...] não provém daqueles aos quais se fez o ‘bem’! [...] É somente com um declínio dos juízos de valor aristocráticos que essa oposição ‘egoísta’ e ‘não egoísta’ se impõe mais e mais à consciência humana [...] ou doença do cérebro.” (2, pp. 18-20).
“[...] a origem do juízo de valor ‘bom’ [...] sofre de um contra-senso psicológico. A utilidade [...] teria sido esquecida [...]. Herbert Spencer [...] estabelece o conceito ‘bom’[...] igual a ‘útil’, ‘conveniente’, [...] a humanidade teria [...] sancionado [...] suas experiências inesquecíveis [...] essa via [...] é errada, [...] mas ao menos [...] é razoável”. (3, p. 20).
“A indicação do caminho certo [...] do ponto de vista etimológico[...] remetem à mesma transformação conceitual [...] ‘nobre’[...], a partir do qual necessariamente se desenvolveu ‘bom’, ‘plebeu, [...] transmutar-se finalmente em ‘ruim’. [...] uma percepção essencial no que toca a uma genealogia da moral.”(4, pp. 20-21).
“[...] os conceitos da humanidade antiga foram inicialmente compreendidos, numa medida para nós impensável [...] grosseiro, tosco, improfundo, estreito, [...] e francamente assimbólico. [...] abriram-se [...] entre os homens, abismos [...] cujas seqüelas parecem ser a debilidade intestinal e a neurastenia [...] fatalmente inerentes aos sacerdotes de todos os tempos; [...] o que foi por eles mesmos inventado como remédio [...] demonstrou ser mil vezes mais perigoso [...], o jejum, a continência sexual, [...] fabricar indolentes e refinados, [...] e por fim o muito compreensível enfado geral com a sua cura radical – o nada (ou Deus [...]!) [...] dessa forma essencialmente perigosa a sacerdotal, é que o homem se tornou um animal interessante, apenas então a alma humana [...] tornou-se má.” (6, pp. 24-25).
“[...] o modo de valoração sacerdotal pode derivar daquele cavalheiresco-aristocrático [...] isso ocorre quando a casta dos sacerdotes e a dos guerreiros se confrontam ciumentamente. [...] Os juízos de valor cavalheiresco-aristocráticos têm como pressuposto uma constituição física,[...] livre, contente. Os sacerdotes são, os mais terríveis inimigos [...] Porque são os mais impotentes. [...] o ódio toma proporções monstruosas e sinistras [...] mais espiritual e venenosa.”(7, p. 25).
“[...] Jesus de Nazaré [...]. Não teria Israel alcançado, por via desse ‘redentor’, [...] a derradeira meta de sua sublime ânsia de vingança? [...] de passos lentos e premeditados, Israel mesmo tivesse de negar e pregar na cruz o autêntico instrumento de sua vingança, [...] para que o ‘mundo inteiro’, ou seja, todos os adversários de Israel pudesse [...] morder tal isca? [...] [sob este signo] [...] Israel até agora sempre triunfou.” (8, p. 27).
“A rebelião escrava na moral [...] quando o [...] ressentimento se torna criador e gera valores [...] este necessário dirigir-se para fora, em vez de volar-se para si – é algo próprio do ressentimento: [...] requer, para nascer, um mundo oposto e exterior, para poder agir em absoluto [...] no modo de valoração nobre: [...] busca seu oposto [...] para dizer Sim [...]. [...] no desprezo se acham mescladas demasiada negligência [...] para que ee seja capaz de transformar seu objeto em monstro e caricatura. Os ‘bem-nascidos’se sentiam mesmo como os ‘felizes’; eles não tinham de construir artificialmente a sua felicidade [...], (como costumam fazer os homens do ressentimento). Uma raça de tais homens do ressentimento resultará necessariamente mais inteligente que qualquer raça nobre [...]. Não conseguir levar a sério por muito tempo seus inimigos, [...] eis o indício de naturezas fortes e plenas, [...] propiciadora do esquecimento [...]. Um homem tal sacode de si, com um movimento, muitos vermes que em outros se enterrariam; apenas neste caso é possível [...] o autêntico ‘amor aos inimigos’. [...] Em contrapartida [...] ‘o inimigo’tal como o concebe o homem do ressentimento [...] ele concebeu ‘o inimigo mau’, ‘o mau’.” (10, pp. 28-31).
“Supondo que fosse verdadeiro o que agora se crê como ‘verdade’ [...] o sentido de toda cultura é amestrar o animal de rapina ‘homem’, reduzi-lo a um animal manso e civilizado, [...] deveríamos sem dúvida tomar aqueles instintos de [...] ressentimento como os autênticos instrumentos da cultura; [...]. Esses ‘instrumentos da cultura’ são uma vergonha para o homem [...] uma acusação, [...] contrário à ‘cultura’! [...] quem não preferiria mil vezes temer, podendo [...] admirar, a não temer, mas não mais poder se livrar da visão asquerosa, atrofiados, envenenados? [...] Não o temor; mas sim que não tenhamos mais o que temer no homem; [...].” (11, pp. 33-34).
“Mas de quando em quando me concedam – supondo que existam protetoras celestes, além do bem e do mal – uma visão, concedam-me apenas uma visão, de algo perfeito, [...] feliz, potente, triunfante, no qual ainda haja o que temer! [...] em virtude do qual possamso manter a fé no homem!... [...] o homem se torna cada vez ‘melhor’... [...] junto com o temor do homem, perdemos também o amor a ele, [...] a esperança em torno dele.” (12, p. 34-35).
“Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina [...]. Exigir da forção que não se expresse como força, [...] é tão absurdo quanto exigir da fraqueza que se expresse como força. [...] não existe ‘ser’ por trás do fazer, do atuar, do devir; ‘o agente’ é uma ficção acrescentada à ação – a ação é tudo. [...] toda a nossa ciência se encontra sob a sedução da linguagem, [...] não é de espantar que os afetos entranhados que ardem ocultos, ódio, e vingança, tirem proveito dessa crença, [...]. E bom é todo aquele que [...] remete a Deus a vingança, [...] até os insetos [...] os quais se fazem de mortos para não agir ‘demais’, em caso de perigo. [...] a alma foi até o momento o mais sólido artigo de fé sobre a terra, [...] enganar a si mesmos com a sublime falácia de interpretar a fraqueza como liberdade, [...].” (13, pp. 35-37).
“[...] como se fabricam ideais na terra? [...] negra oficina. [...] Temerário: [...]. A fraqueza é mentirosamente mudada em mérito. [...] (há alguém que dizem impor esta submissão – chamam-no Deus). [...] talvez essa miséria seja uma preparação, algo que um dia será recompensado [...] em felicidade. A isto chamam de ‘bem-aventurança’. [...] não por temor, [...] e sim porque Deus ordena que seja honrada a autoridade. [...] O ar ruim! Esta oficina onde se fabricam ideais [...] está fedendo de tanta mentira! [...] aquilo que lhes serve de consolo por todo o sofrimento da vida [...] a isto chamam de ‘Juízo Final’.” (14, pp. 37-39).
“Esses fracos – também eles desejam ser os fortes [...] chamam-no simplesmente ‘o Reino de Deus’. [...] Para vivenciar isto é preciso [...] a vida eterna [...] ‘também a mim criou o eterno ódio’- supondo que uma verdade pudesse ficar sobre a porta que leva a uma mentira!”(15, pp. 39-43).
“[...] a luta [...] foi levada [...] para o alto, com isto se aprofundando e se espiritualizando sempre mais: [...] falsificação literária requerida para esse fim. [...] em toda parte onde o homem fou ou quer ser domado.” (16, pp. 43-44).
“[...] o filósofo deve resolver o problema do valor, deve determinar a hierarquia dos valores.” (Nota, pp. 45-46).

CONCLUSÃO

Com isso, encerra-se o presente fichamento do trecho da obra pesquisada de Nietzsche, mas não sem antes ressaltar o que se evidencia a olhos atentos: em Nietzsche, o que marca, o que chama a atenção e revela sua mensagem, são os itálicos, as aspas, os negritos, as reticências, os hífens, os parênteses...


REFERÊNCIAS

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário