- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.
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domingo, 6 de novembro de 2011

MAX E ENGELS - MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA - NOTAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR

Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião

Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA

FILOSOFIA, CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011


Trabalho apresentado ao módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação à atividade: Portfolio 1 - Fichamento. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.



Professor: Cesar Mangolin de Barros


SUMÁRIO

1 – PEDIDO........................................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................08

4 - REFERÊNCIAS.............................................................................................09

PEDIDO

Através de Planejamento Semanal, do Semestre 5, oriundo do Módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação, do Professor César Mangolin de Barros, propôs-se como atividade para o Portfolio – 1, a Leitura do texto: ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. “Manifesto do Partido Comunista.” Texto este escrito no final de 1847 e publicado pela primeira vez em 1848. O pedido em si trata-se de ler o mesmo e realizar um fichamento de suas principais idéias.

Segue abaixo a estrutura das principais notas encontradas por este aluno após atenta leitura.


APRESENTAÇÃO

Segue imediatamente as notas realizadas consideradas mais chamativas da leitura imposta.

“Não se deve atribuir demasiada importância às medidas revolucionárias enumeradas no final do capítulo II.” (MARX; ENGELS, p. 2, 1872).

“A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.” “Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades;” (MARX; ENGELS, p. 3, 1872).

“Por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletários compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.” (Nota de F. Engels). (MARX; ENGELS, p. 3, Nota 2. 1872).

“Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo desenvolvimento, de uma série de revoluções no modo de produção e de troca.” (MARX; ENGELS, p. 4, 1872).

“Comunas chamavam-se na França as cidades nascentes, [...]. Assim, os habitantes das cidades, na Itália e na França, chamavam suas comunidades urbanas [...].” (MARX; ENGELS, p. 4, Nota 4. 1872).

“Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo.” “[...] a burguesia [...]cria um mundo à sua imagem e semelhança.” (MARX; ENGELS, p. 5, 1872).

“A burguesia [...] concentrou a propriedade em poucas mãos. A conseqüência necessária dessas transformaçõs foi a centralização política.” “A que leva isso? Ao preparo de crises mais extensas e mais destruidoras e à diminuição dos meios de evitá-las.” (MARX; ENGELS, p. 6, 1872).

“O proletariado passa por diferentes fases de desenvolvimento. Logo que nasce começa sua luta contra a burguesia.” “Não se limitam a atacar as relações burguesas de produção, atacam os instrumentos de produção: destroem as mercadorias estrangeiras que lhes fazem concorrência, quebram as máquinas, queimam as fábricas e esforçam-se para reconquistar a posição perdida do artesão da Idade Média.” (MARX; ENGELS, p. 7, 1872).

“[...] os operários se unem para agir em massa compacta, isto não é ainda o resultado de sua própria união, [...]não combatem ainda seus próprios inimigos, mas os inimigos de seus inimigos,” “A burguesia vive em guerra perpétua; primeiro, contra a aristocracia; depois, contra as frações da própria burguesia cujos interesses se encontram em conflito com os progressos da indústria; e sempre contra a burguesia dos países estrangeiros.” “[...]burguesia fornece aos proletários os elementos de sua própria educação política, isto é, armas contra ela própria.” (MARX; ENGELS, p. 8, 1872).

“[...] uma parte da burguesia passa-se para o proletariado, especialmente a parte dos ideólogos burgueses que chegaram à compreensão teórica do movimento histórico em seu conjunto.” “[...] a sujeição do operário pelo capital, tanto na Inglaterra como na França, na América como na Alemanha, despoja o proletariado de todo caráter nacional. As leis, a moral, a religião, são para ele meros preconceitos burgueses, atrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses.” “[...] para oprimir uma classe é preciso poder garantir-lhe condições tais que lhe permitam pelo menos uma existência de escravo. [...] impor à sociedade [...].” (MARX; ENGELS, p. 9, 1872).

“Os comunistas só se distinguem dos outros partidos operários em dois pontos: 1) Nas diversas lutas nacionais dos proletários, destacam e fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado, independentemente da nacionalidade. 2) Nas diferentes fases por que passa a luta entre proletários e burgueses, representam, sempre, e em toda parte, os interesses do movimento em seu conjunto.” (MARX; ENGELS, p. 10, 1872).

“O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade geral, mas a abolição da propriedade burguesa.” “[...] os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula única: abolição da propriedade privada.” “[...] porque o progresso da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.” “[...] o trabalho do proletário, o trabalho assalariado cria propriedade para o proletário? De nenhum modo. Cria o capital, [...]”. “Ser capitalista significa ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na produção.” “O capital não é, pois, uma força pessoal; é uma força social.” “[...] para que o operário viva como operário. [...] essa apropriação não deixa nenhum lucro líquido que confira poder sobre o trabalho alheio.” (MARX; ENGELS, p. 11, 1872).

“[...] no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham.” “A cultura, cuja perda o burguês deplora, é, para a imensa maioria dos homens, apenas um adestramento que os transforma em máquinas.” (MARX; ENGELS, p. 12, 1872).

“Os comunistas não precisam introduzir a comunidade das mulheres. Esta quase sempre existiu.” (MARX; ENGELS, p. 13, 1872).

“Quanto às acusações feitas aos comunistas em nome da religião, da filosofia e da ideologia em geral, não merecem um exame aprofundado.” “As idéias de liberdade religiosa e de liberdade de consciência não fizeram mais que proclamar o império da livre concorrência no domínio do conhecimento.” “[...] mantiveram-se sempre através dessas transformações.” (MARX; ENGELS, p. 14, 1872).

“1 - Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado.

2 - Imposto fortemente progressivo.

3 - Abolição do direito de herança.

4 - Confiscação da propriedade de todos os emigrados e sediciosos.

5 - Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo.

6 - Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.

7 - Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das- terras cultivadas, segundo um plano geral.

8 - Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura.

9 - Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo.

10 - Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc.” (MARX; ENGELS, p. 15/6, 1872).

“Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classes, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.” (MARX; ENGELS, p. 16, 1872).

“Não se ergueu também o cristianismo contra a propriedade privada, o matrimônio, o Estado? E em seu lugar não predicou a caridade e a pobreza, o celibato, a mortificação da carne, a vida monástica e a Igreja? O socialismo cristão não passa de água benta com que o padre consagra o despeito da aristocracia.” (MARX; ENGELS, p. 17, 1872).

“Os comunistas não se rebaixa a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.” (MARX; ENGELS, p. 23, 1872).

CONCLUSÃO

Os estudos de Marx e Engels sobre o comunismo culminaram em profundas alterações nos rumos da sociedade como um todo, não meramente trabalhista e empresarial. Dividiram a sociedade em duas partes vastas: burguesia e proletariado, as duas palavras mágicas que vieram a fervilhar o mundo e especialmente as mentes dos habitantes da América Latina.

Os autores entendiam que os burgueses nada mais eram que os capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção e que empregavam o trabalhador assalariado. Estes, por sua vez, eram os proletários, que privados de meios para produzir vendiam sua força laborativa para poderem existir na modernidade.

Revolucionou-se a Idade Média com a Modernidade extinguindo-se o escambo pelas duras exigências do pagamento à vista. A burguesia passa a existir como uma egregora mágica que invade o globo todo, criando um mundo “divinal” à sua imagem e semelhança. O que seria uma solução a priori passa a ser um circulo vicioso que cria crises mais extensas e mais destruidoras diminuindo-se os meios de evitá-las.

Um paralelo com o trabalho de Michel Foucault (Vigiar e Punir) passa a ocorrer quando a indústria moderna transforma a pequena oficina do amigo e mestre na grande fábrica fria e distante. Massas passam a trabalhar como soldados numa indústria vigiada pela hierarquia de oficiais a cada hora, escravos de máquina. O proletário nasce puro mas logo é forçado a combater a burguesia gerando a violência revolucionária passando a burguesia a viver em guerra perpétua com a classe proletária e seu fim começa a aparecer quando ela mesma fornece elementos de sua própria educação política para que os proletários a combata.

Tal conduta leva os trabalhadores a se despojarem de toda ética e moral européia, eis que a viam como algo burguês.

Surgindo os comunistas surgem dois destaques de suas lutas: fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado independente de sua origem e esses interesses passam a ser os mesmos do movimento e seu conjunto, caracterizando a abolição da propriedade burguesa, não precisando introduzir comunidade de mulheres, eis que essa classe quase sempre existiu.

As transformações morais, segundo os autores, sempre foram evoluindo mantendo-se através das respectivas transformações.

Surge assim, uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.

REFERÊNCIAS


MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Organização: Osvaldo Coggiola. Ed. Boitempo Editorial. São Paulo-SP. 2005

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE - A GENEALOGIA DA MORAL

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP - 2010

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

Trabalho apresentado ao módulo Filosifa Contemporânea à atividade: Portfolio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Washington Luis Souza

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO................................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO............................................................................................04

3 – CONCLUSÃO..................................................................................................08

4 - REFERÊNCIAS.................................................................................................09

INTRODUÇÃO

O pedido que se apresenta no Planejamento Semanal de 16 de novembro de 2010, elaborado pelo Professor Washington Luis Souza, ao Módulo Filosofia Contemporânea, trata-se de um fichamento pós leitura de trecho da obra de Friedrich Wilhelm Nietzsche, a Genealogia da moral – uma polêmica, sobre a primeira dissertação do texto, intitulada Bom e mau, bom e ruim. Obra em que o autor pretende responder a certos questionamentos de valorações morais e éticas. No caso em tela, o texto aborda temas antigos, originários do que a humanidade hoje conhece por bom e mau, sua origem e, segundo o autor, a sua degeneração no que hoje se tornou dicotômico, bandeira de luta entre a luz e as trevas e seus principais responsáveis manipuladores de tal fato.

IN: NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.

APRESENTAÇÃO

O texto Primeira dissertação – “Bom e mau”, “Bom e ruim”, busca demonstrar essencialmente como a manipulação sacerdotal conseguiu subverter, consoante o autor, a simples designação que outrora se tinha ao se abordar o tema bom e mau/ruim. Em tese, Nietzsche quer desvendar os olhos do leitor forçando-o a vislumbrar uma nova percepção (ou a antiga) do que hoje se festeja como bondade e maldade, moral, princípios, fé... e que foram se adulterando no curso da história.
O presente fichamento se dará na forma de citações dos principais trechos que este aluno compreendeu importantes para a elucidação, ou introdução do que o autor pretende, buscando, com isso, destacar as passagens mais significativas do texto – ou as que chamaram a atenção do leitor e que o conduzirá a refletir sobre os temas levantados. Para tal o textos serão colocados sempre entre aspas, destacando-se o trecho e as páginas entre parênteses e sua fonte será destacada no final junto à referência bibliográfica. Buscar-se-á evitar o máximo possível o fichamento de comentários sobre os trechos a fim de impedir que o aluno conduza ou, numa tentativa equivocada ou até mesmo apaixonada, desvie a leitura para caminhos que não os autênticos objetivados pelo autor além dos excertos subjetivos já realizados.
Assim segue:
“ [...] enigmas em carne e osso [...] são interessantes! [...] colocar em evidência o lado vergonhoso [...] interior, e procurar o elemento operante [...] para o desenvolvimento [...] onde nosso orgulho intelectual menos desejaria encontrá-lo [...] na força da inércia. Ou, por fim – de tudo alguma coisa – [...] que esses pesquisadores [...] sejam [...] criaturas valentes, [...] e que se tenham cultivado a ponto de sacrificar qualquer desejo à verdade [...].” (1, pp. 17-18).
“[...] historiadores da moral! [...] falta o próprio espírito histórico [...] pensam [...] essencialmente a-histórica; [...] quando se trata de investigar a origem do [...] “bom”. [...] idiossincrasia dos psicólogos ingleses [...] ‘a utilidade’, ‘o esquecimento’, ‘o hábito’ e por fim ‘o erro’. [...]. Este orgulho deve ser humilhado, e esta valoração desvalorizada: [...] ‘bom’ no lugar errado: [...] não provém daqueles aos quais se fez o ‘bem’! [...] É somente com um declínio dos juízos de valor aristocráticos que essa oposição ‘egoísta’ e ‘não egoísta’ se impõe mais e mais à consciência humana [...] ou doença do cérebro.” (2, pp. 18-20).
“[...] a origem do juízo de valor ‘bom’ [...] sofre de um contra-senso psicológico. A utilidade [...] teria sido esquecida [...]. Herbert Spencer [...] estabelece o conceito ‘bom’[...] igual a ‘útil’, ‘conveniente’, [...] a humanidade teria [...] sancionado [...] suas experiências inesquecíveis [...] essa via [...] é errada, [...] mas ao menos [...] é razoável”. (3, p. 20).
“A indicação do caminho certo [...] do ponto de vista etimológico[...] remetem à mesma transformação conceitual [...] ‘nobre’[...], a partir do qual necessariamente se desenvolveu ‘bom’, ‘plebeu, [...] transmutar-se finalmente em ‘ruim’. [...] uma percepção essencial no que toca a uma genealogia da moral.”(4, pp. 20-21).
“[...] os conceitos da humanidade antiga foram inicialmente compreendidos, numa medida para nós impensável [...] grosseiro, tosco, improfundo, estreito, [...] e francamente assimbólico. [...] abriram-se [...] entre os homens, abismos [...] cujas seqüelas parecem ser a debilidade intestinal e a neurastenia [...] fatalmente inerentes aos sacerdotes de todos os tempos; [...] o que foi por eles mesmos inventado como remédio [...] demonstrou ser mil vezes mais perigoso [...], o jejum, a continência sexual, [...] fabricar indolentes e refinados, [...] e por fim o muito compreensível enfado geral com a sua cura radical – o nada (ou Deus [...]!) [...] dessa forma essencialmente perigosa a sacerdotal, é que o homem se tornou um animal interessante, apenas então a alma humana [...] tornou-se má.” (6, pp. 24-25).
“[...] o modo de valoração sacerdotal pode derivar daquele cavalheiresco-aristocrático [...] isso ocorre quando a casta dos sacerdotes e a dos guerreiros se confrontam ciumentamente. [...] Os juízos de valor cavalheiresco-aristocráticos têm como pressuposto uma constituição física,[...] livre, contente. Os sacerdotes são, os mais terríveis inimigos [...] Porque são os mais impotentes. [...] o ódio toma proporções monstruosas e sinistras [...] mais espiritual e venenosa.”(7, p. 25).
“[...] Jesus de Nazaré [...]. Não teria Israel alcançado, por via desse ‘redentor’, [...] a derradeira meta de sua sublime ânsia de vingança? [...] de passos lentos e premeditados, Israel mesmo tivesse de negar e pregar na cruz o autêntico instrumento de sua vingança, [...] para que o ‘mundo inteiro’, ou seja, todos os adversários de Israel pudesse [...] morder tal isca? [...] [sob este signo] [...] Israel até agora sempre triunfou.” (8, p. 27).
“A rebelião escrava na moral [...] quando o [...] ressentimento se torna criador e gera valores [...] este necessário dirigir-se para fora, em vez de volar-se para si – é algo próprio do ressentimento: [...] requer, para nascer, um mundo oposto e exterior, para poder agir em absoluto [...] no modo de valoração nobre: [...] busca seu oposto [...] para dizer Sim [...]. [...] no desprezo se acham mescladas demasiada negligência [...] para que ee seja capaz de transformar seu objeto em monstro e caricatura. Os ‘bem-nascidos’se sentiam mesmo como os ‘felizes’; eles não tinham de construir artificialmente a sua felicidade [...], (como costumam fazer os homens do ressentimento). Uma raça de tais homens do ressentimento resultará necessariamente mais inteligente que qualquer raça nobre [...]. Não conseguir levar a sério por muito tempo seus inimigos, [...] eis o indício de naturezas fortes e plenas, [...] propiciadora do esquecimento [...]. Um homem tal sacode de si, com um movimento, muitos vermes que em outros se enterrariam; apenas neste caso é possível [...] o autêntico ‘amor aos inimigos’. [...] Em contrapartida [...] ‘o inimigo’tal como o concebe o homem do ressentimento [...] ele concebeu ‘o inimigo mau’, ‘o mau’.” (10, pp. 28-31).
“Supondo que fosse verdadeiro o que agora se crê como ‘verdade’ [...] o sentido de toda cultura é amestrar o animal de rapina ‘homem’, reduzi-lo a um animal manso e civilizado, [...] deveríamos sem dúvida tomar aqueles instintos de [...] ressentimento como os autênticos instrumentos da cultura; [...]. Esses ‘instrumentos da cultura’ são uma vergonha para o homem [...] uma acusação, [...] contrário à ‘cultura’! [...] quem não preferiria mil vezes temer, podendo [...] admirar, a não temer, mas não mais poder se livrar da visão asquerosa, atrofiados, envenenados? [...] Não o temor; mas sim que não tenhamos mais o que temer no homem; [...].” (11, pp. 33-34).
“Mas de quando em quando me concedam – supondo que existam protetoras celestes, além do bem e do mal – uma visão, concedam-me apenas uma visão, de algo perfeito, [...] feliz, potente, triunfante, no qual ainda haja o que temer! [...] em virtude do qual possamso manter a fé no homem!... [...] o homem se torna cada vez ‘melhor’... [...] junto com o temor do homem, perdemos também o amor a ele, [...] a esperança em torno dele.” (12, p. 34-35).
“Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina [...]. Exigir da forção que não se expresse como força, [...] é tão absurdo quanto exigir da fraqueza que se expresse como força. [...] não existe ‘ser’ por trás do fazer, do atuar, do devir; ‘o agente’ é uma ficção acrescentada à ação – a ação é tudo. [...] toda a nossa ciência se encontra sob a sedução da linguagem, [...] não é de espantar que os afetos entranhados que ardem ocultos, ódio, e vingança, tirem proveito dessa crença, [...]. E bom é todo aquele que [...] remete a Deus a vingança, [...] até os insetos [...] os quais se fazem de mortos para não agir ‘demais’, em caso de perigo. [...] a alma foi até o momento o mais sólido artigo de fé sobre a terra, [...] enganar a si mesmos com a sublime falácia de interpretar a fraqueza como liberdade, [...].” (13, pp. 35-37).
“[...] como se fabricam ideais na terra? [...] negra oficina. [...] Temerário: [...]. A fraqueza é mentirosamente mudada em mérito. [...] (há alguém que dizem impor esta submissão – chamam-no Deus). [...] talvez essa miséria seja uma preparação, algo que um dia será recompensado [...] em felicidade. A isto chamam de ‘bem-aventurança’. [...] não por temor, [...] e sim porque Deus ordena que seja honrada a autoridade. [...] O ar ruim! Esta oficina onde se fabricam ideais [...] está fedendo de tanta mentira! [...] aquilo que lhes serve de consolo por todo o sofrimento da vida [...] a isto chamam de ‘Juízo Final’.” (14, pp. 37-39).
“Esses fracos – também eles desejam ser os fortes [...] chamam-no simplesmente ‘o Reino de Deus’. [...] Para vivenciar isto é preciso [...] a vida eterna [...] ‘também a mim criou o eterno ódio’- supondo que uma verdade pudesse ficar sobre a porta que leva a uma mentira!”(15, pp. 39-43).
“[...] a luta [...] foi levada [...] para o alto, com isto se aprofundando e se espiritualizando sempre mais: [...] falsificação literária requerida para esse fim. [...] em toda parte onde o homem fou ou quer ser domado.” (16, pp. 43-44).
“[...] o filósofo deve resolver o problema do valor, deve determinar a hierarquia dos valores.” (Nota, pp. 45-46).

CONCLUSÃO

Com isso, encerra-se o presente fichamento do trecho da obra pesquisada de Nietzsche, mas não sem antes ressaltar o que se evidencia a olhos atentos: em Nietzsche, o que marca, o que chama a atenção e revela sua mensagem, são os itálicos, as aspas, os negritos, as reticências, os hífens, os parênteses...


REFERÊNCIAS

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral – uma polêmica. Tradução de Paulo César de Souza. Ed. Companhia das Letras. 10ª Ed., São Paulo-SP., 2007.