- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PLANO DE AULA - INTRODUZINDO KANT

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

FILOSOFIA
ESTÉTICA E FILOSOFIA MODERNA


Trabalho apresentado ao módulo Estética e Filosofia Moderna, à Atividade Portfolio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Wesley Adriano Martins Dourado.


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP 2011

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO........................................................................................03

JUSTIFICATIVA......................................................................................04

OBJETIVO..............................................................................................07

OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................08


INTRODUÇÃO

Como atividade final de curso, especificamente apresentação para o Portfolio do formando, roga-se seja elaborado um objetivo para uma aula sobre um tema de livre opção, em que possa ser utilizado com o fito de os alunos (supostos da hipotética aula) poderem aprender com a mesma algo de cunho filosofal, devendo ser apresentada uma justificativa da escolha em questão do tema e do objetivo, ou melhor, apresentar um objetivo para a aula de um tema filosófico e justificar a escolha e o objetivo apresentado. Tal como um plano de aula, entre tantos já elaborados nos últimos períodos do curso, com o foco justamente voltado para a experimentação do formando de forma empírica e epistêmica, o que é extremamente pertinente e funcional para os que anelam o título de Professor.
Ante tal, optou este formando por apresentar uma parcial do pensamento de Immanuel Kant, através de sua obra, a Crítica da razão pura e seus aprofundados conceitos sobre a necessidade de se colocar um freio racional e lógico junto à metafísica de então, demonstrando aspectos racionais que levam a um caminho e a um aspecto que mostra ao ser humano o lado espiritual pouco evidenciado em suas obras e o conflito entre razão e espiritualidade.
Em um primeiro momento, que poderia até ser conclusivo, fica a objetividade imparcial de se abordar duas questões que se apresentam preocupantes: a metafísica desenfreada em seus campos ilimitados de análises do imaterial e a linguagem imanente, vinda da natureza, de um ser maior, destruída pelas complicações dos códigos temporais.
Esse plano também terá como proposta durante a aula, procurar mostrar que Kant nos apresenta limites para a metafísica de então, quando falar de entes imateriais era comum, tanto quanto para Sócrates resgatar do mundo das ideias respostas prontas e não tanto satisfatórias.
A comunicação corporal e verbal precisa e deve escapar dos campos inalcançáveis da metafísica? Ou seria numa simbiose em que a autêntica linguagem se encontra: o sentir?
É buscando esmiuçar esses pensamentos é que abordaremos esses assuntos com mais detalhes e em seguida, demonstrar através de objetivos práticos que esses mesmos pensamentos de outrora podem ser aplicados em sala de aula nos tempos atuais de forma prática e funcional, demonstrando, não só ao aluno, a necessidade de se dedicar com consciência dirigida ao estudo de grandes filósofos, mas como trazer para seu topos a funcionabilidade dessas propostas.

JUSTIFICATIVA

A ideia central do plano de aula é levar ao aluno em sala algumas das vertentes do pensamento desse grande filósofo e trazer à lume reflexões que possam estar livres dos conceitos religiosos.
Introduzindo Kant que nos apresenta um método de análise consciencial da metafísica através de uma crítica, ou melhor, de uma análise que conduz a uma reflexão mais detalhada, profunda, que remontam do conhecimento às condições que o tornam autêntico.
Explicitando que Kant não quer colocar em xeque as crenças religiosas, mas limitar a metafísica. Para Kant, as verdades científicas são necessárias tanto quanto as verdade morais, sendo, não só necessárias, mas também universais. Entretanto, mostrar que Kant percebeu que as verdades da metafísica eram objeto de discussões incansáveis.
Buscar a tradução numa linguagem mais clara de que Metafísica e Ontologia estão carregadas de conhecimento históricos que precisam ser pensadas. E que em Kant deixa-se a história da metafísica que vem desde os pré-socráticos. Ilustrar através de sua Crítica da razão pura (CRP) que Kant sempre está pensando na discussão da Metafísica. Expor que se faz necessário sempre uma avaliação, um exame, uma censura a essa razão especulativa, teórica. Remete-nos a uma tarefa: o ser humano tem um tipo de razão com características específicas que se comporta de determinada maneira. Kant acha necessário que se faça uma avaliação dessa razão, ser livre é o ato de empreender essa tarefa. Mostrar essa possibilidade aos alunos. A Crítica deve ser um freio para essa razão, um limite nessa razão.
Desenvolver com os alunos que os cientistas dizem que é a experiência que gera o conhecimento e que Kant tenta resignificar essas teorias, como se daria a produção desse conhecimento e que tipo de conhecimento é possível e o que não é. Ele se propõe a pensar o conhecimento e os limites desse conhecimento. Portanto, nem tudo é possível de ser conhecido pela razão humana.
Indicar que o hábito de perguntar o que está além da física (metafísica) sobre nossa alma, origens das coisas, sobre as últimas ou primeiras instâncias, o que é o que são as coisas, sobre deus, essas perguntas, para Kant são feitas, pois nossa racionalidade tem uma disposição para a metafísica. O ser humano tem razão como faculdade, conhecimento com característica elementar, o desejo de metafísica.
Propor as questões: Até que ponto Kant teria razão nisso? Isso seria um habito ocidental? Essa preocupação metafísica é universal ou atinge apenas o ocidente como uma obsessão? Deixar aberta a reflexão de que nossa filosofia primeira é a metafísica, segundo o próprio Aristóteles. Entretanto, para Kant essas perguntas fazem parte de nossa natureza, temos essa tendência e se essa possibilidade é ampla em todos os alunos, mas alertar que além de Kant dizer que nossa razão tem uma predisposição metafísica, ela (razão) é atormentada, passa por um drama metafísico. Precisaria de crítica, freios e censura.
Introduzi-los no universo particular de Kant que entende que essa razão que quer o tempo todo saber coisas que não nunca se vai saber, são perguntas metafísicas e isso é um drama humano, um tormento. Pois a razão fica o tempo inteiro se colocando esse tipo de pergunta e não encontra respostas. Perguntamo-nos a respeito de deus, da alma, existência, das coisas e temos que nos satisfazer com respostas falhas, ou com frutos da própria razão, mera especulação. Temos de nos contentar com respostas que não têm garantia nenhuma de serem verdadeiras, da religião, teologia, filosofia, senso-comum, especulações. Este o cerne do plano de aula.
Segundo o pensador, a metafísica cria teorias e especula sobre as coisas e pronto. Esse conhecimento metafísico não tem nenhum tipo de relevância, os conceitos que são produzidos e os objetos que está lidando, pode ser que não exista ou no máximo não temos acesso a eles. Verificar o que os alunos pensam a respeito e apresentar novos questionamentos:
Qual a validade desse conhecimento? De onde vem? De deus? Não temos acesso e nem contato com ele! Vem de onde, afinal? O que achamos que vem de um ser divinal, onisciente, vem de nossa própria razão, pura, teórica, e especulativa, bagagem herdada de conceitos, da religião, de nossa família, da escola?
Mostrar que Kant acredita que essa razão não tem freios, pode criar coisas sem base indefinidamente, pode produzir conhecimentos sem valor sem nenhum tipo de restrição. Observar como eles tratam suas próprias opiniões em comparação com a de um grande pensador, se sustentam suas ideias ou se as permitem serem envolvidas por força de sugestão de um forte formador de opinião.
Apresentar o parecer de que ele fala da razão como nós falamos da imaginação. Essa faculdade de criar o inexistente, delírios, imaginação. A imaginação tem capacidade de criar, mas é limitada a série de coisas sensíveis, do mundo, a physis. Seria possível a razão não precisar ter nenhum tipo de limite do mundo? Não fosse assim não conseguiria falar de deus, imortalidade, alma?
A imaginação ser uma faculdade de criação que pode produzir delírios, sempre tem referencial no mundo, seu perigo é menor que a razão que está solta ou não?
Apresentar algo contemporâneo, tal quando lemos um livro de ficção atual, acabamos construindo um imaginário próprio. Todos os que leem o mesmo livro fabricam em seu interior seu próprio universo particular, certamente, totalmente diverso do que o autor tentou traduzir em letras. Mostrar que o interessante é quando, eventualmente, esse mesmo livro é transformado em filme pela indústria do cinema. A exemplo disso tem-se o grande sucesso entre fãs do mundo todo com a trilogia de O senhor dos anéis de J.R.R. Tolkien. Depois que os efeitos especiais foram lançados na grande tela, os fãs foram conferir se seu universo pessoal corroborava com a película. Apesar de todo poder criativo de imaginação pessoal, vez por outra um personagem surpreende por ter sido elaborado com características muito mais interessantes que a imaginação ilimitada do leitor, (ou do autor) passando a figurar em seu arcabouço arquetipal como a própria referência em si doravante. Qual a verdade? Avaliar as opiniões.
Somos capazes de pensar em toda e qualquer coisa, nossa razão é um perigo, metafísica atormentada, vive um drama, faz perguntas sem respostas e tenta responder mesmo assim, não tem limites, essa razão precisa de um freio consoante enxerga Kant.
Estudar o sistema de crenças da turma, lançando a hipótese de que pode não haver deus, não haver alma, mas falamos insistentemente disso, como algo sobrenatural que nos envolve, que nos absorve magicamente. O mistério é encantador. Como exemplo temos uma criança que pergunta a seu pai como as ondas eram formadas. Esse pai traça paralelos entre o a circulação do ar na atmosfera, o giro translatório e rotatório do planeta em seu eixo e em torno do Sol, diferenças de temperaturas, vulcões submarinos e reajustes de placas tectônicas, tudo epistemicamente comprovado e justifica cientificamente a origem das ondas ao pequeno. A criança, tomada de um espanto incompreensível, percebe que era mais feliz quando desconhecia a ciência e acreditava na magia do desconhecido formador das belas e espumantes ondas do mar. Como a magia (a experiência do imaginário empírico) e a ciência (o fator justificativo da experimentação epistêmica) reflete nos alunos?
Justificar aos alunos, finalmente, que Kant não nega a existência da metafísica, mas nega o acesso ao conhecimento metafísico. E o importante: ele não era ateu!
Isso gera uma revolução na metafísica da Antiguidade, Idade Média e da Modernidade de Kant. Ele alega que foi despertado do sono dogmático (que não se discutia, era preciso aceitar como tal). É tomar como ponto de partida da metafísica a idéia de que existe uma realidade em si (deus, alma, mundo, infinito, finito, matéria, forma, substância, causalidade), que pode ser conhecida por nossa razão ou, o que dá no mesmo, tomar como ponto de partida da metafísica a afirmação de que as idéias produzidas por nossa razão correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe em si e por si mesma.
Explicar que Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as idéias. Despertar do sono dogmático seria então indagar, antes de tudo, se a metafísica é possível e, se for, em que condições é possível. Despertar do dogmatismo é elaborar uma crítica da razão teórica, isto é, um estudo sobre a estrutura e o poder da razão para determinar o que ela pode e o que ela não pode conhecer verdadeiramente.

OBJETIVO

Diante da apresentação ora exposta, chega-se ao limiar do desenvolvimento em sala de aula e sua objetividade concreta, ainda que teórica no presente momento, do desenlace de toda essa pesquisa realizada em cima da crítica, da metafísica, dos conceitos pré-existentes e seus limites dogmáticos.
Objetiva-se principalmente mostrar que a Filosofia pode e deve ser usada como uma espécie de radar que, através do senso crítico busca identificar aspectos inerentes ao indivíduo e à sociedade, levando-se em consideração o topos e em especial o ente. Para isso necessário se faz avaliar a forma como se comunica e quais as reações psíquicas e emocionais que essa comunicação reflete abordando-a com um senso crítico racional e até onde a liberdade e os limites (os freios) que os conceitos metafísicos e racionais se apresentam.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Gerar pesquisas de canais de comunicação e expressão: fala, corpo, escrita, libras, audiovisuais, TV, folders, jornais, revistas, livros, internete, plotagens, cartazes de rua, fachadas, aérea, 3 D, celular, MPs, rádio, cinema, teatro, telegrama, carta, até mesmo um simples bilhete. Qual a melhor forma de alcançar o humano? Como essa comunicação é tratada ética e moralmente? Existem mensagens subliminares? Se sim, como atuam? Diferir mensagens funcionais de entretenimento e de consumo. Onde se encontram o fanatismo religioso? Onde a fé amplia horizontes e onde ela os cerceia? Compreensão de metafísica, empirismo e epistêmico.
Demonstrar que existe a possibilidade de se encontrar uma liberdade para a comunicação do indivíduo e sua forma particular de expressão, o respeito pelo que acredita o outro.
Verificar os bloqueios e os entraves que levam à tergiversação da comunicação, da linguagem, da mensagem que se pretende passar e que se recebe e as complicações pessoais e coletivas que isso pode vir a gerar.
Indicar que através da consciência de sua própria linguagem, pode-se gerar uma crítica com cunho aperfeiçoativo, de evolução na linguagem com mais objetividade e sucesso na transmissão do que se pretende comunicar sem que se ocasionem problemas com o convívio coletivo.
Perceber que o cidadão não se encontra efetivamente livre em diversos aspectos de sua vida como pessoa, indivíduo e cidadão por ser refém de falhas comunicativas, tais como: analfabetismo, exclusão digital, necessidades especiais em função de deficiência física, programas de televisão, cultos religiosos, pensamentos científicos.
Obstáculos no entendimento da língua. Percepções de línguas estrangeiras e suas influências na língua pátria bem como o pensamento de outros povos podem interferir em nossa vida.
Revisitar e reconstruir a palavra em seu léxico e criticar a sua distorção e corrupção de suas autênticas significações através do tempo valendo-se de palavras do jargão filosófico e seus níveis de compreensão da mesma.
Ditados populares e seus objetivos morais: se religiosos ou éticos.
Constatar a miríade de possibilidades que o pensamento Filosófico pode trazer para o avanço da pessoa como um todo a partir do momento que se compreende pensadores do porte de Immanuel Kant.
Avaliar as dificuldades que os textos profundos de Kant possuem de serem objetivamente compreendidos e como esse tipo de linguagem poderia ser construída sem a perda de conteúdo de forma mais clara a alcançar mais pessoas.
Consolidar a união interdisciplinar de Filosofia com outras disciplinas, tais como Português, Arte, Ciência, Biologia, Geografia, Física, Matemática e outras desvendando as formas de linguagem e a forma como alcançam o ente.
Conhecer metafísica e lógica.
Verificar os bloqueios que existem entre metafísica e lógica e as possibilidades de se romper com esses fatores limitantes.
Buscar a possibilidade de estabelecer uma união da metafísica com a lógica e buscar no espaço do aluno, na escola, uma forma de demonstrar isso e comunicar a postura aos demais, como prova epistêmica dos resultados estudados.
Verificar o impacto que os pais, responsáveis e alunos têm em relação à inclusão do pensamento crítico na disciplina de Filosofia bem como a mudança de opiniões no decorrer do trabalho.
Trazer aos mesmos as diversas possibilidades positivas que tal orientação mista pode resultar no perfil psicológico e físico do estudante.
Apresentar um perfil favorável do caráter expressivo e da linguagem crítica da Filosofia para sua inclusão dinâmica e objetiva na sociedade.
Fortalecer a pessoa tornando-a capaz de ser auto-suficiente no pensar, questionar, criticar e em sua saúde psíquica.
E, como corolário, demonstrar com essas atividades, o poder da Filosofia a qual pode conduzir à libertação da pessoa e do espírito escapando, concomitantemente, ao corpo-dócil.
Esses, dentre outros que poderão advir, os principais objetivos gerais.

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