- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

AS VÁRIAS PERCEPÇÕES DE AUCTORITAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

ESTÉTICA E FILOSOFIA MODERNA

Trabalho apresentado ao módulo Estética e Filosofia Moderna, à atividade: Portfolio Auctoritas. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: João Epifânio Régis Lima


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011

SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04
AS VÁRIAS PERCEPÇÕES DE AUCTORITAS.....................................................................04
AUCTORITAS ANTIGA E AUTOR-PRESENÇA...................................................................06
AGRADÁVEL, BELO E BEM................................................................................................07
JUÍZO DE GOSTO (BELO).....................................................................................................09

3 - REFERÊNCIAS.............................................................................................11

INTRODUÇÃO

Em atendimento ao pedido elaborado em Planejamento Semanal datado de 16 e 24 de abril de 2011, onde, respectivamente, se pleiteia a leitura de texto elaborado pela autora Helena Carvalhão Buescu, Autor, leitura pertinente no Guia de Estudos, ancorado finalmente pelas teleaulas, identificar e resumir posturas sobre autoria que sejam diferentes daquelas de Roland Barthes e Michel Foucault; definir falácia intencional e autor empírico; comparar auctoristas antiga com a do autor-presença em dois aspectos diferentes; explicar a tese da morte do autor, segundo Roland Barthes; comparar o prazer do agradável com o do belo e do bem, segundo Immanuel Kant e, por fim, explicar sucintamente quatro características do juízo de gosto (ou de belo) na visão do próprio Kant.
Eis assim, explicitado o pedido da presente atividade cuja apresentação se segue.

APRESENTAÇÃO

AS VÁRIAS PERCEPÇÕES DE AUCTORITAS

Roland Barthes e Michel Foucault dedicaram parte de sua obra a apreciar com atenção e dedicação profundas os aspectos que circundam o tema autoria, ou ainda, objetivando o respeito pela nomenclatura oficial, auctorias.
A tese de Roland Barthes - crítico dos conceitos teóricos complexos que circularam dentro dos centros educativos franceses nos anos 50 - afirmava que o escritor não tem passado, pois nasce com o texto. Ele também defendia que, na ausência da idéia de um "autor-Deus", para controlar o significado de determinado trabalho, os horizontes interpretativos estão abertos para o leitor ativo. Segundo o pensamento de Barthes, "a morte do autor é o nascimento do leitor." (Wikipédia; 2011). A auctoritas deve desligar-se da figura do autor e centrar-se na do leitor. Para Barthes, a função de quem lê o texto é desvendar, desembaraçar essas muitas linhas possíveis entretecidas no texto. Quem vai ser auctoritas será o próprio leitor, mais do que o que escreveu o texto. O leitor tem a função de autorizar ou desautorizar a obra. Isso depende do modo como o leitor desvenda as linhas daquele tecido, depende ainda do próprio texto que assume certa autonomia, ganha vida própria e precisa da atividade do leitor como autorizador daquele texto, escritura. Barthes nega qualquer concepção de autoria ligada a concepção de autor-presença.
Em Michel Foucault, temos a questão do Autor-Função onde ele (autor) se refere, caracteriza o modo de existência, de circulação e de funcionamento de certos discursos no seio de uma sociedade. Sedimenta práticas discursivas inscritas em práticas institucionais. O autor é ser de razão e ainda pluralidade de egos. Michel Foucault, também nega a função de autor-presente e vai pensar a autoria como um ser de razão, o autor não é mais a pessoa de carne que produz de próprio punho o texto, ou o artista que produz a obra. Pode-se ter uma mesma pessoa entendida como autor-presença, mas que enquanto autor-função representa muitas autoridades diferentes, muitas autorias diferentes. Um autor que escreva um prefácio de um livro, ou a mesma pessoa que escreva o corpo do livro onde ele se mergulha numa questão, ou a mesma pessoa que faça a crítica, o comentário a esse livro, faça uma resenha desse livro. Pode-se ter a mesma pessoa trabalhando, mas representam funções autorais diferentes. Do mesmo modo essa mesma pessoa que escreve uma carta e comenta com alguém, ela também assume uma função autoral diferente. Para Foucault, muitas vezes não é a pessoa que assume essa função, mas a própria instituição que autoriza, autentica, legitima o discurso.
Para ampliarmos o leque de possibilidades de auctoritas, dentro de nossa contemporaneidade, abordamos o texto produzido por Buescu intitulado Autor, onde encontramos algumas outras perspectivas apresentadas pela escritora as quais amplificam a gama de auctoritas. Dentre elas, o autor empírico. Neste caso, Buescu entende por autor empírico como o fator que experimenta para construir uma obra. Ele é apenas um vínculo psicológico que perpassa a obra. Uma identidade biográfica, orgânica de tal produção. É o fundador da obra em si, mas atrela-se a ela apenas extratextualmente. Uma obra literária, por exemplo, sobre esse prisma, pode ser observada pelo fator cronológico, causal, que traria uma referência emblemática, rotular onde se poderia observar o contexto pelo qual o autor empírico passou e que refletiu em sua obra. Tal como J. R. Tolkien, o criador das sagas O senhor dos anéis, onde o leitor, ciente da época em que a mesma foi escrita – 1ª Guerra Mundial – pode inferir detalhes de sofrimento e do drama ali embutidos.
Buescu ainda se alonga em observar e constatar outros tipos de auctoritas, dentre elas: o autor moderno, medieval, autor implicado, modelo, autor postulado, inferido e, até onde se pôde localizar, autor textual.
Buescu entende que “autor é uma ingerência do extraliterário no literário, ingerência não só funcionalmente impertinente como semanticamente injustificável.” (BUESCU). Diante disso, ela justifica as outras possibilidades de auctoritas, acima adiantadas, como “[...] formulações flutuantes, aceitam a existência de uma formulação autoral distinta da instância narradora [...]”. (BUESCU). Seu pensamento se lança ainda a uma última possibilidade, à de “autor textual/narrador/leitor”.
A escritora nos fala ainda sobre falácia intencional. Nessa condição Buescu afirma que um texto pode viver independentemente de seu autor. Em verdade, ele deve viver assim, segundo ela, pois nada tem a ganhar em liberdade interpretativa se permanecer à sombra de seu autor. O produtor, se assim podemos considerar, de um texto, existe somente “antes e fora do texto”. Assim, a falácia intencional, “consiste em querer constranger o texto e seus sentidos à prévia existência de uma ‘vontade de sentido’ autoral, intencionalmente refletida no texto”. (BUESCU).


AUCTORITAS ANTIGA E AUTOR-PRESENÇA

Debrucemo-nos um pouco para o significado de auctoritas para que possamos compreender melhor a antiga e a sua interpretação como autor-presença.
Autorictas seria a autoria de uma obra em si. Mas seu sentido é mais amplo e profundo, ela autoriza, autentica, é a autoridade de um discurso. É uma representação em particular. Refere-se ainda a um gênero. A auctoritas antiga é em gênero de velho. Escrita em gênero alto é na chave do encômio, do elogio, pinta o objeto melhor do que ele é. Tomemos como exemplo a obra de Camões Os Lusíadas, o povo português daquele século XVI, não era tudo aquilo que Camões dizia que era, havia um enfeite, ou o gênero alto. Na comédia de escárnio, de mal-dizer, são gêneros de estilo baixo, pinta-se o objeto pior do que ele é. Gênero médio, em termos de categorização teórica, seria aquele que descreve o objeto “exatamente” como ele é. (Fazer isso diante da Filosofia da Ciência é impossível). Atentemos para o repórter ao descrever um acontecimento, chamado de “fato”, ele deve narrar sem tirar nem pôr. Não pode tirar nem acrescer nada. Mas ao contar o que aconteceu já está interpretando, dando sua própria ênfase, escolhendo palavras, descrevendo, todavia, gênero médio seria isso. Um texto científico tem a pretensão de descrever o mundo tal como ele é.
Bem, visto isso, rumemos para as classificações de auctoritas. Auctoristas Antiga seria a que vai até o século XVII. Nela há a total negação do autor-presença, aquele que seria o responsável pala obra. Os discursos orbitam em torno de rótulo de autoridade, por exemplo, Homero. Atentemos que Homero não era um autor no sentido de autor-presença; sua poesia ocupa um período que obrigaria Homero ter vivido séculos para que ele pudesse ser pensado como alguém que escreveu todas as obras lhe atribuídas. Pior ainda, em Homero a poesia era encenada, falada, dramatizada, cantada, dentro de uma transmissão oral. Homero é então, um rótulo de autoridade, que autoriza, autêntica e legitima um determinado produto, uma produção de um momento. Teríamos assim uma espécie de slogan: “Se é de Homero é de boa qualidade!”
A Filosofia platônica não são necessariamente os textos de Platão, mas sim sua tradição. Temos mais, o caso do pintor Cennino Cennini, que era discípulo de um outro grande pintor: Giotto. O livro de arte escrito por Cennini não implica que toda orientação ali contida seja do próprio. Outro exemplo clássico é o do monge Teófilo. O verdadeiro (ou verdadeiros) autor se excluía ao adotar dito pseudônimo, assim era eliminar o autor no sentido de autor-presença. O tratado poderia ser uma antologia de como fazer algo. Tal como um caderno de receitas. O caderno é da pessoa, mas as receitas não são todas dela.
Têm-se ainda a referência à autoridade divina no caso da bíblia, tora, vedas, alcorão – quem é o autor, quem autoriza as escritas, os evangelistas? Não, o próprio deus.

No caso do autor-presença temos a noção utilizada por força do senso comum. Senso comum nas ciências em grande medida é positivista e no que diz respeito às artes é romântico. No senso comum, a concepção romântica de autor-presença é aquela que pensa que o autor pessoalmente produziu com total domínio e autonomia a obra. É expressão da interioridade subjetiva do artista. Mas isso só vem a ocorrer depois do século XVII e XVIII, onde nasce a noção de belas artes. Temos então, em autor-presença, uma concepção romântica onde o Autor é tido como causa da obra ele é anterior à obra. O autor possui total domínio da obra, detém a autonomia. Nas obras desse tipo elas estão densificadas com a expressão da subjetividade do artista, sua interioridade o autor se expressa, expressa suas emoções é uma maneira romântica de pensar a arte. É a forma como a maioria pensa hoje em dia.

AGRADÁVEL, BELO E BEM

Immanul Kant nos conduz a analisar questões inerentes ao ser e ao racional dando como fator de reflexão o “agradável”, o “belo” e o “bem”.
Vejamos seu exemplo de agradável; “[...] quando o sabor agradável de um vinho não pertence às propriedades objetivas desse vinho, portanto de um objeto, mesmo considerado como fenômeno, mas à natureza especial do sentido do sujeito que o saboreia.” (KANT, p. 95, nota 2, 2001). O que ele busca dizer com isso é que no cenário do juízo de gosto, o agradável possui tons de interesse. O juízo de gosto se dá independentemente das particularidades de cada pessoa, de suas inclinações, seus desejos, isso é juízo de gosto desinteressado. Esse juízo é universal. Se o juízo de gosto não traz nada de particular o que sobra é o que ele tem de universal.
A complacência é de ter prazer junto. Vejamos que, para Kant, o belo é desinteressado, já o agradável é interessado. Ainda em seu exemplo, o vinho pode ser agradável para alguém, de acordo com os interesses desse alguém. Algo, que para Kant, não pode ser belo para uma única pessoa, pois, para ser belo precisa necessariamente ser algo universal, para todos, ou então não será belo. O juízo sobre o belo é desinteressado como vimos. O juízo sobre o agradável é particular é interessado.
Em Kant, o belo é o que é representado sem conceitos, é só prazer e universal, justamente por que é desinteressado. Para o bom o que acresce é que o juízo sobre o bom envolve razão e conhecimento, é um juízo lógico racional, ao passo que o juízo sobre o belo e o agradável é estético, é um sentimento de prazer. Confiramos:

[...] belo, elevando as suas regras à dignidade de uma ciência. Mas esse esforço foi vão. Tais regras ou critérios, com efeito, são apenas empíricos quanto às suas fontes (principais) e nunca podem servir para leis determinadas a priori, pelas quais se devesse guiar o gosto dos juízos; é antes o gosto que constitui a genuína pedra de toque da exatidão das regras [...]. (KANT, p. 88, *, 2001).

O prazer que se tem quando se olha para um objeto não pode vir antes do ajuizamento da visão que se tem do objeto, pois é condição para se achar algo belo, já ajuizar que aquilo é algo universal. Como antes de qualquer ato já se ajuíza que aquilo é universal, portanto, pode-se ter com aquele objeto a experiência do prazer do belo. Não é o prazer que vem antes e o juízo vem depois. O juízo de belo já aponta naquele objeto, de maneira subjetiva, de maneira universal e desinteressada, elementos que, por isso, como se sabe que todos pensam igual, se sentem igual diante daquele objeto, por isso se tem o julgamento daquele objeto como belo.
Para Kant, um objeto belo, tem as partes dele organizadas tão harmonicamente que dá a impressão de uma finalidade, que todas as partes daquele objeto estariam combinadas de fazer algo com o objetivo de agradar, programadas para tal função. Mas isso é uma aparência. Na verdade não existe nenhuma finalidade no objeto belo. Por isso que Kant diz que o objeto belo é finalidade sem fim. Ele aparece para a pessoa como se tivesse finalidade.
Acontece o mesmo num organismo vivo, parece até que os vários órgãos do corpo entraram em acordo para ter um objetivo de realizar algo. Mas o coração não acordou nada com o pé, com o cérebro. Não tem finalidade.
Assim sendo, para se ter o juízo de gosto, precisa ter um sentido comum. Temos uma ideia subjetiva de que há um sentido comum de que todo mundo que olhar para aquele mesmo objeto terá a mesma sensação e sentimento estético. Isso é condição para que se possa julgar um objeto belo.

Quer seja um objeto da simples sensibilidade (o agradável) ou da razão pura (o bem), a razão não cede ao fundamento que é dado empiricamente e não segue a ordem das coisas, tais quais se apresentam no fenômeno, mas com inteira espontaneidade criou para si uma ordem própria, segundo idéias às quais adapta as condições empíricas e segundo as quais considera mesmo necessárias ações que ainda não aconteceram e talvez não venham a acontecer, sobre as quais, porém, a razão supõe que pode ter causalidade [...]. (KANT, p. 484, 2001).
Kant tenta negociar o bem como a felicidade, e racionalmente chega a seguinte conclusão:
A felicidade, isoladamente, está longe de ser para a nossa razão o bem perfeito. A razão não a aprova (por mais que a inclinação a possa desejar) se não estiver ligada com o mérito de ser feliz, isto é, com a boa conduta moral. Portanto, a felicidade, na sua exata proporção com a moralidade dos seres racionais, pela qual estes se tornam dignos dela, constitui sozinha o bem supremo de um mundo onde nos devemos colocar totalmente de acordo com as prescrições da razão pura, mas prática, e que evidentemente é apenas um mundo inteligível, pois o mundo sensível não nos permite esperar da natureza das coisas uma tal unidade sistemática de fins, cuja realidade não pode ser fundada sobre outra coisa que não seja a suposição de um bem supremo originário; [...]. (KANT, p. 656, 2001).

JUÍZO DE GOSTO (BELO)

Deduz-se que para Kant, bom é aquilo que através da razão agrada por simples conceito. Ou mais, o belo é a representação de um objeto de uma satisfação universal e sem conceito.
Procuraremos esclarecer melhor. O belo em Kant não pode ser conceituado, pois assim sendo será subjetivo e por tal não poderá ser universal – juízos sintéticos a priori. Miremos o exemplo de um estóico, para ele a virtude é o bem supremo integral, sendo a felicidade a consciência de se ter a virtude, correto? Para um epicurista, a felicidade é o bem supremo integral, sendo a virtude o caminho que conduz à felicidade. Duas visões particulares sobre bem.
Como destaca o Professor Lima, para Kant,

[...] o juízo de gosto é estético, ou seja, refere-se ao sentimento subjetivo de prazer ou desprazer por meio da faculdade de imaginação e não ao entendimento que produz conhecimento. Não se trata de juízo de conhecimento, portanto não é lógico, mas estético. Não designa nada no objeto, mas refere-se a como o sujeito se sente afetado pela sensação. (LIMA, p. 35, 2011).

Diante de uma obra, de um texto, cada indivíduo – com sua individualidade particular e única – terá um arcabouço pessoal que interpretará aquilo que está diante de si. Um camponês, um lavrador, terá uma percepção diferente da de um executivo, de um empresário, diante de uma tela em um museu de arte. O senso de estética, de belo, para os primeiros é algo inato, intuitivo. O juízo dessas pessoas está necessariamente atrelado ao pensamento do particular como contido no universal de seus registros arquetipais de belo.
Entretanto, Kant procura esmiuçar melhor esse juízo de gosto, de belo, ao defender que o gosto pode ser estético, uma percepção intuitiva do que seria belo vincada ao “gosto” pessoal, criativo da pessoa; o gosto independe de todo interesse físico do objeto em análise, apenas uma reflexão já seria suficiente para defini-lo como tal; gosto (belo) precisa ser universal, vale para todos! E, o juízo de gosto (belo) com finalidade sem fim, o objeto é belo por si só, sem que algo concorra para isso.
Não olvidemos que em Kant, se o universal a regra, a lei, é dado o juízo que se mistura num só ao particular é determinante. Mas, se apenas o particular é dado e se o juízo deve encontrar o universal, então o juízo é reflexionante.
Portanto, ainda vale a máxima de que o sublime não se encontra na natureza, mas no espírito.

REFERÊNCIAS

BUESCU, Helena Etelvina de Lemos Carvalhão. AUTOR. Disponível em http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=830. Acesso em 12 maio 2011.

KANT, Immanuel; Crítica da razão pura. Fundação Calouste Gulbenkian. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa-PT. 2001.

LIMA; João Epifânio Regis. A antinomia do gosto na estética kantiana. Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo. Organização de Daniel Pansarelli. 2. ed. São Bernardo do Campo. Ed. do Autor, 2011.

Roland Barthes. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Roland_Barthes#cite_ref-0. Acesso em 13 maio 2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"IDEOLOGIA Y APARATOS IDEOLOGICOS DE ESTADO" - LOUIS ALTHUSSER - NOTAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR

Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião

Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS - Nº 161062

FILOSOFIA

FILOSOFIA, CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


Trabalho apresentado ao módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação à atividade: Portfolio 1 – Fichamento-AIE. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Cesar Mangolin de Barros


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011

SUMÁRIO


1 – PEDIDO........................................................................................................03



2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04



3 – CONCLUSÃO...............................................................................................10



4 - REFERÊNCIAS.............................................................................................11


PEDIDO

Através de Planejamento Semanal, do Semestre 5, oriundo do Módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação, do Professor César Mangolin de Barros, propôs-se como atividade para o Portfolio – 1, a Leitura do texto de Louis Althusser: Ideologia y aparatos ideológicos de Estado. Texto este escrito entre 1969/1970.

O pedido em si trata-se de ler o mesmo só da página 10 até a página 20, observando com atenção os conceitos de Aparatos Ideológicos de Estado e Aparatos Repressivos de Estado, e realizar um fichamento de suas principais idéias.

Segue abaixo a estrutura das principais notas encontradas por este aluno após atenta leitura.


APRESENTAÇÃO



Cumpre destacar que este aluno acolheu a sugestão do Professor e realizou a leitura integral do texto, portanto, o que seguirá são fichamentos de toda obra, como ficará evidente pelos próprios apontamentos.

Igualmente, respeitaremos a escrita castelhana para não incidirmos em nenhum equívoco ao tentarmos converter para o nosso vernáculo, eliminando ou adulterando a intenção do escritor.

“[...] Decía Marx que aun un niño sabe que una formación social que no reproduzca las condiciones de producción al mismo tiempo que produce, no sobrevivirá siquiera um año.”



“[...] para existir, toda formación social, [...] Debe, pues, reproducir:

1) las fuerzas productivas [...]

2) las relaciones de producción existentes.” (ALTHUSSER, 1969, p. 1/2).



“[...] que la reproducción de las condiciones materiales de la producción no puede ser pensada a nivel de la empresa pues no es allí donde se da en sus condiciones reales.” (ALTHUSSER, 1969, p. 2).



“[...]la reproducción de la fuerza de trabajo se opera, en lo esencial, fuera de la empresa.”

“El salario figura en la contabilidad de la empresa, [...] sino como ‘capital mano de obra’.” (ALTHUSSER, 1969, p. 3).



“El desarrollo de las fuerzas productivas y el tipo de unidad históricamente constitutivo de esas fuerzas productivas en un momento dado determinan que la fuerza de trabajo debe ser (diversamente) calificada y por lo tanto reproducida como tal.”



“¿Qué se aprende en la escuela? [...]Se aprenden ‘habilidades’.” [...]Pero al mismo tiempo, [...] se aprenden las ‘reglas’ [...] reglas de moral y de conciencia cívica y profesional, [...] reglas del respeto a la división social-técnica del trabajo y, [...] reglas del orden establecido por la dominación de clase. Se aprende también a ‘hablar bien el idioma’, a ‘1redactar’ bien, lo que de hecho significa [...] saber ‘dar órdenes’, es decir, ‘saber dirigirse’ a los obreros, [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 4).



“[...] la escuela (y también otras instituciones del Estado, como la Iglesia, y otros aparatos como el Ejército) enseña las ‘habilidades’ bajo formas que aseguran el sometimiento a la ideología dominante o el dominio de su ‘práctica’.”



“La condición sine qua non de la reproducción de la fuerza de trabajo no sólo radica em la reproducción de su “calificación” sino también en la reproducción de su ‘calificación’ sino también en la reproducción de su sometimiento a la ideologia dominante [...].”



“[...] según Marx la estructura de toda sociedad está constituida por ‘niveles’

o ‘instancias’ articuladas por una determinación específica: la infraestructura o base

económica y la superestructura, que comprende dos ‘niveles’ o ‘instancias’: la jurídico-política [...] y la ideológica [...].” (ALTHUSSER, 1969, p. 5).



“Que los pisos superiores no podrían ‘sostenerse’ [...] por sí solos si no se apoyaran precisamente sobre su base.”



“[...] determinación en última instancia de lo que ocurre en los ‘pisos’ (de la superestructura) por lo que ocurra en la base económica.”



“1) existe una ‘autonomía relativa’ de la superestructura con respecto a la base; 2) existe una ‘reacción’ de la superestructura sobre la base.”



“El mayor inconveniente de esta representación de la estructura de toda sociedad con la metáfora espacial del edificio radica evidentemente en ser metafórica: es decir, em permanecer en el plano de lo descriptivo.” (ALTHUSSER, 1969, p. 6).



“[...] o desechamos en absoluto la metáfora clásica, pues ella misma obliga a su superación.”

“Sostenemos como tesis fundamental que sólo es posible plantear estas cuestiones (y por lo tanto responderlas) desde el punto de vista de la reproducción.”



“La tradición marxista es formal: [...] El Estado es una ‘máquina’ de represión que permite a las clases dominantes [...] asegurar su dominación sobre la clase obrera [...].” (ALTHUSSER, 1969, p. 7).



“[...] ‘teoría descriptiva [...] encarar esta etapa como transitoria y necesaria para el desarrollo de la teoría. [...] exige por efecto mismo de esta ‘contradicción’ un desarrollo de la teoría que supere la forma de la ‘descripción’.”



“[...] la teoría descriptiva del Estado es justa, [...] en el campo que le concierne.” (ALTHUSSER, 1969, p. 8).



“[...] el Estado [...] sólo tiene sentido en función del poder de Estado. Toda la lucha política de las clases gira alrededor del Estado.” (ALTHUSSER, 1969, p. 9).



“[...] que los clásicos del marxismo siempre han afirmado que: 1) el Estado es el aparato represivo de Estado; 2) se debe distinguir entre el poder de Estado y el aparato de Estado; 3) el objetivo de la lucha de clases concierne al poder de Estado y, en consecuencia, a la utilización del aparato de Estado por las clases (o alianza de clases o fracciones de clases) que tienen el poder de Estado en función de sus objetivos de clase y 4) el proletariado debe tomar el poder de Estado completamente diferente, proletario, y elaborar en las etapas posteriores un proceso radical, el de la destrucción del Estado.”



“[...] los clásicos del marxismo [...] sus experiencias y análisis permanecieron ante todo en el campo de la práctica política.”



“Ellos reconocieron esta complejidad en su práctica, pero no la expresaron correspondientemente em teoría.” (ALTHUSSER, 1969, p. 10).



“Represivo significa que el aparato de Estado en cuestión ‘funciona mediante la violencia’.”

“[...] aparatos ideológicos de Estado cierto número de realidades que se presentan al observador inmediato bajo la forma de instituciones [...].”



“Decimos que los AIE no se confunden con el aparato (represivo) de Estado. ¿En qué

consiste su diferencia? [...] que si existe un aparato (represivo) de Estado, existe una pluralidad de aparatos ideológicos de Estado.”



“[...] que el aparato (represivo) de Estado (unificado) pertenece enteramente al dominio público, la mayor parte de los aparatos ideológicos de Estado (en su aparente dispersión) provienen en cambio del dominio privado.” (ALTHUSSER, 1969, p. 11).



“La familia cumple, evidentemente, otras funciones que la de un AIE. Interviene en la reproducción de la fuerza de trabajo. Es, según los modos de producción, unidad de producción y(o) unidad de consumo.” (ALTHUSSER, 1969, p. 11, nota 9).



“La distinción entre lo público y lo privado es una distinción interna del derecho burgués, válida en los dominios (subordinados) donde el derecho burguês ejerce sus ‘poderes’.”



“[...] el aparato (represivo) de Estado, por su cuenta, funciona masivamente con la represión (incluso física), como forma predominante, y sólo secundariamente con la ideología.” (ALTHUSSER, 1969, p. 12).



“[...] que los aparatos ideológicos de Estado pueden no sólo ser objeto sino también lugar de la lucha de clases, y a menudo de formas encarnizadas de lucha de clases.” (ALTHUSSER, 1969, p. 14).



Tópicos 1, 2 e 3 da página 15.



“Las ediciones y la información también tuvieron un innegable desarrollo, así como los espectáculos, al comienzo partes integrantes de la iglesia y luego cada vez más independientes de ella.” (ALTHUSSER, 1969, p. 16).



“Pensamos que el aparato ideológico de Estado que ha sido colocado em posición dominante en las formaciones capitalistas maduras, como resultado de uma violenta lucha de clase política e ideológica contra el antiguo aparato ideológico de Estado dominante, es el aparato ideológico escolar.” (ALTHUSSER, 1969, p. 17).



“[...] aparato ideológico de Estado Nº 1, y por lo tanto dominante, es el aparato escolar que reemplazó en sus funciones al antiguo aparato ideológico de Estado dominante, es decir, la Iglesia.”



“Todos los aparatos ideológicos de Estado, sean cuales fueren, concurren al mismo

resultado: la reproducción de las relaciones de producción, es decir, las relaciones

capitalistas de explotación.”



“[...] el aparato religioso recordando en los sermones y en otras grandes ceremonias de nacimiento, casamiento o muerte que el hombre sólo es polvo, salvo que sepa amar a sus hermanos hasta el punto de ofrecer su otra mejilla a quien le abofeteó la primera.” (ALTHUSSER, 1969, p. 18).



“[...] un aparato ideológico de Estado cumple muy bien el rol dominante de ese concierto, aunque no se presten oídos a su música: ¡tan silenciosa es! Se trata de la Escuela.”



“Toma a su cargo a los niños de todas las clases sociales desde el jardín de infantes, y

desde el jardín de infantes les inculca [...].”



“[...] ‘habilidades’ recubiertas por la ideología dominante (el idioma, el cálculo, la historia natural, las ciencias, la literatura) o, más directamente, la ideología dominante en estado puro [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 19).



“Pido perdón por esto a los maestros [...]que puedan hallar en la historia y el saber que ellos “enseñan”. Son uma especie de héroes.” (ALTHUSSER, 1969, p. 20).



“La ideología pasa a ser el sistema de ideas, de representaciones, que domina el espíritu de un hombre o un grupo social.” (ALTHUSSER, 1969, p. 21).



“En la Ideología alemana esta fórmula aparece en un contexto claramente positivista. La ideología es concebida como pura ilusión, puro sueño, es decir, nada.” (ALTHUSSER, 1969, p. 22).



Tópicos 1 e 2 da página 22.



“La ideología es una ‘representación’ de la relación imaginaria de los individuos

con sus condiciones reales de existência.” (ALTHUSSER, 1969, p. 23).



“La primera respuesta (la del siglo VIII) propone una solución simple: ello es culpa de los Curas o de los Déspotas que ‘forjaron’ las ‘Bellas mentiras’ para que los hombres, creyendo obedecer a Dios, obedezcan en realidad a los Curas o a los Déspotas [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 24).



“Marx defiende en la Cuestión judía y otras obras la idea feuerbachiana de que los hombres se forman uma representación alienada (=imaginaria) de sus condiciones de existencia porque esas condiciones son alienantes [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 25).



“En efecto, para avanzar en nuestro análisis de la naturaleza de la ideologia necesitamos una tesis presuntiva de la existencia no espiritual sino material de lãs “ideas” u otras “representaciones”. “[...]existe siempre uma ideología. Tal existencia es material.” (ALTHUSSER, 1969, p. 26).



“Un individuo cree en Dios, o en el Deber, o en la Justicia, etcétera. Tal creencia depende [...] de las ideas de dicho individuo, por lo tanto, de él mismo en tanto sujeto poseedor de una conciencia en la cual están contenidas las ideas de su creencia. A través de lo cual, es decir, mediante el dispositivo ‘conceptual’ perfectamente ideológico así puesto en juego [...] el comportamiento (material) de dicho sujeto deriva de él naturalmente.”



“Si cree em el deber tendrá los comportamientos correspondientes, inscritos en prácticas rituales ‘conformes a las buenas costumbres’. Si cree en la justicia, se someterá sin discutir a las reglas del derecho, podrá incluso protestar cuando sean violadas, [...].”



“[...] si no hace lo que debería hacer en función de lo que cree, [...] como hombre ‘inconsecuente’ [...] cínico, o perverso. En todos los casos, la ideología de la ideología reconoce, a pesar de su deformación [...] le proporciona otras ideas correspondientes a los actos (aun perversos).” (ALTHUSSER, 1969, p. 27).



“Pascal dijo, poco más o menos: ‘Arrodillaos, moved los labios en oración, y creeréis’.” (ALTHUSSER, 1969, p. 28).



“Pero esta misma presentación prueba que hemos conservado las nociones siguientes: sujeto, conciencia, creencia, actos. De esta secuencia extraemos luego el término central, decisivo, del que depende todo: la noción de sujeto.”



Tópicos 1 e 2 da página 29.



“La ideología interpela a los individuos como sujetos.”



“[...] la ideología solo existe por el sujeto y para los sujetos. [...]: sólo existe ideología para los sujetos concretos y esta destinación de la ideología es posible solamente por el sujeto: es decir por la categoría de sujeto y su funcionamiento.”



“[...] de sujeto (que puede funcionar bajo otras denominaciones: por ejemplo, en Platón, el alma, Dios, etc.) [...] la ideología no tiene historia.”



“[…] que ‘el hombre es por naturaleza un animal ideológico’.” (ALTHUSSER, 1969, p. 29).



“[...] las evidencias como evidencias que no podemos dejar de reconocer, y ante las cuales tenemos la inevitable y natural reacción de exclamar (em voz alta o en el “silencio de la conciencia”): “¡Es evidente! ¡eso es! ¡Es muy cierto!” En esta reacción se ejerce la función de reconocimiento ideológico que es una de las dos funciones de la ideología como tal (su contrario es la función de desconocimiento).” (ALTHUSSER, 1969, p. 30).



“La escritura a la cual yo procedo actualmente y la lectura a la cual ustedes se dedican actualmente son, también ellas, desde este punto de vista, rituales de reconocimiento ideológico, incluida la ‘evidencia’ con que pueda imponérseles a ustedes la ‘verdad’ de mis reflexiones o su ‘falsedad’.”



“[...] la ideología ‘actúa’ o ‘funciona’ de tal modo que ‘recluta’ sujetos entre los individuos [...] o ‘transforma’ a los individuos em sujetos [...] por medio de esta operación muy precisa que llamamos interpelación [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 31).



“[...] las telecomunicaciones prácticas de la interpelación son tales que la interpelación siempre alcanza al hombre buscado [...].”



“La existencia de la ideología y la interpelación de los individuos como sujetos son una sola y misma cosa.”



“Se sabe perfectamente que la acusación de estar en la ideología sólo vale para los otros, nunca para si [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 32).





“[...] a una última proposición: los individuos son siempre-ya sujetos.” (ALTHUSSER, 1969, p. 33).



“[...] que todo este “procedimiento” que pone en escena sujetos religiosos cristianos está dominado por un fenómeno extraño: tal multitud de sujetos religiosos posibles existe sólo con la condición absoluta de que exista Otro Sujeto Único, Absoluto, a saber, Dios.” (ALTHUSSER, 1969, p. 34).



“[...] la estructura de toda ideología, al interpelar a los individuos como sujetos en nombre de un Sujeto Único y Absoluto es especular, es decir en forma de espejo, y doblemente especular; este redoblamiento especular es constitutivo de la ideología y asegura su funcionamiento.”



“La estructura especular redoblada de la ideología asegura a la vez:

1) la interpelación de los “individuos” como sujetos,

2) su sujeción al Sujeto,

3) el reconocimiento mutuo entre los sujetos y el Sujeto, y entre los sujetos mismos, y

finalmente el reconocimiento del sujeto por él mismo.

4) la garantía absoluta de que todo está bien como está y de que, con la condición de

que los sujetos reconozcan lo que son y se conduzcan en consecuencia, todo irá bien: ‘Así sea’.”



“Pero la inmensa mayoría de los (buenos) sujetos marchan bien ‘solos’, es decir con la ideología [...].”(ALTHUSSER, 1969, p. 36).



“La realidad de ese mecanismo, [...] la reproducción de las relaciones de producción y las relaciones que de ella dependen.” (ALTHUSSER, 1969, p. 37).



“[...], el Estado y sus aparatos sólo tienen sentido desde el punto de vista de la lucha de clases, [...] Quien dice lucha de clase de la clase dominante dice resistencia, rebelión y lucha de clase de la clase dominada.” (ALTHUSSER, 1969, p. 38).


CONCLUSÃO

Os estudos ideológicos apresentados pelo autor, nos reportam à compreensão da ideologia estatal, seja repressiva ou ideológica, deixando claro que ambos são ideologias e que qualquer ideologia depende do sujeito. Não há luta de classes sem o sujeito, não há repressão sem o sujeito, não há crenças sem o sujeito adorador e o sujeito adorado.

Concluiu-se que ideologia é uma ato do ôntico, sem o qual não há objeto e devir. O simples fato da existência nos conduz a uma ideologia de vida; os programas que advém depois, são a formação, a moldura dessa ideia de ser, de estar.

REFERÊNCIAS



ALTHUSSER, Louis. Ideologia y aparatos ideológicos de Estado, Freud y Lacan. Material disponibilizado pelo Professor Cesar Mangolin de Barros. Disponível em: http://www.philosophia.cl/ / Escuela de Filosofía Universidad ARCIS. Acesso em: 08 março 2011.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ARETÉ NA EDUCAÇÃO ARISTOCRÁTICA GREGA

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura



AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011

Trabalho apresentado ao módulo Filosofia da Educação, à atividade: Portfólio. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professor: Luís Fernando Weffort


SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO...........................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO..............................................................................................07

4 - REFERÊNCIAS.............................................................................................08


INTRODUÇÃO

O objetivo primordial do presente portfólio cinge-se na atividade da produção de texto que aborde a temática da importância do conceito de areté no conjunto da educação aristocrática grega e ainda perceber o sentido em que o poeta Homero pode ser considerado o educador do povo grego.
Valendo-nos de pesquisas realizadas nos textos ofertados e da atenção dedicada à teleaula, podemos chegar à lâmina peliculal da superfície desse oceano cultural oferecida à humanidade através da cultura grega.
E, tal como os heróis de outrora que buscavam seu valor, construir sua areté, assim nos enveredamos por meio desse universo maravilhoso da educação grega e apresentamos um pouco desse entendimento.

APRESENTAÇÃO

Consoante material estudado, podemos, nem que seja superficialmente, arranhar de maneira despretensiosa o que já foi aprofundado por pessoas dignas de grande, digamos areté.
Partindo do princípio, salvo melhor entendimento, e valendo-nos ainda da teleaula, de que areté é de difícil tradução, mas que ao se converter para o latim, a mesma ganha o significado cristão de virtus, ou seja virtude, como algo do espírito, temos assim, uma vaga projeção para o início da análise. Entretanto, sabemos que essa interpretação muito embora adequada, não é plenamente correta para os padrões da Grécia antiga.
Para os gregos, areté, é algo além da virtude como a conhecemos da forma implantada em nossa mente nos dias de hoje; é algo como que potência, força, capacidade de ação, a excelência.
Areté seria, então, virtude e excelência, a heroicidade. Natureza nobre e valor pessoal. A completude do homem. Eis aqui a chancela que destaca a deferência com relação à essência da palavra em questão. Areté não seria apenas e tão somente a virtude moral, mas a nobreza, a capacidade de ação, o êxito e a reputação; é a capacidade ou habilidade que se espera de um homem bom, capaz, agathós, um verdadeiro heroi na Terra, um exemplo a ser seguido pelos demais. O conceito de mente sã em corpo são, seria ultrapassado aqui.
Portanto, espelhando-nos em Barros, em seu texto Areté e cultura grega antiga, onde ela nos adverte, adotando as palavras de Jaeger: “[...] mais importante que ela (paidéia) é a palavra areté.” (BARROS), pois ela marca, designa a honra, o nome do indivíduo, o “mérito ou qualidade pelo qual alguém se torna excelente.” (BARROS).
Mas se faz necessário lembrar que esse heroi aristocrático, seria também o primeiro a enfrentar o inimigo numa guerra, antes de qualquer outro cidadão grego. Na cultura e formação grega, esse princípio, ou conjunto de valores somados a uma palavra que designaria o todo da honraria máxima, do nome do respectivo sujeito detentor da areté, era um privilégio dos nobres, eis que, poderiam assim se aproximar de sua herança divinal, coisa que o cidadão comum, mesmo sendo livre, tendo profissão reconhecida, sendo um político, um sábio, não teria condições de alcançar. A estirpe do heroi surgia no berço, na dinastia e em seguida dava-se sua educação sua formação voltada para o futuro promissor da criança.
Consoante Barros, nesse contexto de uma vida e valores aristocráticos os homens nobres, que tinham boa origem, possuíam estirpe, tal como os animais pedigree; ou ainda se distanciavam do homem do povo, mesmo que esse homem do povo tivesse uma índole ou princípios melhores que o premiado pela herança genética. A formação de sua educação deveria ser o bastante para corrigir qualquer deficiência do caráter.
Mas, felizmente a nação grega, com fito de ares mais altos, e percebendo essa diferença nata entre aquele que nasce aristocrata e o que é um simples homem do povo, começa a desenvolver uma educação mais abrangente, onde se aliam valores formadores do caráter humano, tais como coragem, temperança, piedade, justiça, sabedoria num único ser que, em assim sendo, alcançaria o objetivo maior grego. O Ser supremo.
Por isso, talvez, Jaeger em sua introdução à obra Paidéia, nos mostra um que a mais o qual um heroi precisa desenvolver para ser pleno em sua formação cultural e detentor da areté: “Mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si próprio e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana.” (JAEGER, p. 3) (Grifo meu). A somatória do indivíduo como criatura física e espiritual, sua assimilação disso e seu desenvolvimento rumo à autoperfeição poderia ser considerada a pedra de toque para a constituição do autêntico heroi, a qual, se seguida, talvez o tornasse mais imortal que a herança de um mero nome de valor, limpo, para a posteridade e sim um autêntico SER.
Nesse sentido surge como expoente grego um autêntico heroi para seu povo, um heroi que necessariamente não ergueu a espada, mas certamente o faria se precisasse: Homero. Seu estigma para a Grécia antiga foi a herança da fôrma e do espelho necessários a uma educação exemplar para o sujeito de seu tempo, mas consegue ser atemporal em sua didática.
Através de suas obras a Ilíada e a Odisseia, nos chega alegoricamente a história daquela gente bem como seus ideais. Homero sim compreende o que é areté e seus princípios alcançando nuances espiritais, indo além de uma simples ética social.
Seus escritos são interpretados não como simples mitos, mas como experiências reais dignas de serem seguidas. O que ocorre é que comumente se esquece que criador e obra são distintos e aí é que se levanta a preciosidade interna de Homero. Compreendamos melhor isso. Narrando as aventuras guerreiras de Aquiles durante a guerra de Tróia, ao se desentender com Agamemnom este lhe envia Fênix, o sábio, para tentar dissuadir Aquiles de sua birra infantil e regressar para seu compromisso adulto. Nesse encontro Fênix lhe diz: “Para ambas as coisas: proferir palavras e realizar ações.” (JAEGER, p. 30). Ora, os gregos que sucederam a história e acessaram essa passagem de Homero, a interpretam como “a mais antiga formulação do ideal de formação grego, no seu esforço para abranger a totalidade do humano.” (JAEGER, p. 30). É aqui que nos apoiamos para reverenciar o intelecto por traz da literatura. Um cérebro que consegue construir uma forma ética, de princípios, de valores tão nobres e popularizar essa opinião através de livros a fim de que todos possam compreender essa meta como algo a ser alcançado por qualquer um que se dedique a esse fim, só pode ser reverenciado como um gênio de seu tempo, atemporal.
Para Homero, negar a honra seria sim a autêntica tragédia grega. A realização de eu em Homero, não seria algo apenas para ser ambicionado como um desvio de caráter egocêntrico, megalomaníaco, mas sim o mais alto ideal que o espírito possa construir e que todos, além dos nobres, deveriam obter. O heroi não deveria ser unicamente alguém evoluído que desprezasse a morte, mas sim atingir um patamar mais elevado.
Culturalmente a formação da areté no indivíduo, espelhou-se na união e junção dessas duas obras literárias, mais que isso, propedêuticas. Uma trazia a condução física como destaque e a outra a sabedoria. Homero se apresenta como o professor máximo de sua geração, alcançando ideais de valores que passam a ser cobiçados por um povo inteiro. Homero transcende o heroísmo pessoal e calcado unicamente na figura atlética e viril de um homem, mas o faz magistralmente através de suas mulheres míticas: Helena, Penélope, Nausícaa, Arete, Euricléia, e do jovem infante, filho de Ulísses, Telêmaco. Na figura de Fênix e de Mentor, a “história” nos mostra os idosos como guias, mestres, fudamentando temas pedagógicos através de suas sábias orientações, que não apenas podem facilitar negociações, mas salvar vidas.
Essas obras assumem tons éticos e educativos, desconstruindo uma sociedade unilateral e isso é da maior importância para a história da educação grega, além ainda do simples fato de se manter plena através de cantos, na glória eterna do Olimpo literário.
Como poderia um personagem que se questiona inclusive a própria existência, ser considerado até por Platão como o educador de toda Grécia? (JAEGER, 61). É o ideal determinado encontrado em suas poesias que o destaca como esse mestre da educação primordial e exemplar, definindo e moldando caráteres para pessoas repletas de falhas e defeitos sociais, éticos, aristocráticos mas que, mesmo egoicamente, ansiam pela perfeição. Jaeger destaca: “Em tempo algum aqueles ideais alcançaram uma validade tão vasta sob a forma artística, e por ela na formação da posteridade, como nos poemas homéricos.” (JAEGER, p. 64.) são amplos e de ação permanente.
Jaeger, repleto de entusiasmo, acredita que Homero não foi o educador do povo grego, mas sim “mestre da humanidade inteira” (JAEGER, p. 65.) trazendo-nos algo mais que o cavaleirismo como forma de pessoa gentil, polida; nos conduz à um esfera mais elevada da existência, desenvolvendo através de seus versos, plenamente cônscios de seu foco, o maior grau de evolução do espírito com validade universal.

CONCLUSÃO

Debruçando um olhar realista para nossa condição humana, séculos depois, caímos na questão destacada uma vez mais por Barros, onde ela nos lembra que muito embora os gregos tenham um ideal, tenham uma historicidade educativa, o homem, o ser humano se mostra transitório “no fluxo da vida e no curso transformador dos acontecimentos.” (BARROS).
Ainda vincados na tese acima levantada, reportamo-nos ao Professor Weffort, quando nos orienta que “Educar-se para ser uma pessoa exemplar implica sacrifícios pessoais em nome da autoimagem. A busca pelo máximo grau da elevação da natureza humana é a meta.” (WEFFORT, in teleaula). O que nos leva a concluir que a areté em sua máxima concepção – não só física, mas também espiritual – depende não só dos Fênix e/ou Homeros da vida, mas sim, exclusivamente da vontade exumada do indivíduo que pleno de seus objetivos, assim o quer.

REFERÊNCIAS

BARROS, Gilda Naécia Maciel de; Areté e cultura grega antiga - pontos e contrapontos. Texto oferecido pela Metodista. Disponível em: http://www.hottopos.com/videtur16/gilda.htm. Acesso em: 05 ago 2010.

Guia de Estudos. Filosofia contemporânea, investigação filosófica e perspectivas sobre a educação. Universidade Metodista de São Paulo. Organização de Wesley Adriano M. Dourado. São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2010. 128 p. (Cadernos didáticos Metodista - Campus EAD).

JAEGER, Werner; Paidéia – A formação do homem grego. Tradução de Artur M. Parreira. Ed. Martins Fontes. São Paulo. 1995.

SANTOS, Maria da Conceição A. dos; ROSA, Sônia Isabel G; Conceito de Paidéia. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/paideia/index.htm. Acesso em: 04 ago 2010.

WEFFORT, Luís Fernando; Teleaula. Estúdios da Metodista de São Paulo. 03 ago 2010.

domingo, 6 de novembro de 2011

MAX E ENGELS - MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA - NOTAS

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR

Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião

Filosofia Licenciatura


AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA

FILOSOFIA, CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011


Trabalho apresentado ao módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação à atividade: Portfolio 1 - Fichamento. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.



Professor: Cesar Mangolin de Barros


SUMÁRIO

1 – PEDIDO........................................................................................................03

2 – APRESENTAÇÃO........................................................................................04

3 – CONCLUSÃO...............................................................................................08

4 - REFERÊNCIAS.............................................................................................09

PEDIDO

Através de Planejamento Semanal, do Semestre 5, oriundo do Módulo Filosofia, Ciências Sociais e Educação, do Professor César Mangolin de Barros, propôs-se como atividade para o Portfolio – 1, a Leitura do texto: ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. “Manifesto do Partido Comunista.” Texto este escrito no final de 1847 e publicado pela primeira vez em 1848. O pedido em si trata-se de ler o mesmo e realizar um fichamento de suas principais idéias.

Segue abaixo a estrutura das principais notas encontradas por este aluno após atenta leitura.


APRESENTAÇÃO

Segue imediatamente as notas realizadas consideradas mais chamativas da leitura imposta.

“Não se deve atribuir demasiada importância às medidas revolucionárias enumeradas no final do capítulo II.” (MARX; ENGELS, p. 2, 1872).

“A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.” “Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades;” (MARX; ENGELS, p. 3, 1872).

“Por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletários compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.” (Nota de F. Engels). (MARX; ENGELS, p. 3, Nota 2. 1872).

“Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo desenvolvimento, de uma série de revoluções no modo de produção e de troca.” (MARX; ENGELS, p. 4, 1872).

“Comunas chamavam-se na França as cidades nascentes, [...]. Assim, os habitantes das cidades, na Itália e na França, chamavam suas comunidades urbanas [...].” (MARX; ENGELS, p. 4, Nota 4. 1872).

“Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo.” “[...] a burguesia [...]cria um mundo à sua imagem e semelhança.” (MARX; ENGELS, p. 5, 1872).

“A burguesia [...] concentrou a propriedade em poucas mãos. A conseqüência necessária dessas transformaçõs foi a centralização política.” “A que leva isso? Ao preparo de crises mais extensas e mais destruidoras e à diminuição dos meios de evitá-las.” (MARX; ENGELS, p. 6, 1872).

“O proletariado passa por diferentes fases de desenvolvimento. Logo que nasce começa sua luta contra a burguesia.” “Não se limitam a atacar as relações burguesas de produção, atacam os instrumentos de produção: destroem as mercadorias estrangeiras que lhes fazem concorrência, quebram as máquinas, queimam as fábricas e esforçam-se para reconquistar a posição perdida do artesão da Idade Média.” (MARX; ENGELS, p. 7, 1872).

“[...] os operários se unem para agir em massa compacta, isto não é ainda o resultado de sua própria união, [...]não combatem ainda seus próprios inimigos, mas os inimigos de seus inimigos,” “A burguesia vive em guerra perpétua; primeiro, contra a aristocracia; depois, contra as frações da própria burguesia cujos interesses se encontram em conflito com os progressos da indústria; e sempre contra a burguesia dos países estrangeiros.” “[...]burguesia fornece aos proletários os elementos de sua própria educação política, isto é, armas contra ela própria.” (MARX; ENGELS, p. 8, 1872).

“[...] uma parte da burguesia passa-se para o proletariado, especialmente a parte dos ideólogos burgueses que chegaram à compreensão teórica do movimento histórico em seu conjunto.” “[...] a sujeição do operário pelo capital, tanto na Inglaterra como na França, na América como na Alemanha, despoja o proletariado de todo caráter nacional. As leis, a moral, a religião, são para ele meros preconceitos burgueses, atrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses.” “[...] para oprimir uma classe é preciso poder garantir-lhe condições tais que lhe permitam pelo menos uma existência de escravo. [...] impor à sociedade [...].” (MARX; ENGELS, p. 9, 1872).

“Os comunistas só se distinguem dos outros partidos operários em dois pontos: 1) Nas diversas lutas nacionais dos proletários, destacam e fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado, independentemente da nacionalidade. 2) Nas diferentes fases por que passa a luta entre proletários e burgueses, representam, sempre, e em toda parte, os interesses do movimento em seu conjunto.” (MARX; ENGELS, p. 10, 1872).

“O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade geral, mas a abolição da propriedade burguesa.” “[...] os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula única: abolição da propriedade privada.” “[...] porque o progresso da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.” “[...] o trabalho do proletário, o trabalho assalariado cria propriedade para o proletário? De nenhum modo. Cria o capital, [...]”. “Ser capitalista significa ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na produção.” “O capital não é, pois, uma força pessoal; é uma força social.” “[...] para que o operário viva como operário. [...] essa apropriação não deixa nenhum lucro líquido que confira poder sobre o trabalho alheio.” (MARX; ENGELS, p. 11, 1872).

“[...] no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham.” “A cultura, cuja perda o burguês deplora, é, para a imensa maioria dos homens, apenas um adestramento que os transforma em máquinas.” (MARX; ENGELS, p. 12, 1872).

“Os comunistas não precisam introduzir a comunidade das mulheres. Esta quase sempre existiu.” (MARX; ENGELS, p. 13, 1872).

“Quanto às acusações feitas aos comunistas em nome da religião, da filosofia e da ideologia em geral, não merecem um exame aprofundado.” “As idéias de liberdade religiosa e de liberdade de consciência não fizeram mais que proclamar o império da livre concorrência no domínio do conhecimento.” “[...] mantiveram-se sempre através dessas transformações.” (MARX; ENGELS, p. 14, 1872).

“1 - Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado.

2 - Imposto fortemente progressivo.

3 - Abolição do direito de herança.

4 - Confiscação da propriedade de todos os emigrados e sediciosos.

5 - Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo.

6 - Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.

7 - Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das- terras cultivadas, segundo um plano geral.

8 - Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura.

9 - Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo.

10 - Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc.” (MARX; ENGELS, p. 15/6, 1872).

“Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classes, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.” (MARX; ENGELS, p. 16, 1872).

“Não se ergueu também o cristianismo contra a propriedade privada, o matrimônio, o Estado? E em seu lugar não predicou a caridade e a pobreza, o celibato, a mortificação da carne, a vida monástica e a Igreja? O socialismo cristão não passa de água benta com que o padre consagra o despeito da aristocracia.” (MARX; ENGELS, p. 17, 1872).

“Os comunistas não se rebaixa a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.” (MARX; ENGELS, p. 23, 1872).

CONCLUSÃO

Os estudos de Marx e Engels sobre o comunismo culminaram em profundas alterações nos rumos da sociedade como um todo, não meramente trabalhista e empresarial. Dividiram a sociedade em duas partes vastas: burguesia e proletariado, as duas palavras mágicas que vieram a fervilhar o mundo e especialmente as mentes dos habitantes da América Latina.

Os autores entendiam que os burgueses nada mais eram que os capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção e que empregavam o trabalhador assalariado. Estes, por sua vez, eram os proletários, que privados de meios para produzir vendiam sua força laborativa para poderem existir na modernidade.

Revolucionou-se a Idade Média com a Modernidade extinguindo-se o escambo pelas duras exigências do pagamento à vista. A burguesia passa a existir como uma egregora mágica que invade o globo todo, criando um mundo “divinal” à sua imagem e semelhança. O que seria uma solução a priori passa a ser um circulo vicioso que cria crises mais extensas e mais destruidoras diminuindo-se os meios de evitá-las.

Um paralelo com o trabalho de Michel Foucault (Vigiar e Punir) passa a ocorrer quando a indústria moderna transforma a pequena oficina do amigo e mestre na grande fábrica fria e distante. Massas passam a trabalhar como soldados numa indústria vigiada pela hierarquia de oficiais a cada hora, escravos de máquina. O proletário nasce puro mas logo é forçado a combater a burguesia gerando a violência revolucionária passando a burguesia a viver em guerra perpétua com a classe proletária e seu fim começa a aparecer quando ela mesma fornece elementos de sua própria educação política para que os proletários a combata.

Tal conduta leva os trabalhadores a se despojarem de toda ética e moral européia, eis que a viam como algo burguês.

Surgindo os comunistas surgem dois destaques de suas lutas: fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado independente de sua origem e esses interesses passam a ser os mesmos do movimento e seu conjunto, caracterizando a abolição da propriedade burguesa, não precisando introduzir comunidade de mulheres, eis que essa classe quase sempre existiu.

As transformações morais, segundo os autores, sempre foram evoluindo mantendo-se através das respectivas transformações.

Surge assim, uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.

REFERÊNCIAS


MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Organização: Osvaldo Coggiola. Ed. Boitempo Editorial. São Paulo-SP. 2005