- APRESENTAÇÃO -

O objetivo deste Blog é divulgar projetos, pesquisas, trabalhos, textos que abranjam o pensamento filosofal de diversas áreas e diversos pensadores, disponibilizando-os a quem assim quiser partilhar e precisar para suas próprias investigações e pesquisas. Grato a todos que me ajudaram: Professores, Tutores e Colegas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO/FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO - KANT e HEGEL

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS – EAD – LONDRINA-PR
Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião
Filosofia Licenciatura

AGUSTAVO CAETANO DOS REIS


FILOSOFIA
ESTÉTICA E FILOSOFIA MODERNA


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011

Trabalho apresentado ao módulo Estética e Filosofia Moderna, Unidade História da Filosofia Moderna, à Atividade de Avaliação Modular - 3. Em cumprimento às exigências do curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade Metodista de São Paulo - Polo Londrina.

Professores: Suze de Oliveira Piza e João Epifânio Régis Lima

SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP-2011
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO........................................................................................03

APRESENTAÇÃO
CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO – KANT......................................03

FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO – HEGEL........................................04

CONCLUSÃO.........................................................................................08

REFERÊNCIAS.......................................................................................09

INTRODUÇÃO

Como atividade final de curso, especificamente apresentação para Avaliação Modular, dentro do tema Estética, roga-se, num primeiro momento, seja produzido um texto de uma página onde se aborde trecho da Crítica da faculdade de juízo cujo autor, Immanuel Kant, trabalha com o tema belas artes.
Nesse texto a ser elaborado, prescinde que se apresente quais as três grandes categorias em que Kant divide as belas artes; explicando qual o critério utilizado nessa classificação e qual o conceito kantiano de belas artes.
Num segundo instante, dentro do conteúdo de História da Filosofia Moderna, orienta-se a construção de texto com base nos estudos já realizados da Fenomenologia do espírito – em Hegel -, o movimento do reconhecimento como legitimação do processo constituidor da consciência-para-si; Definir o outro, apresentando algumas das teses de Hegel sobre o espírito e movimento dialético.

APRESENTAÇÃO
CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO - KANT

Um sua obra, mas especificamente no trecho compreendido entre as páginas 163/181, Immanuel Kant aborda o tema de belas artes, não sem antes passar pelo conceito de gênio, explicando, segundo sua visão, que gênio seria algo constituído de um dom ímpar, original, de uma pessoa que possa expressas essas mesmas faculdades livremente.
Essa habilidade genial, provinda de uma predileção da natureza e que se pode ensinar nas escolas somente através de métodos, consoante regras, só ocorre se se consegue extrair das emanações espirituais seu feito, e, assim, a arte bela seria mera cópia dessa originalidade genial, mediante um regramento, uma fôrma.
Justifica-se, assim, possíveis falhas na obra-prima do gênio, o que não a isenta das falhas, mas, via de regra, copiar a obra não outorga ao copista o direito de cometer as mesmas falhas sob pena de não se criar uma bela arte.
Segundo Kant, o gênio cria por maneira, modo particular, e o aluno “cria” via método, fórmula. Para a arte bela, somente vale o primeiro modo.
Acresce ainda que uma arte produzida por um gênio merece o destaque de arte rica de espírito, mas somente quanto ao gosto pode ser considerada uma arte bela. Assim, a faculdade do juízo seria a habilidade de ajustá-la ao entendimento.
Cita ainda à p. 165 de sua obra que: “[...] para a arte bela seria requeridos faculdade da imaginação, entendimento, espírito e gosto.” (KANT, p. 165, ano?). E que as três primeiras habilidades seriam única somente com o sêlo da quarta.
Kant resolve então dividir em categorias as belas artes, mas utiliza como critério a analogia da arte como modo de expressão que possam ser perfeitas em sua maneira de exprimir-se, não apenas em conceitos, mas também em sensações. Assim, esse critério seria através da palavra, gesto, e som, constituindo a ligação completa de transmissão e entendimento do que seria bela arte.
Passa em seguida à divisão.
Artes elocutivas, sendo essas as que através da eloquência livre da faculdade da imaginação, ofereça algo que entretenha a faculdade da imaginação.
Artes figurativas, as da aparência dos sentidos, as artes plásticas e as pictóricas (pintura), ambas formam figuras no espaço para expressarem-se.
E, finalmente, a do belo jogo das sensações, as que possuem o poder de comunicação universal através da expressão externa. Sons, músicas, cores, jogo do belo com sensações agradáveis.
Assim, Kant entende que em “[...] toda arte bela o essencial consiste na forma, que convém à observação e ao ajuizamento e cujo prazer é ao mesmo tempo cultura e dispõe o espírito, para ideias, por conseguinte o torna receptivo a prazeres”. (KANT, p. 171, ano?).
Deixando claro que gosto se discute, Kant busca criar método para a liberdade de expressão e de interpretação.

FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO – HEGEL

Ao longo da obra de Hegel, o conceito de razão será dito de forma mais ampla, usa o termo espírito. Logo a fenomenologia do espírito nada mais é do que a manifestação do espírito que se manifesta como cultura, como natureza, como história e é a manifestação da racionalidade.
O que é o espírito? É toda potencialidade (que pode ser – tudo, absolutamente tudo) de cada atualidade sem ser nenhuma singularidade em particular. (Ato é o que já é). No entanto não é nada em particular, o que é em particular é sua manifestação.

A manifestação do espírito vai se dar exatamente dialeticamente.
Hegel tem uma grande pretensão em sua filosofia, e uma grande pretensão em sua fenomenologia do espírito, que é explicar absolutamente tudo!
A base para esse estudo em Hegel é a de que existe um espírito que está aí, e em tudo o que ele se manifesta ele vai se polarizando nas coisas, pois é atualização dessa potência espiritual a fenomenologia do espírito. Esse espírito, segundo Hegel, dizia que tudo começava pela ideia, ao invés de começar pela consequência da vida direta dos indivíduos.
Fenomenologia em Hegel é a manifestação, o caminho a constituição do espírito. Quando o espírito se manifesta é através de um caminho, a fenomenologia. Conforme se manifesta, se constrói como espírito. Desde o começo ele (espírito) é algo, mas se constitui como algo mais completo.
Hegel busca toda atualidade e o não esgotamento em nenhuma atualização, esse o vigor do que o autor chama de espírito a fenomenologia é o caminho, a constituição do espírito que se faz espírito um autorrumo para si.
Para Hegel, o espírito é a potência de toda atualidade de tudo o que está aí. A potência que existe por trás de todas as coisas, é o espírito, (caneta, pessoa, mesa, cachorro). A possibilidade de tudo o que é atual, é o espírito, mas caneta não é espírito, caneta é uma atualização particular, ou singular. O espírito é a possibilidade do que é, mas não é nada em particular. Para Hegel tudo é manifestação do espírito, nós, os objetos somos manifestações do espírito, quando o espírito se desdobra ele gera cultura, quando se desdobra novamente gera natureza, ou o inverso, isso é constante. Tende para um fim, um propósito, uma finalidade, para se tornar absoluto, mas tudo é movimentação desse espírito.
Hegel também se vale de metodologia para escrever sua dialética, até escreve formalmente usando a dialética, no entanto, a dialética para ele é mais que método, é MOVIMENTO DO REAL. Então vejamos: o real é racional; a razão se movimenta e ao se movimentar se manifesta e faz esse movimento e essa manifestação dialeticamente.
Essa RAZÃO é o ESPÍRITO!
A dialética seria a explicitação de como as coisas se dão. A dialética é a forma como esse espírito se manifesta. Pensar que a dialética é movimento, significa dizer que tudo se dá e se constrói e se cria e se forma dialeticamente, as pessoas, o mar, as relações históricas, a TV, seja o que for. É como se existisse uma espécie de teoria da física que se explicita dialeticamente, como se assim as coisas se dão.
A dialética hegeliana possui três momentos:
1) Um ou mais conceitos ou categorias são considerados fixos, nitidamente definidos e distintos um dos outros; (Há algo, qualquer coisa).
2) Quando refletimos sobre tais categorias, (quando reflete sobre esse algo – botão de flor) uma ou mais contradições emergem nelas; (ao analisar esse conceito, surge o elemento negativo, dentro da coisa, dentro dela). (O bebê é o começo dentro do processo, um conceito, ao olhar para esse conceito, tem algo dentro dele que o nega como bebê e que fará que ele logo não seja mais bebê).
3) O resultado é uma nova categoria, superior, que engloba as categorias anteriores e resolve as contradições nelas envolvidas.
Aí começa tudo de novo, ou seja, a nova categoria é a unidade dos opostos.
Da dialética se tira também uma relação com esse outro. O espírito se relaciona consigo mesmo. Com sua própria negação, com o germe de si mesmo, da negação e é assim que ele se fortalece.
Se concebo que tudo é espírito, a negação do espírito está dentro dele mesmo. Então o outro não é externo, é o outro-de-si. É construído a partir de minha perspectiva.
A dialética é o movimento do real que atual em três bases:
Uma afirmação: algo é. De dentro desse algo, surge algo negativo a esse algo, mas é dentro dele que surge. Algo nega esse é (botão e flor). Depois há a negação da negação, até se transformar em outra coisa. Afirmação, negação, e negação da negação!
Em termos simples encontramos como: tese – afirmação; antítese – negação; e síntese – negação da negação. Síntese seria uma nova tese.
Ao se subssumir o seu ser-outro, o um se torna outro. Tudo o que há na Terra tem dentro de si o germe de sua negação para Hegel.
Para ser para-si depende-se do reconhecimento do outro.
Essa negação é o outro (O-OUTRO). O eu, o outro e eu. Esse o movimento na formação de um sujeito. Só que esse outro não é outra pessoa, é elemento meu. (Eu).
O que importa é o que possibilita que esse espírito se reconheça como tal – como espírito – a dialética de Hegel é esse movimento do reconhecimento, preciso desse meu outro que vai me reconhecer para que possa ser para si. Não posso ser apenas em-si, tenho de ser para-si; o em-si é apenas a potência, o começo, precisa ser efetivado. Para se efetivar, precisa ser para esse outro!
Já está dentro de mim a negação, mas ela está externa, preciso do reconhecimento. Preciso tomar para mim, suprassumir, tomar, assim passa a ser esse ser outro.
É justamente o elemento negativo, ou que o nega, contraditório, que vai ser o responsável para que esse algo se torne outra coisa. Algo – uma afirmação, uma tese qualquer – mas dentro desse algo tem o germe da sua negação, tem o não-é! Isso tem de ser negado para que outra coisa se construa.
Por isso a Filosofia Libertadora usa a Filosofia de Hegel às avessas. A libertação do outro é econômica, a autonomia dos corpos.

CONCLUSÃO

O que se busca tanto em Immanuel Kant, quanto em Georg Wilhelm Friedrich Hegel é uma filosofia que vá além de padrões.
Muito embora Kant busque padronizar o belo, a arte, deixa claro que se trata de uma obra rara e de gênios da natureza, difíceis de serem imitados.
Hegel busca o espírito para reconhecer-se no outro no seu processo de subssunção, de afirmação e negação cria uma dialética que traduz como movimento, um eterno devir.
Ambos canais, receptores intuitivos desse mundo de ideias imanentes e que fervilham dentro do panteão das células do indivíduo e que precisam plasmarem-se para a physis, mas que perdem-se em círculos da línguagem e suas deficiências intelectivas que podam o cerne vibrante e verdadeiro da filosofia pura.


REFERÊNCIAS

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich; Prefácio do livro “Fenomenologia do Espírito”. Texto eletrônico digitalizado pelos membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia). Disponível em: http://br.egroups.com/group/acropolis/. Acesso em 10 maio 2011.

KANT, Immanuel; Crítica da faculdade de juízo. Tradução de Valério Rohden e Antônio Marques. Ed. Forense Universitária. (Ano ?).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SUPRASSUNSÃO E EXPRESSÃO SER-OUTRO EM HEGEL

O QUE É SUPRASSUNSÃO?
Em Hegel, compreendemos que o movimento, o ser/não-ser/devir é o mesmo movimento, tanto do real, como do pensamento. Essa é uma característica do movimento encontrado nos textos hegelianos; Este teria o sentido de preservar e destruir. Assim, as filosofias antigas seriam destruídas, mas incorporadas no pensamento de Hegel e não simplesmente abandonadas. A suprassunção, consoante Hegel, avançaria do inferior para o superior, nunca de forma degenerativa, tal como o espírito. Por exemplo, nós, como alunos trabalhando em grupo, temos nossa própria consciência, todavia, há ainda a consciência do grupo quando se propõe a realizar o presente trabalho, que se suprassume na consciência deixada por Hegel.


O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO SER-OUTRO
Ao se subssumir o seu ser-outro, o um se torna outro. Tudo o que há na Terra tem dentro de si o germe de sua negação para Hegel. A consciência possuí, em Hegel, uma outra consciência de si, gerando um desdobramento, ela pode ter se perdido em si mesmo, pois se encontra em outra consciência, mas também pode ter suprassumido, absorvido o outro, pois se enxerga a si-mesma no outro. Assim, há um avanço, uma evolução dessa primeira consciência quando somam-se uma a outra, deixando de ser uma para converter-se em outra com a somatória de suas sapiências.

O OPOSTO É UM OUTRO? OUTRO INDEPENDENTE? OUTRO DEPENDENTE? OU É OUTRO-DE-SI?

Entendemos que o oposto não é um outro, mas sim um outro-de-si. Ou seja, a consciência-de-si se decompõe em polos; cada extremo uma parte sua, própria e passagem absoluta para o oposto. Entretanto, ainda é consciência de si, cada polo seu, que está fora de si mesma permanece retido em si, ainda é para-si e seu ser-fora-de-si é para ele (outro). Não é outra consciência, esse outro só é para si quando se suprassume, um envolve o outro, e se movimenta, cada um é para si e para o outro simultaneamente, uma essência imediata para si que ao mesmo tempo só é para si através dessa mediação. Eles (consciência e outros) se reconhecem como reconhecendo-se reciprocamente, mantendo sua individualidade em si, da consciência primordial.
A consciência de si é duplicada, o que antes era um, agora é uma unidade dupla, um puro conceito de reconhecimento. O processo inicia com desigualdade de ambas consciências de si, partindo do meio-termo para o extremo, onde os opostos se reconhecem e são reconhecidos.


UM EXTREMO É SÓ O QUE É RECONHECIDO (O SENHOR) O OUTRO É SÓ O QUE RECONHECE (O ESCRAVO). QUEM É DEPENDENTE DE QUEM NESSA RELAÇÃO.

Entendemos que o senhor é o fator dependente. Eis que para ser senhor de alguma coisa, ele necessita daquele que é o seu servo. Para que o senhor seja senhor do escravo, impera que o escravo tenha consciência dessa condição; pois nesse contexto ele vai descobrindo sua própria liberdade, que, no caso, é ser escravo, servir ao senhor. Com isso Hegel destaca que a formação do homem se faz pelo trabalho; não será o senhor que desfrutará de tudo o que constrói, mas o escravo, pois desfruta de sua consciência de poder construir a liberdade que o senhor necessita. O escravo não transforma só a matéria prima, ele se forma em si mediante o trabalho, deixa de ser um objeto para ser um escravo com consciência dessa função, assim tem poder sobre o senhor.
Contemporaneamente falando, imaginemos a condição do contratante de uma obra, um pedreiro. A sua mão-de-obra é escassa. Ele é ruim. O contratante, muito embora perceba essa condição de trabalhador ruim, precisa dele, assim se submete à sua má-vontade e a seu preço em função da necessidade.

domingo, 9 de outubro de 2011

FORMAÇÃO DOCENTE EM LIBRAS E A DIDÁTICA FILOSÓFICA

Profª Elizabete Renders

Formação Docente

Didática

Pelos processos atuais foi necessária a divisão dos espaços privados e públicos. Na Modernidade isso foi preciso ser construído pelas pessoas, separando as relações familiares que aconteciam na casa, na comunidade.

Na Modernidade e com a urbanização necessita-se distinguir esses espaços e saber que tipos de cidadãos queremos formar.

O Estado surge com um desafio de pensar esse espaço na pedagogição do conhecimento na escola precisa pensar, currículos, espaços de alunos, professores, formação para o trabalho, lideranças, espaços na sociedade.

A didática pensa quais os recursos necessários, técnicas e ferramentas para que o transmitir o conhecimento no espaço marcado da escola, de formatação do que seria desejável para a nação, é que entra a didática, que necessariamente nos remete ao espaço da escola.

A escola nem sempre existiu, à exemplo da didática, mas os processos de formação do conhecimento sempre existiu e isso se dava fora da didática.

Existem processos de didática no cotidiano? Sim, mas o conceito se dá nos processos de pedagogização do conhecimento. Na Modernidade temos o conhecimento como científico, racional, neutro, distante do afazer comum, e destacar-se como verdade, como conhecimento acima dos demais cotidianos da vida.

Esta a tensão que marca a Modernidade nos inquietando sobre o que é o conhecer?

Como vida e conhecimento se relacionam?

ENSINO-APRENDIZAGEM-ENSINO

Envolve:

􀀹Os sujeitos e a conjuntura social;

􀀹Os conteúdos de ensino e os recursos

pedagógicos;

􀀹As intencionalidades de uma sociedade:

habilidades presentes e habilidades desejadas.

Impossível delimitar onde começa o ensinar e onde começa o aprender.

O conhecimento não se dá sem o sujeito e sem o lugar (conjuntura social) que país, estado, escola... Contextualizar esses sujeitos e sua conjuntura em torno.

Depois que sistematiza a educação, precisa-se pensar nos conteúdos e seus recursos pedagógicos. Quais as intenções da sociedade desse ensino em tal sistema. Não a intenção do educador, mas da sociedade.

Quais as habilidades que existem e as que se precisa.

Hoje a ideia é atender a demanda de mercado.

A professora tem sua opinião a respeito do processo de ensino e aprendizagem. Ela não acredita em conhecimento neutro, na divisão clara entre científico e senso-comum e que o professor somente ensine. Mas que o processo de ensinar, exige necessariamente o processo de aprender.

Hugo “Asno” nos desafia a suspeitar das propostas pedagógicas já existentes quando se fala de didática e aprendizagem a partir do conceito de corporeidade. Existe quase que uma coincidência entre os processos cognitivos e os processos existenciais, vitais.

CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS.

Tradicional. Educação “bancária”. Entende que se deposita um conhecimento e pronto. Trata-se a corporeidade na perspectiva da passividade do sujeito, alguém controlável.

É preciso transmitir objetivamente, não há espaço para outras interferências que não a racionalidade. Isto está bem presente na tradicional. Isso daria conta do que é o ser humano? Seria suficiente moldá-lo apenas com repetições.

Comportamentalista/Técnica.

Viés técnico neo-liberal, relacionada ao cliente, ao trabalho eficiente. Ela é comportamentalista, tecnicista, educação de qualidade, mas não de qualidade, com a emancipação do sujeito, apenas para atender a uma demanda de mercado.

Humanista/não diretiva

Trabalha o não diretivo, não direcionar processos de construção de conhecimento, refere-se à pessoa, passam pela subjetividade, pela relacionalidade, desemboca em trabalhos em grupos, interação, livres, onde a pessoa atua autônomamente. O foco é a pessoa.

Cognitivista/construtivista.

Trabalha a corporeidade na perspectiva de um ser racional, as relações sócio ambientais, e as categorias do gênese, processo de conhecimento. Tem ainda o foco na questão racional, que possui processo linear de aprendizagem, previsível a respeito de sua constituição e relação com o meio. Desfoca o professor e foca o aluno e seus processos de construção do conhecimento.

Ético-político

Corpo no social, política, relação de existência e de produção, mentalista, sujeito, consciência. Pedagogicamente, será comunitária, olha a sociedade, perspectiva libertadora, geradora.

Tais abordagens seria suficiente para a abordagem da condição humana? Lidar com a técnica e repetir seria o bastante? Desenvolver a razão basta? Desenvolver a política, suas necessidades matérias é o suficiente?

Que abordagem adoto quando dou aula?

* Sugestão *

Este admirável mundo louco. ROCHA,Ruth. Escola de Vidro.

Como ser também professores dentro do vidro: o sistema!

Cilada do reducionismo, um afirma e outro cala; afirma um e outro nega.

Fugir da didática extremista, fechada.

Uma nova didática, multicultural.

O desafio do momento

"a superação de uma didática

exclusivamente instrumental e a

construção de uma didática fundamental,

na articulação de suas três dimensões:

técnica, humana e política"

(Vera Candau, 1983:23).

O desafio da didática multicultural é “abrir o vidro”, libertar da instrumentalidade prisioneira, sem ser moldado pelo sistema determinado. Pensar o fazer pedagógico que aproxime da vida, que seja espaço da vida.

Ser crítico ao aspecto instrumental da didática não é jogá-la fora, pois pode ser útil. Pode ser útil na elaboração do plano de ensino (geral); planos de aula (específico); execução de ambos.

A didática ajuda a pensar nesses recursos e nas ferramentas adequadas para que o professor não seja barrado no que pretende, e sim ter todas as possibilidades para concretizar com os alunos o que se desejava.

Planejamento das ações

• Plano de ensino

• Disciplina

• Ementa

• Objetivos gerais

• Objetivos específicos

• Conteúdo programático

• Metodologia

• Avaliação(s)

• Recursos didáticos

• Referências Bibliográficas



Muito mais importante que seguir esse esquema, é suspeitar dele, com autonomia, ser coerente com o que se é. Ele ajuda a pensar, é ferramenta de apoio, mas não pode se perder em si mesmo. Deve ser concebido com flexibilidade, imprevistos, rupturas.



Plano de aula

• Tema

• Objetivo geral

• Objetivos específicos

• Desenvolvimento

• Recursos necessários

• Avaliação

• Tarefas

• Referências Bibliográficas



Numa perspectiva micro, é o mesmo do plano de ensino.

O desenvolvimento deve garantir clareza no que se quer transmitir.



Tarefas que transponham a aula (aula seguinte).



O Plano de Ensino e de Aula é uma ferramenta DO PROFESSOR. A aula precisa acontecer. Tem liberdade de brincar com esses elementos dessa ferramenta, desde que não se perca, não se sentir seguro de trabalhar uma aula, um objetivo, não sair dos itens.



“O aluno não está preocupado com nota, e sim com o que está conseguindo! Professora documentário Pro dia nascer feliz."



Existe algo mais além da sala de aula, existem dramas da existência, de relações, mentalidades postas, destinos determinados, este o desafio.



Ficar do lado do sistema ou de uma educação emancipadora é uma dicotomia, é preciso ser flexível, numa condição político-humana.

A didática, em sua instrumentalidade pode ser resumir em sair de um ponto e chegar a outro, sei onde estou, e sei onde vou chegar, mas com quem? Quem vai comigo? Quem está ao meu lado?



É necessário pensar a aproximação da vida com o saber pedagógico.



Construção do conhecimento tem a ver com coincidência entre processos cognitivos e existenciais.



Dimensão humana.

􀀹 “Viver exige, de cada um, lucidez e

compreensão ao mesmo tempo, e , mais

amplamente, a mobilização de todas as

aptidões humanas” (Edgar Morin, 2002:54).

􀀹 “O ensino dever voltar a ser não apenas uma

função, uma especialização, uma profissão,

mas, também, uma tarefa de saúde pública:

uma missão” (Morin, 2002:101)





O ser humano também é caos, emoção, erra, nem sempre é coerente.



Dimensão Política, da didática.

􀀹Relação educação e emancipação social;

􀀹Relação dialética entre consciência e

mundo;

􀀹Educar como ato criador e crítico;

Palavras grávidas de mundo (o que essa palavra comunica, que gera vida, que emancipa)

(Paulo Freire)



Criticidade é fundamental para entender e construir um saber político.



Bem comum na Educação

Como um princípio, destinado ao benefício de todos.

Como transversal, tornar comum, comunicar, comprometimento, mudar com vistas a autonomia compartilhada.



Inclusão no Brasil

Acessos; Libras; atendimento especializado, igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, universalização do acesso à escola.



Em sala de aula é preciso buscar recursos que quebre barreiras e atenda ao aluno que precisa.



A.E.E. – Atendimento Educacional Especializado na escola.



Educação Especial, não há segregação escolar, todas atendem.

Criação de especialistas.

Romper barreiras.



“Teatro é organizar o pensamento.” Atores do Filme com Down.

O foco é a emancipação, possibilitar a todo ser humano de ser mais, abrir horizontes.



Recursos didáticos:

Aula expositiva

Atividade em grupo

Problematização

Narrativas de vida

Dramatização

Pesquisa



Acessibilidade:

• Braile

• Soroban

• Libras

• Texto digital acessível



Reducionismo enquadra o jeito de pensar do sujeito.



O caminho é suspeitar sempre.

Considerar a intenção da didática, seja no sujeito ou no indivíduo.

Perceber se as teorias são limitadoras.

Considerar o século e a sociedade em que vivemos e os desafios a seguir.



Fazer pedagógico como movimento.

bem comumdemocratização

ser mais

Processo:

diferenças

no ensinar e no aprender

compartilhados...

Ponto de chegada:

bem comum -

Democratização ser mais

ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS E O PROFESSOR SEVERINO

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO


Curso: Filosofia . 6º período

Módulo: Filosofia da Educação

Tema: Didática e Prática de Ensino de Filosofia

Unidade: Sobre a identidade e o objetivo da filosofia desde as OCNs

Data: 24/08/2010

Prof.: Wesley Adriano Martins Dourado



ATIVIDADE SOLICITADA:



Comparar o papel da filosofia, posto por Severino, com a identidade e objetivos postos nas Orientações Curriculares Nacionais para o ensino de filosofia.



Discentes:



Rodrigo Fontoura Massi nº 161094

Agustavo Caetano dos Reis nº 161062



O Professor Severino faz uma analise filosófica antropológica sistemática sobre risco de a Filosofia tratar o ser humano concreto como um ser genérico, alienado, onde também as Orientações Curriculares (OCNs), trabalham a mesma realidade. Deste humano histórico concreto, brasileiro real, que se faz presente no espaço e no tempo existe uma preocupação.

A preocupação que delimita a Filosofia no Ensino Médio do Brasil é o medo de uma representação desta área acadêmica se tornar na sala de aula um espaço de representações metafísicas idealistas, desligado de si mesmo e de sua realidade. Apesar de todo sofrimento do povo brasileiro, social, econômico, as alienações religiosas e culturais, também sofrem com a falta de recursos públicos para a educação, deixando assim muito a desejar este processo filosófico de humanização, de sua própria educação, proposto pelas próprias OCNs.

Geralmente os discursos realizados por causa de tais situações desse referido brasileiro, são bem diferentes das metas da formação humana, proposto por Severino. As OCNs caminham, não num processo construtivista racional, mas a um crescimento constante da não credibilidade do papel filosófico sistemático e a grande tarefa do professor é trabalhar contra essa realidade, inserindo todo seu arcabouço intelectual, em profunda situação histórico social, sendo este mesmo educador do processo educacional da esfera existencial, de alunos encarnados numa physis e na realidade.

O que atrapalha o processo educacional é esta dimensão social e a visão transcendentalista, alienando o ser a não incorporar a sua realidade histórico-social; assim sendo, a meta, é a imanência filosofal, libertando o ser de todo subjetivismo que o rodeia. Sim é um caminho; o espanto ou o deparo com o problema é que conduz o filósofo ir à busca do sentido do filosofar, não no sentido de dar respostas exatas, mas no sentido de questionar a realidade. A atividade do pensamento é uma definição, mais próxima de se dizer Filosofia, no entanto o professor de filosofia tem a missão de instigar o pensar filosófico de seus alunos. Neste sentido não desprezando a história da filosofia, mas, todavia incluindo a própria história como objeto de investigação do pensamento, tendo cuidado para que não se torne em doutrinas, prontas e acabadas. Conhecendo a filosofia em sua amplitude, pois o próprio pensar existe nesta estrutura que conduz à independência subjetiva do indivíduo.